Frieza

Os teus olhos são frios como espadas, E claros como os trágicos punhais; Têm brilhos cortantes de metais E fulgores de lâminas geladas.

Vejo neles imagens retratadas De abandonos cruéis e desleais, Fantásticos desejos irreais, E todo o oiro e o sol das madrugadas!

Mas não te invejo, amor, essa indiferença, Que viver neste mundo sem amar É pior que ser cego de nascença!

Tu invejas a dor que vive em mim! E quanta vez dirás a soluçar: “Ah! Quem me dera, irmã, amar assim!”


Florbela Espanca

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+ Sou talvez a visão que alguém sonhou Alguém que veio ao mundo prá me ver E que nunca na vida me encontrou - Florbela Espanca

+ Amo-te tanto. E nunca te beijei... E nesse beijo, amor, que eu não te dei, guardo os versos mais lindos que te fiz. - Florbela Espanca

+ Trago no olhar visões extraordinárias, de coisas que abracei de olhos fechados... - Florbela Espanca

+ Amar! Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui... além... Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente Amar! Amar! E não amar ninguém! Recordar? Esquecer? Indiferente!... Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente! Há uma Primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida, Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada Que seja a minha noite uma alvorada, Que me saiba perder... pra me encontrar... - Florbela Espanca

+ E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja minha noite uma alvorada, que eu saiba me perder para me encontrar... - Florbela Espanca

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