Frases de C S Lewis

+ Compreendemos a natureza da embriaguez quando estamos sóbrios, não quando bêbados. As pessoas boas conhecem tanto o bem quanto o mal; as pessoas más não conhecem nenhum dos dois. - C S Lewis

+ Acompanhar a partida de alguém é sempre tolice. Não dá nem uma boa alegria nem uma boa tristeza. - C S Lewis

+ ⁠A menos que eu creia em Deus, não posso crer no pensamento: então eu nunca posso usar o pensamento para descrer em Deus. - C S Lewis

+ A privação é uma parte integral e universal da nossa experiência no amor. - C S Lewis

+ Se você aceitar a natureza como um mestre, ela irá ensinar-lhe justamente as lições que já decidira aprender; isto é só outra maneira dó dizer que a natureza não ensina. A tendência de toma-Ia como mestra é logicamente enxertada com facilidade na experiência que chamamos “amor pela natureza”. Mas, não passa de um enxerto. Enquanto estamos sujeitos a eles, “as disposições” e “espíritos” da natureza não indicam qualquer moral. A alegria desregrada, grandeza insuportável, desolação sombria, são lançadas à sua frente. Faça o que puder com elas, se puder fazer algo. O único imperativo proferido pela natureza é: “Olhe. Ouça. Atenda.” O fato de este imperativo ser no geral mal interpretado e fazer com que as pessoas inventem teologias, panteologias e antiteologias podendo todas ser descartadas - não toca realmente a experiência central em si. O que os amantes da natureza - quer sejam seguidores de Wordsworth ou pessoas com “deuses sombrios em seu sangue” obtêm dela é uma iconografia, uma linguagem de imagens. Não quero dizer apenas imagens visuais; são as “disposições” ou “espíritos” em si - as poderosas exibições de terror, tristeza, alegria, crueldade, luxúria, inocência, pureza - que são as imagens. Nelas, cada um pode colocar ou “vestir” sua própria crença. Devemos aprender em outra parte nossa teologia ou filosofia (não é de surpreender que no geral as aprendamos com teólogos e filósofos). Mas quando falamos de “vestir” nossa crença em tais imagens, não estou me referindo a usar a natureza para símiles ou metáforas à maneira dos poetas. Eu poderia na verdade ter dito “encher” ou “encarnar” em lugar de vestir. Muitas pessoas, inclusive eu, jamais poderiam, a não ser por aquilo que a natureza nos faz, ter qualquer conteúdo para colocar nas palavras que devemos usar ao confessar nossa fé. A natureza jamais me ensinou que existe um Deus de glória e de infinita majestade. Tive de aprender isso de outra forma. Mas a natureza deu à palavra glória um significado para mim. Ainda não sei onde poderia tê-lo encontrado a não ser nela. Não vejo como o “temor” de Deus poderia ter qualquer significado para mim além dos mínimos esforços para manter-me seguro, se não tivesse tido oportunidade de ver despenhadeiros medonhos e penhascos inacessíveis. E se a natureza jamais tivesse despertado em mim certos anseios, áreas imensas do que agora posso chamar de “amor” de Deus jamais existiriam, no que me é dado ver. O fato de o cristão poder usar assim a natureza não é nem mesmo o início de uma prova de que o cristianismo é verdadeiro. Os que sofrem às mãos de deuses sombrios podem igualmente fazer uso dela (suponho eu) para o seu credo. Esse é justamente o ponto. A natureza não ensina. Uma filosofia genuína pode às vezes validar uma experiência da natureza; uma experiência da natureza não pode dar validade a uma filosofia. A natureza não irá verificar qualquer proposição teológica ou metafísica (ou pelo menos não da maneira que consideramos agora); ela ajudará a revelar o seu significado. E, nas premissas cristãs, isso não se dará acidentalmente. Pode-se esperar que a glória criada nos proporcione vislumbres da não-criada: pois uma deriva da outra e de alguma forma a reflete. De alguma forma. Mas talvez não de modo tão simples e direto como poderíamos supor a princípio. Como é lógico, todos os fatos destacados pelos amantes da natureza da outra escola são também fatos. Há vermes no ventre assim como primaveras na floresta. Tente reconciliá-los ou mostrar que não precisam necessariamente de reconciliação, e você estará se desviando da experiência direta da natureza - nosso tema presente - para a metafísica ou teodicéia, ou algo desse tipo. Isso pode ser sensato, mas penso que devemos mantê-lo distinto do amor da natureza. Enquanto estamos nesse nível, enquanto continuamos alegando falar daquilo que a natureza nos “disse” diretamente, é preciso apegar-nos ao mesmo. Vimos uma imagem da glória. Não nos cabe descobrir um caminho direto através dela e além dela que leve a um crescente conhecimento de Deus. O caminho desaparece quase imediatamente. Terrores e mistérios, toda a profundidade dos conselhos de Deus e todo o emaranhado da história do universo o sufocam. Não podemos passar; não desse modo. E preciso entrar por um atalho - deixar as colinas e florestas e voltar aos nossos estudos, à igreja, às nossas Bíblias, aos nossos joelhos. De outra maneira o amor da natureza está começando a transformar-se numa religião. E então, mesmo que não nos leve de volta aos deuses sombrios, nos levará a uma grande dose de tolice. - C S Lewis

