[…] É uma casa de esquina, indestrutível. Moro nela quando me lembro, quando quero acendo o fogo, as torneiras jorram, eu fico esperando o noivo,na minha casa aquecida. Não fica em bairro esta casa infensa à demolição. Fica num modo tristonho de certos entardeceres, quando o que um corpo deseja é outro corpo para escavar. Um ideia de exílio e túnel.

(Poema ‘a casa’)


Adélia Prado

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