Frases de Érico Veríssimo

+ Na minha opinião o que importa não é homenagear os mortos, levando-lhes flores às sepulturas, e sim, tratá-los bem, com todo amor possível, enquanto estão vivos. - Érico Veríssimo

+ Nossa alma tem estranhas veredas. Podemos ouvir ou ler, chocados em maior ou menor grau, a notícia de um massacre de crianças e esquecer o fato no instante seguinte, continuando a viver como se nada tivesse acontecido. No entanto, se na rua um amigo estimado nos nega o cumprimento, voltamos para casa abalados e passamos uma noite insone, a nos revolver na cama e pensar no "fato" com uma impressão de catástrofe. - Érico Veríssimo

+ Para fugir ou para buscar. Os fugitivos cedo ou tarde descobrem que seus problemas são de natureza geográfica. - Érico Veríssimo

+ Com que pungência insuportável ele sempre sentia o coração! Só penso no meu futuro, na minha carreira. Não me disseste um dia que a fé é tudo? Pois tenho fé na minha carreira, preciso me livrar da ideia horrorosa de que a vida é simplesmente esta luta sem recompensa... este... esta miséria... este ramerrão sem graça. Sinto que posso realizar alguma coisa. - Érico Veríssimo

+ Um dia, caiu um raio na casa do velho Galvão, matando-o e ferindo-lhe a filha. A mãe disse: «Deus castigou. Eles eram muito malvados». Além do castigo da professora, do castigo dos pais da gente, havia então um castigo maior, muito maior - o castigo de Deus? - Érico Veríssimo

+ Pensemos apenas nisto: não fomos consultados para vir para este mundo e não seremos consultados quando tivermos de partir. Isso dá bem a medida da nossa importância material na terra, mas deve ser um elemento de consolo e não de desespero. - Érico Veríssimo

+ Às vezes nesse mundo é preciso mais coragem para continuar vivendo do que para morrer. (Incidente em Antares) - Érico Veríssimo

+ Mas ninguém lê; eu trago esse livro fechado a chave. Que mundo triste é este em que a gente tem de trazer tudo fechado a chave. - Érico Veríssimo

+ Quando a gente quer olhar tudo, acaba descobrindo o que há de feio no mundo. - Érico Veríssimo

+ O destino conduz os que querem ser conduzidos e arrasta os que não querem Eu tenho andado mais ou menos de arrasto Nem sempre quero ir para onde o destino me leva. - Érico Veríssimo

+ A gente nunca sabe do que as pessoas são capazes. - Érico Veríssimo

+ O amor que ainda não se definiu é como uma melodia do desenho incerto: deixa o coração a um tempo alegre e perturbado e tem o encanto fugidio e misterioso de uma música ao longe. - Érico Veríssimo

+ Nós somos homens, Filipe, e vivemos quase como máquinas. Essa ânsia de progredir, de acumular dinheiro, de construir, faz a gente esquecer o que tem de humano. (Olhai os Lírios do Campo) - Érico Veríssimo

+ As perguntas das crianças em geral são as que nos deixam mais atrapalhados. - Érico Veríssimo

+ Não aceitamos a idéia de que as coisas só possam ser pretas ou brancas, acreditamos nos matizes, nas complexidades dos homens e de seus problemas. - Érico Veríssimo

+ "Quando muito moço, eu me sentia como uma personagem que tinha entrado por engano numa peça a cujo elenco não pertencia. Eu me movia num palco estranho sem ter idéia do meu papel, e tudo ao meu redor parecia impreciso, absurdo e relativo." - Incidente em Antares - Érico Veríssimo

+ O espírito de gentileza podia salvar o mundo. O que nos falta é isso: espírito de gentileza. Boas maneiras de homem para homem, de povo para povo. - Érico Veríssimo

+ Não posso acreditar que a vida seja diferente dos romances. - Érico Veríssimo

+ – Mas se tu soubesses como a solidão pode nos enriquecer..." - Érico Veríssimo

+ Devemos ser um pouco como as cigarras. - Érico Veríssimo

+ Com cartas brancas, senhor cônsul solta Pombos de papel. - Érico Veríssimo

+ A progressão social repousa essencialmente sobre a morte. Os vivos são sempre e cada vez mais governados pelos mortos. (Incidente em Antares) - Érico Veríssimo

+ O falatório continua. E a vida também. - Érico Veríssimo

+ "...morrer não é apenas uma fatalidade biológica, como também uma espécie de obrigação social." - Incidente em Antares - Érico Veríssimo

+ -Menina - pensa Amaro. - Tu nunca poderias compreender. Nem tu nem ninguém sabe quanta ternura há em mim. Eu hei de ser sempre para vocês todos o seu Amaro melancólico e taciturno, o seu Amaro que trabalha num banco e faz música nas horas vagas, o seu Amaro que vai ler livros à sombra dos plátanos, o seu Amaro que não sabe fazer um gesto de amizade nem de acolhimento. Vocês nunca compreenderão. E tu, menina, não podes compreender também a alegria íntima que me dás. Porque és poesia, és música, és... nem sei o que és... Tudo isto se pode sentir, tudo isso se pode pensar. Mas nada disto se pode dizer. Seria piegas, seria idiota, como seria idiota também eu dizer que te amo. Tenho mais de o dobro da tua idade. E algumas rugas no rosto. Pirolito não pode apanhar o raio de sol. O raio de sol é de um outro mundo. Clarissa, se eu pudesse te falar, se tu pudesses entender... Eu te pediria que nunca desejasses que o tempo passasse. Eu te pediria que fizesses durar mais e mais este momento milagroso. A vida é má, menina, a vida envenena. Amanhã serás gorducha e prática como titia. Amanhã terás filhos, te transformarás numa matrona respeitável. Onde estará então a menina em flor que corria no pátio atrás das borboletas? Mas tu tens curiosidade de conhecer a vida... É natural. Talvez nem compreendas a significação deste momento. Quanta coisa eu teria para dizer se eu pudesse falar, se pudesses entender..." - Érico Veríssimo