Suspensas Fugas
Para pensar em ti todas as horas fogem: o tempo humano expira em lágrima e cegueira. Tudo são praias onde o mar afoga o amor.
Quero a insônia, a vigília, uma clarividência deste instante que habito – ai, meu domínio triste!, ilha onde eu mesma nada sei fazer por mim.
Vejo a flor; vejo no ar a mensagem das nuvens
- e na minha memória és imortalidade - vejo as datas, escuto o próprio coração.
E depois o silêncio. E teus olhos abertos nos meus fechados. E esta ausência em minha boca: pois bem sei que falar é o mesmo que morrer:
Da vida à Vida, suspensas fugas.