O poema do amigo

Estranhamente esverdeado e fosfóreo, Que de vezes já o encontrei, em escusos bares submarinos, O meu calado cúmplice! Teríamos assassinado juntos a mesma datilógrafa? Encerráramos um anjo do Senhor nalgum escuro calabouço?

Éramos necrófilos Ou poetas? E aquele segredo sentava-se ali entre nós todo o tempo, Como um convidado de máscara.


Mario Quintana

Outras frases de Mario Quintana

+ Viajar é mudar o cenário da solidão. - Mario Quintana

+ Vida Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia. ( in: Caderno H, (1945-1973), Porto Alegre: Editora Globo, 1973.) - Mario Quintana

+ Viajar é mudar a roupa da alma. - Mario Quintana

+ Vivemos conjugando o tempo passado (saudade, para os românticos) e o tempo futuro (esperança, para os idealistas). Uma gangorra, como vês, cheia de altos e baixos – uma gangorra emocional. Isto acaba fundindo a cuca de poetas e sábios e maluquecendo de vez o Homo sapiens. Mais felizes os animais, que, na sua gramática imediata, apenas lhes sobra um tempo: o presente do indicativo. E que nem dá tempo para suspiros... - Mario Quintana

+ "Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue “imagem e ação” e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo." - Mario Quintana

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