Frases de Ariano Suassuna
+ Os doidos perderam tudo, menos a razão. Têm uma (razão) particular. Os mentirosos são parecidos com os escritores que, inconformados com a realidade, inventam outras. - Ariano Suassuna
+ O autor que se julga um grande escritor, além de antipático é burro, imbecil. Um escritor só pode ser julgado depois da sua morte. Muito tempo depois. - Ariano Suassuna
+ Som universal só conheço três: arroto, espirro e peido. - Ariano Suassuna
+ O homem não nasceu para a morte: o homem nasceu para a vida e para a imortalidade. - Ariano Suassuna
+ Não sei, só sei que foi assim! (Em: O Auto da Compadecida) - Ariano Suassuna
+ Matar padre dá um azar danado. Sobretudo para o padre. (Em: O Auto da Compadecida) - Ariano Suassuna
+ Toda arte é local antes de ser regional, mas, se prestar, será contemporânea e universal. - Ariano Suassuna
+ Se os alemães não leram Guimarães Rosa, Euclides da Cunha ou Machado de Assis, quem perde são eles. - Ariano Suassuna
+ LÁPIDE Quando eu morrer, não soltem meu Cavalo nas pedras do meu Pasto incendiado: fustiguem-lhe seu Dorso alardeado, com a Espora de ouro, até matá-lo. Um dos meus filhos deve cavalgá-lo numa Sela de couro esverdeado, que arraste pelo Chão pedroso e pardo chapas de Cobre, sinos e badalos. Assim, com o Raio e o cobre percutido, tropel de cascos, sangue do Castanho, talvez se finja o som de Ouro fundido que, em vão – Sangue insensato e vagabundo — tentei forjar, no meu Cantar estranho, à tez da minha Fera e ao Sol do Mundo! - Ariano Suassuna
+ Venha sexta musa mensageira, do reino de Eloim, me traga a pena de Apolo e escreve aqui por mim: O Assassino da Honra ou A Louca do Jardim! - Ariano Suassuna
+ Tudo que é vivo morre. - Ariano Suassuna
+ No meu ver o ser humano tem duas saídas para enfrentar o trágico da existência: o sonho e o riso - Ariano Suassuna
+ Eu não tenho imaginação, eu copio. Tenho simpatia por mentiroso e doido. Como sou do ramo, identifico mentiroso logo. - Ariano Suassuna
+ Não existe arte nova ou velha, só boa ou ruim. - Ariano Suassuna
+ Quando eu morrer, não soltem meu cavalo nas pedras do meu pasto incendiado: fustiguem-lhe seu dorso alardeado, com a espora de ouro, até matá-lo. - Ariano Suassuna
+ É preciso mais fé para acreditar de que o homem se originou do macaco do que ter fé para acreditar na história de Adão e Eva. - Ariano Suassuna
+ Não tenho medo (da morte). Só tenho medo de morrer sem terminar um livro que eu esteja escrevendo; e não ter uma morte limpa. Eu quero pelo menos uma morte limpa. - Ariano Suassuna
+ A globalização é o novo nome do imperialismo, e o gosto médio é uma peste, é muito pior do que o mau gosto. - Ariano Suassuna
+ Não me preocupo muito em ter ou não uma posição como artista. Literatura para mim não é mercado. É a minha festa, é onde eu me realizo. Digo sempre: arte é missão, vocação e festa. Não me venham com essa história de mercado. - Ariano Suassuna
+ Eu divido a Humanidade em duas metades: de um lado os que gostam de mim e concordam comigo. Do outro, os equivocados. - Ariano Suassuna
+ Ave Musa incandescente do deserto do Sertão! Forje, no Sol do meu Sangue, o Trono do meu clarão: cante as Pedras encantadas e a Catedral Soterrada, Castelo deste meu Chão! Nobres Damas e Senhores ouçam meu Canto espantoso: a doida Desaventura de Sinésio, O Alumioso, o Cetro e sua centelha na Bandeira aurivermelha do meu Sonho perigoso! - Ariano Suassuna
+ É preciso reafirmar valores sem ter medo de ser chamado de arcaico. - Ariano Suassuna
+ Desde que o avistara, seu sangue e seu coração tinham criado alma nova. - Ariano Suassuna
+ O Amor e a Morte Sobre essa estrada ilumineira e parda dorme o Lajedo ao sol, como uma Cobra. Tua nudez na minha se desdobra — ó Corça branca, ó ruiva Leoparda. O Anjo sopra a corneta e se retarda: seu Cinzel corta a pedra e o Porco sobra. Ao toque do Divino, o bronze dobra, enquanto assolo os peitos da javarda. Vê: um dia, a bigorna desses Paços cortará, no martelo de seus aços, e o sangue, hão de abrasá-lo os inimigos. E a Morte, em trajos pretos e amarelos, brandirá, contra nós, doidos Cutelos e as Asas rubras dos Dragões antigos. - Ariano Suassuna
+ “[…] no meu Catolicismo, os bichos que servem de insígnia ao Divino são todos rigorosamente brasileiros e sertanejos. Por exemplo: na minha linguagem nunca entram leões ou águias, bichos estrangeiros, mas sim Onças e Gaviões”. (em "Romance d'A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta". 8ª ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 2006., p. 562.) - Ariano Suassuna