Tentou contra a existência Num humilde barracão Joana de Tal Por causa de um tal João

Depois de medicada Retirou-se pro lar Aí a notícia Carece de exatidão

O lar não mais existe Ninguém volta ao que acabou Joana é mais uma mulata triste Que errou

Errou na dose Errou no amor Joana errou de João Ninguém notou

Ninguém morou Na dor que era o seu mal A dor da gente Não sai no jornal


Chico Buarque

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+ Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo então que cresceu - Chico Buarque

+ Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus. - Chico Buarque

+ Por favor Deixe em paz meu coração Que ele é um pote até aqui de mágoa E qualquer desatenção, faça não Pode ser a gota dágua - Chico Buarque

+ Soneto Por que me descobriste no abandono Com que tortura me arrancaste um beijo Por que me incendiaste de desejo Quando eu estava bem, morta de sono Com que mentira abriste meu segredo De que romance antigo me roubaste Com que raio de luz me iluminaste Quando eu estava bem, morta de medo Por que não me deixaste adormecida E me indicaste o mar, com que navio E me deixaste só, com que saída Por que desceste ao meu porão sombrio Com que direito me ensinaste a vida Quando eu estava bem, morta de frio - Chico Buarque

+ A felicidade Morava tão vizinha Que, de tolo Até pensei que fosse minha. - Chico Buarque

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