+ "Quando descrevemos o que imaginamos, podemos convencer os outros – e as nós mesmos – de que realmente já estivemos lá. E, se apenas imaginei, será também ilusão o fato de que mesmo imaginar, em alguns momentos, faz com que todos os outros objetos de desejo – sim, inclusive a paz, inclusive deixar de ter medos – se pareçam com brinquedos quebrados e flores murchas? Para muitos de nós, talvez toda a experiência simplesmente defina, por assim dizer, a forma do vazio onde deveria estar nosso amor por Deus. Não é suficiente. Mas já é alguma coisa. Quando não podemos “praticar a presença de Deus”, já é alguma coisa praticar a ausência de Deus, ir tomando consciência de nossa inconsciência de Deus até nos sentirmos como um homem que está diante de uma grande catarata e não ouve nenhum ruído, ou um homem que, numa narrativa, se olha no espelho e não vê rosto algum, ou um homem que, num sonho, estende a mão para objetos visíveis e não sente tocá-los. Saber que está sonhando é já não estar perfeitamente adormecido." - C S Lewis

+ Para a tarefa mais elevada de ensinar coragem e paciência, jamais fui tolo o bastante para considerar-me qualificado, nem tenho qualquer coisa a oferecer aos meus leitores exceto minha convicção de que quando é preciso suportar a dor, um pouco de simpatia humana tem mais valor do que muito conhecimento, um pouco de simpatia tem mais valor do que muita coragem, e a menor expressão do amor de Deus supera tudo. - C S Lewis

+ "(...) O que temos não é o “direito de esperar” mas uma “expectativa razoável” de sermos amados pelas pessoas mais próximas, se nós e elas somos mais ou menos comuns. Talvez, porém, não sejamos. É possível que sejamos intoleráveis. Quando somos,a “natureza” trabalha contra nós. Isso ocorre porque as mesmíssimas condições de intimidade que tornam possível a Afeição também tornam possível - e com a mesma naturalidade - uma repulsa peculiarmente incurável; um ódio tão imemorial, constante, unilateral e às vezes inconsciente, como a forma correspondente de amor. - C S Lewis

+ O problema real da vida cristã aparece onde as pessoas normalmente não o procuram. Ele aparece no instante em que você acorda cada manhã. Todos os desejos e esperanças para o dia correm para você como animais selvagens. E a primeira tarefa de cada manhã consiste simplesmente em empurrá-los todos para trás; em dar ouvidos a outra voz, tomando aquele outro ponto de vista, deixando aquela outra vida mais ampla, mais forte e mais calma entrar como uma brisa. E assim por diante, todos os dias. Mantendo distância de todas as inquietações e de todos os aborrecimentos naturais, protegendo-se do vento. - C S Lewis

+ "...nossa imitação de Deus nesta vida - ou seja, nossa intencional, ao contrário de todas as semelhanças que ele imprimiu em nossas naturezas ou estados - deve ser uma imitação de Deus encarnado; nosso modelo é não somente o Jesus do Calvário, como também o Jesus da carpintaria, das estradas, das multidões, dos apelos clamorosos e oposições furiosas, da absoluta falta de paz e privacidade, das interrupções. Pois isso, tão estranhamente diferente de tudo o que se pode atribuir à vida divina em si mesma, aparentemente não apenas se assemelha a ela, mas é a própria vida divina operando sob condições humanas." - C S Lewis

