COMPANHEIROS
quero escrever-me de homens quero calçar-me de terra quero ser a estrada marinha que prossegue depois do último caminho
e quando ficar sem mim não terei escrito senão por vós irmãos de um sonho por vós que não sereis derrotados
deixo a paciência dos rios a idade dos livros
mas não lego mapa nem bússola porque andei sempre sobre meus pés e doeu-me às vezes viver hei-de inventar um verso que vos faça justiça
por ora basta-me o arco-íris
em que vos sonho basta-te saber que morreis demasiado por viverdes de menos mas que permaneceis sem preço
companheiros