Crepúsculo Teus olhos, borboletas de ouro, ardentes Borboletas de sol, de asas magoadas, Pousam nos meus, suaves e cansadas Como em dois lírios roxos e dolentes…

E os lírios fecham… Meu amor não sentes? Minha boca tem rosas desmaiadas, E a minhas pobres mãos são maceradas Como vagas saudades de doentes…

O silêncio abre as mãos… entorna rosas… Andam no ar carícias vaporosas Como pálidas sedas, arrastando…

E a tua boca rubra ao pé da minha É na suavidade da tardinha. Um coração ardente palpitando…


Florbela Espanca

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+ O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê! - Florbela Espanca

+ Sou talvez a visão que alguém sonhou Alguém que veio ao mundo prá me ver E que nunca na vida me encontrou - Florbela Espanca

+ A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente. - Florbela Espanca

+ A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento. - Florbela Espanca

+ E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja minha noite uma alvorada, que eu saiba me perder para me encontrar... - Florbela Espanca

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