“— Também tenho uma flor — Nós não anotamos flores - disse o geógrafo. — Por que não? É o mais bonito… — Porque as flores são efêmeras. — Que quer dizer efêmera? — Os livros de geografia — disse o geógrafo — são os mais exatos. Nunca ficam ultrapassados. É muito raro
que uma montanha mude de lugar. É muito raro um oceano secar. Nós escrevemos coisas eternas. — Mas os vulcões extintos podem voltar à atividade — interrompeu o pequeno príncipe — que quer dizer
“efêmera”? — Que os vulcões estejam extintos ou não, isso dá no mesmo para nós - disse o geógrafo. - O que nos
interessa é a montanha. Ela não muda. — Mas que quer dizer “efêmera”? Repetiu o principezinho, que jamais desistira de uma pergunta que tivesse
feito. — Quer dizer “ameaçada de desaparecer em breve”. — Minha flor está ameaçada de desaparecer em breve? — Sem dúvida. “Minha flor é efêmera”, pensou o pequeno príncipe, “e não tem mais que quatro espinhos para defender-se do
mundo! E eu a deixei sozinha! Esse foi seu primeiro gesto de remorso. Mas retomou a coragem:”