O amor por terra
O vento derrubou ontem à noite o Amor Que, no recanto mais secreto do jardim, Sorria retesando o arco maligno, e assim Tanta coisa nos fez todo um dia supor!
O vento o derrubou ontem à noite. À aragem Da manhã gira, esparso, o mármore alvo. E à vista É triste o pedestal, onde o nome do artista Já mal se pode ler à sombra da ramagem.
É triste ver ali de pé o pedestal Sozinho! e pensamentos graves vêm e vão No meu sonho em que a mais profunda comoção Imagina um porvir solitário e fatal
É triste! – E tu, não é?, ficas emocionada Ante o quadro dolente, embora olhando à toa A borboleta de oiro e púrpura que voa Sobre os destroços de que a aléa está juncada.
Paul Verlaine
Outras frases de Paul Verlaine
+ O amor por terra O vento derrubou ontem à noite o Amor Que, no recanto mais secreto do jardim, Sorria retesando o arco maligno, e assim Tanta coisa nos fez todo um dia supor! O vento o derrubou ontem à noite. À aragem Da manhã gira, esparso, o mármore alvo. E à vista É triste o pedestal, onde o nome do artista Já mal se pode ler à sombra da ramagem. É triste ver ali de pé o pedestal Sozinho! e pensamentos graves vêm e vão No meu sonho em que a mais profunda comoção Imagina um porvir solitário e fatal É triste! – E tu, não é?, ficas emocionada Ante o quadro dolente, embora olhando à toa A borboleta de oiro e púrpura que voa Sobre os destroços de que a aléa está juncada. - Paul Verlaine
+ Se esses ontens fossem devorar os nossos belos amanhãs? - Paul Verlaine
+ Não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma. - Paul Verlaine
+ Agora, livro meu, vai, vai para onde o acaso te leve. - Paul Verlaine
+ Calmos, na sombra incolor Que dos galhos altos vem, Impregnemos nosso amor Deste silêncio de além. Juntemos os corações E as almas sentimentais Entre as vagas lassidões Das framboesas, dos pinhais. Cerra um pouco o olhar, no teu Seio pousa a tua mão, E da alma que adormeceu Afasta toda intenção. Deixemo-nos persuadir Pelo sopro embalador Que vem a teus pés franzir As ondas da relva em flor. A noite solene, então, Dos robles negros cairá, E, voz da nossa aflição, O rouxinol cantará. - Paul Verlaine