+ No momento em que alguém diz, com sinceridade, que embora não seja “do meu tipo” ele é um bom sujeito “a seu modo” é um momento de libertação. Não sentimos isso, mas podemos apenas sentir-nos tolerantes e indulgentes. Entretanto, na verdade, acabamos de cruzar uma fronteira. Aquele “a seu modo” indica que estamos superando as nossas idiossincrasias, que estamos aprendendo a apreciar a bondade e a inteligência por si mesmas, e não simplesmente bondade e inteligência temperadas e servidas para agradar apenas ao nosso paladar. (Os quatro amores) - C S Lewis

+ Não seria medonho se um dia, no nosso mundo, os homens se transformassem por dentro em animais ferozes, como os daqui, e continuassem por fora parecendo homens, e a gente assim nunca soubesse distinguir uns dos outros? C.S.Lewis - C S Lewis

+ Não existe investimento seguro. Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser espremido e possivelmente partido. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto, não deve dá-lo a ninguém, nem mesmo a um animal. Envolva-o cuidadosamente em passatempos e pequenos confortos, evite todos os envolvimentos, feche-o com segurança no esquife ou no caixão do seu egoísmo. Mas nesse esquife - seguro, sombrio, imóvel, sufocante - ele irá mudar. Não será quebrado, mas vai se tornar inquebrável, impenetrável, irredimível. [...] O único lugar fora do céu onde você pode se manter perfeitamente seguro contra todos os perigos e perturbações do amor é o inferno. - C S Lewis

+ Eu não tenho nenhuma opinião a respeito de nenhum assunto neste mundo. Eu narro os fatos e indicio as implicações. Se todos nos permitíssemos menos opiniões, haveria menos tolice falada e impressa neste mundo. - C S Lewis

+ "A verdade, porém, é que os maiores males e crimes são criados, arquitetados e executados em escritórios bem limpos, atapetados, refrigerados e bem iluminados por homens de colarinho branco, unhas bem cuidadas; estão sempre bem barbeados e jamais precisam elevar seu tom de voz" - C S Lewis

+ A afeição não seria afeição se fosse ostentosa e expressa com freqüência; produzi-la em público é o mesmo que tirar nossa mobília de casa para uma mudança. Ela parecia adequada no lugar em que estava, mas se nos afigura envelhecida, espalhafatosa ou grotesca à luz do sol. A afeição quase que se esquiva ou se infiltra em nossa vida. Ela faz parte das coisas privadas, humildes, como uma simples roupa de baixo. Chinelos macios, roupas velhas, velhas anedotas, o bater da cauda de um cachorro sonolento no chão da cozinha, o som da máquina de costura, uma boneca deixada no jardim. (Os quatro amores) - C S Lewis

+ “… Você tem de pedir a ajuda de Deus. Mesmo depois de pedir, poderá ter a impressão de que a ajuda não vem, ou vem em dose menor que a necessária. Não se preocupe. Depois de cada fracasso, levante-se e tente de novo. Muitas vezes, a primeira ajuda de Deus não é a própria virtude, mas a força para tentar de novo […] esse processo de treinamento dos hábitos da alma é ainda mais valioso. Ele cura nossas ilusões a respeito de nós mesmos e nos ensina a confiar em Deus…”. C.S. Lewis – Cristianismo Puro e Simples - C S Lewis

+ Você se torna amigo de alguém sem saber ou se preocupar se ele é casado ou solteiro ou como ganha a vida. O que todas essas “coisas desprezíveis e rotineiras” têm a ver com a pergunta real: “Você vê a mesma verdade?” Num círculo de amigos verdadeiros cada homem é simplesmente o que é: não representa nada além dele mesmo. Ninguém se importa absolutamente com a família, profissão, classe social, renda, raça ou história prévia do outro. Você irá naturalmente ficar sabendo sobre a maior parte dessas coisas no final, mas casualmente. Elas virão aos poucos, para fornecer um exemplo ou uma analogia, para servir de ganchos para uma anedota, mas nunca por si mesmas. Essa a realeza da amizade. (Os quatro amores) - C S Lewis

