Pastor
responde
minha cama
de areia quente:
- quantas vezes conduzi
a águia ao ninho solar?
- quantas vezes me cresci
à respiração dos lentos animais?
tu és o tapete
desfiado pela estiagem
e a cada volta me perguntas
- para quando o adeus?
e eu fico
olhando
o obstinado nenúfar
no sono do lago
vês
como a morte
me ensinou a obediência da espera?