Frases de Arthur Rimbaud

+ Ela foi encontrada! Quem? A eternidade. É o mar misturado Ao sol. Minha alma imortal, Cumpre a tua jura Seja o sol estival Ou a noite pura. Pois tu me liberas Das humanas quimeras, Dos anseios vãos! Tu voas então... — Jamais a esperança. Sem movimento. Ciência e paciência, O suplício é lento. Que venha a manhã, Com brasas de satã, O dever É vosso ardor. Ela foi encontrada! Quem? A eternidade. É o mar misturado Ao sol. - Arthur Rimbaud

+ Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens. - Arthur Rimbaud

+ O poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e refletido desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sentimento, de loucura; ele procura ele mesmo, ele esgota nele todos os venenos, para só guardar as quintessências. - Arthur Rimbaud

+ A nossa pálida razão esconde-nos o infinito. - Arthur Rimbaud

+ Ninguém é sério aos 17 anos. - Arthur Rimbaud

+ Eu é um outro. - Arthur Rimbaud

+ Acredito que estou no inferno, portanto estou nele. - Arthur Rimbaud

+ Por delicadeza, perdi a minha vida. - Arthur Rimbaud

+ De manhã, eu tinha o olhar tão perdido e a postura tão morta, que aqueles que encontrei talvez não me vissem. - Arthur Rimbaud

+ O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos. - Arthur Rimbaud

+ Se arrume, dance, ria, - Nunca pude mesmo jogar o amor pela janela. - Arthur Rimbaud

+ Minha Boêmia (Fantasia) Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos; Meu paletó também tornava-se ideal; Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal; Puxa vida! A sonhar amores destemidos! O meu único par de calças tinha furos. - Pequeno Polegar do sonho ao meu redor Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior. - Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros. Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho, Nas noites de setembro, onde senti tal vinho O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção; Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas, Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas E tangia um dos pés junto ao meu coração! - Arthur Rimbaud

+ Expliquei então meus sofismas mágicos pela alucinação das palavras!... Acabei por considerar sagrada a desordem da minha inteligência. - Arthur Rimbaud

+ Assim, minha tristeza voltando sempre, e me achando mais perdida aos meus olhos - como a todos os olhos que quisessem me encarar, se eu não tivesse sido condenada para sempre ao esquecimento de todos! - eu tinha cada vez mais fome de sua bondade. Com seus beijos e abraços amigos, era mesmo um céu, um escuro céu, onde eu entrava, e onde gostaria de ser deixada, pobre, surda, muda, cega. Já eu me acostumava. Eu nos via como duas boas crianças, livres para passear no Paraíso de tristeza. - Arthur Rimbaud

+ Oh estações, oh castelos! Que alma é sem defeitos? Eu estudei a alta magia Do Amor, que nunca sacia. Saúdo-te toda vez Que canta o galo gaulês. Ah! Não terei mais desejos: Perdi a vida em gracejos. Tomou-me corpo e alento, E dispersou meus pensamentos. Ó estações, ó castelos! Quando tu partires, enfim Nada restará de mim. Ó estações, ó castelos! - Arthur Rimbaud

+ Canção da Torre Mais Alta Mocidade presa A tudo oprimida Por delicadeza Eu perdi a vida. Ah! Que o tempo venha Em que a alma se empenha. Eu me disse: cessa, Que ninguém te veja: E sem a promessa De algum bem que seja. A ti só aspiro Augusto retiro. Tamanha paciência Não me hei de esquecer. Temor e dolência, Aos céus fiz erguer. E esta sede estranha A ofuscar-me a entranha. Qual o Prado imenso Condenado a olvido, Que cresce florido De joio e de incenso Ao feroz zunzum das Moscas imundas. - Arthur Rimbaud

+ Farto de ver. A visão que se reecontra em toda parte. Farto de ter. O ruído das cidades, à noite, e ao sol, e sempre. Farto de saber. As paradas da vida. - Ó Ruídos e Visões! Partir para afetos e rumores novos. - Arthur Rimbaud

+ Escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens. Criei todas as festas, todos os triunfos, todos os dramas. Tentei inventar novas flores, novos astros, novas carnes, novos idiomas. - Arthur Rimbaud

+ Os beijos são como pepitas de ouro e de prata encontradas na terra sem ter qualquer valor em si e que são preciosas por indicar que há uma mina por perto. - Arthur Rimbaud

+ A poesia não voltará a ritmar a ação; ela passará a antecipá-la. - Arthur Rimbaud

+ Sensação Pelas tardes azuis do Verão, irei pelas sendas, Guarnecidas pelo trigal, pisando a erva miúda: Sonhador, sentirei a frescura em meus pés. Deixarei o vento banhar minha cabeça nua. Não falarei mais, não pensarei mais: Mas um amor infinito me invadirá a alma. E irei longe, bem longe, como um boêmio, Pela natureza, - feliz como com uma mulher. - Arthur Rimbaud

+ Contra a justiça Armei-me - Arthur Rimbaud

+ Farsa contínua! A minha inocência me faria chorar. A vida é a farsa a ser levada por todos. - Arthur Rimbaud

+ Estendi cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; correntes de ouro de estrela a estrela, e danço. - Arthur Rimbaud

+ A mão que segura a pena vale tanto quanto, a que empurra o arado. - Arthur Rimbaud