+ Uma história infantil que só pode ser apreciada por crianças não é uma boa história infantil. - C S Lewis

+ Um prazer atinge sua plenitude somente quando é relembrado. Você fala como se o prazer fosse uma coisa, e a lembrança, outra. Tudo é uma coisa só. O que você chama de lembrança é a última parte do prazer, como os últimos versos são as últimas partes do poema. Quando você e eu nos conhecermos, o encontro terminou bem rápido: não foi nada. Agora, ele está crescendo à medida que nos lembramos dele. Mesmo assim, sabemos muito pouco a respeito dele. O que ele vier a ser quando eu me lembrar dele na hora da minha morte, o que ele operar em mim em todos os meus dias até aquela hora... esse é o verdadeiro encontro. O outro é só o início. Você diz que há poetas no seu mundo. Eles não lhes ensinam isso? O verso mais esplêndido atinge seu completo esplendor somente por intermédio de todos os versos que o acompanham. Se você voltasse a ele, haveria de considerá-lo menos esplêndido do que imaginava. Você o mataria. Essa tentação de repetir coisas, como se a vida fosse um filme que pudesse ser desenrolado mais de uma vez ou mesmo que pudesse retroceder... será que essa não era possivelmente a raiz de todo o mal? Não: é claro que o amor ao dinheiro era chamado desse modo. Mas o dinheiro em si — talvez ele fosse valorizado principalmente como uma defesa contra o acaso, uma segurança para ser capaz de ter coisas novamente, um meio para deter o desenrolar do filme. - C S Lewis

+ Toda vez que você fracassar, ele o colocará novamente em pé. E ele tem perfeita consciência de que seus próprios esforços não o aproximarão em nada da perfeição. Por outro lado, você tem de saber desde o princípio que a meta rumo à qual ele o dirige é a perfeição absoluta; e não existe poder algum no universo, exceto você mesmo, que possa impedi-lo de conduzir você a essa meta. - C S Lewis

+ To love at all is to be vulnerable. Love anything and your heart will be wrung and possibly broken. If you want to make sure of keeping it intact you must give it to no one, not even an animal. Wrap it carefully round with hobbies and little luxuries; avoid all entanglements. Lock it up safe in the casket or coffin of your selfishness. But in that casket - safe, dark, motionless, airless - it will change. It will not be broken; it will become unbreakable, impenetrable, irredeemable. The alternative to tragedy, or at least to the risk of tragedy, is damnation. The only place outside of Heaven where you can be perfectly safe from all the dangers and perturbations of love is Hell. - C S Lewis

+ “Podemos dizer qualquer coisa uns para os outros.” A verdade subjacente é que a Afeição em sua melhor forma pode dizer o que a Afeição em sua melhor forma quer dizer, sem levar em conta as regras que governam a etiqueta em público, pois a Afeição em sua melhor forma não deseja nem ferir, nem humilhar, nem dominar. Você pode chamar a esposa de seu coração de “Esponja!” quando ela toma inadvertidamente tanto o seu drinque como o dela. Pode caçoar da história que seu pai vem contando repetidamente. Pode arreliar, pregar peças e provocar. Pode até dizer: “Cale a boca, agora quero ler”. Pode fazer tudo com o tom de voz certo e na hora oportuna o tom e o momento que não irão ferir nem têm essa intenção. (Os quatro amores) - C S Lewis

+ Para o determinismo ser verdadeiro, seria necessária uma base racional para seu pensamento, mas, se o determinismo é verdadeiro, não há bases racional para o pensamento, já que tudo é determinado por forças não racionais. Portanto, se o determinismo afirma ser verdadeiro, então, deve ser falso. - C S Lewis

+ Os humanos... Como espíritos, eles fazem parte da existência eterna, mas como animais eles vivem presos ao tempo. Isso implica em que seus espíritos podem ser direcionados a objetos eternos e seus corpos, paixões e imaginações estão em contínua mudança, já que estar ligado ao tempo significa estar em mutação. - Em Cartas do Inferno. - C S Lewis