Frases de Evan Do Carmo
+ Não abro mão da minha solidão Quando sou vazio metafísico No silencioso abismo de mim Onde criou o imponderável. Neste instante glorioso em que "sou" Longe do mundo e das pessoas Eu tomo meu café amargo E me solto das amarras dos homens Tudo é infinito e intocável Para tudo além de mim Sou natureza e instinto Não importa se sou verdade O que crio foge às convenções A arte de viver é ser livre A arte de morrer é negar Julgar é tarefa para os mortos. Enquanto vivo penso, existo A crença de esperar o amanhã É fuga e medo de sonhar Não sou poeta, apenas minto. - Evan Do Carmo
+ Na poesia, há presunção Que nasce ao criar um verso É a busca pela expressão De um talento que é perverso A alma do poeta voa Em palavras que vão e vêm Sem destino ou direção Em um devaneio além Mas onde há loucura há brilho E a genialidade nasce Do caos e do emaranhado E é assim que a poesia se espelha Nas palavras que se encaixam Para mostrar o mundo ao nosso redor. - Evan Do Carmo
+ "Na minha idade, quero ser amado e tolerado à medida que amo e tolero." - Evan Do Carmo
+ NA CANDÊNCIA DO SAMBA Na candência do samba Eu conheci você Dançando ciranda E o maculelê. Você era a beleza Em forma e nuance Eu, um poeta comum Só queria romance. Viajamos na noite Sob a lua de maio Sem promessa partiste Me deixando tão triste Te olhando em soslaio. - Evan Do Carmo
+ Na candência do samba Eu conheci você Dançando ciranda E o maculelê. - Evan Do Carmo
+ NA CADÊNCIA DO SAMBA Na cadência samba conheci você, dançando ciranda e o maculelê. Morena brejeira dos olhos de mel não és Julieta, e eu não sou Romeu somos versos da história que o amor escreveu. Morena bonita de endoidecer eu fiz este samba pra lhe enaltecer na rua ou no asfalto meu partido alto é você. Na cadência samba conheci você, dançando ciranda e o maculelê. - Evan Do Carmo
+ Na brevidade da vida, a morte leve, Um sopro suave em nossa existência, Como uma bola de neve que se move, Num vai e vem que escapa à nossa ciência. Passamos pelos dias, como o vento, Numa dança fugaz de alegrias e dores, E assim seguimos, num eterno movimento, Em busca de sonhos, em busca de amores. Mas eis que a vida foge em seu trajeto, E a morte, silente, nos abraça enfim, Como uma roda nos esmaga com efeito. A cada instante, somos lembrados assim, Que a vida é breve, o tempo é suspeito, E devemos viver cada momento, até o fim. - Evan Do Carmo
+ MUSA NOTURNA Mulher, estrela nua Silhueta crua de um pintor veraz Brilha na noite purpura De alma tenaz. Vem ao meu encontro Com passos firmes Com um olhar vítreo Focado em mim. Fugir não posso Nunca antes ela veio assim Tão resolvida a me absorver A me sugar para o seu mundo. Acabo cedendo, caindo das nuvens Onde habitei por anos frios Ela me segura com suas mãos quentes Estanca de repente os meus calafrios EVAN DO CARMO - Evan Do Carmo
+ MUSA DO MAR Sempre que você me olha o meu corpo treme desejo desejo de lhe abraçar desejo de lhe dar um beijo. Lembro aquele dia nós dois e do pôr do sol, seu corpo bronzeado eterna poesia.. Você, musa do mar divino pão dourado e eu pobre mortal escravo do pecado Pierrot sem fantasia. - Evan Do Carmo
+ MUSA DE MONET Guardei o teu retrato No horizonte da ilusão Depois do arco-íris Surgiu uma distração. Um vulto de mulher Andando devagar Em minha direção Musa de Monet Pensei fosse você. O amor é mesmo infante Virou hoje um fantasma Quem foi um dia amante. Evan do Carmo - Evan Do Carmo
+ Musa de Apolo Com estas palavras, manifesto a minha dedicação e admiração por ti, ó musa inspiradora. Mesmo quando penso que não há espaço para a poesia em meu coração, tua presença intensa e marcante me arrebata e me faz desejar expressar em versos todo o encanto que tu despertas em mim. Tu és tão bela e enigmática quanto as deusas gregas, que inspiravam os poetas da antiguidade. Sempre que te observo, sinto-me pequeno diante de tua grandeza e beleza. És como uma medula óssea que sustenta e anima todo o meu ser, me levando a novas descobertas e horizontes. Tu és a costela mitológica de Deus, que me faz acreditar na existência de um plano superior que governa os rumos da vida. Tu és uma mulher inconformada, que se recusa a ser reduzida a estereótipos e padrões, e que se afirma em sua essência humana, carregando consigo o calor e a fragilidade que nos tornam tão singulares. Tu és, enfim, a personificação da poesia em sua mais alta expressão. Não se pode falar de poesia sem falar de ti, sem evocar tua imagem delicada e vibrante, que transcende os limites do tempo e do espaço. És a musa de Apolo, cujo canto e beleza inspiram a todos os que te contemplam. Por tudo isso, quero dedicar esta tese a ti, ó minha musa inspiradora. Que minhas palavras possam ser tão belas e intensas quanto a tua presença em minha vida, e que possam expressar todo o meu amor e admiração por ti. Pois tu és a fonte de minha poesia, a razão de minha existência, e a inspiração que me move sempre em direção aos mais altos vôos do espírito. - Evan Do Carmo
+ MULHER Mulher, você sabe dizer a coisa certa Com uma palavra me desperta Para um novo amanhã. Mulher, você sabe fazer a coisa certa Determinada e discreta toma sua posição. Mulher, você que organiza minha vida Me dá paz, me dá guarida Neste imenso coração. Mulher, você que sempre esquece as desavenças Não discute as minhas crenças Sempre dá o seu perdão. Mulher, você que sempre está junto ao meu lado A caminhar de braços dados, numa mesma direção. Eu sem você sou rancho velho abandonado Terra infértil, chão cansado Não produzo mais o pão. - Evan Do Carmo
+ Mulher de olhos verdes, és obra divina De curvas suaves e pele macia A tua beleza é qual doce melina Que embriaga o coração dia após dia Teus lábios carnudos, vermelhos como o sol Despertam em mim um desejo voraz E em teus abraços eu me sinto no rol De um sonho eterno, que nunca se desfaz Teus olhos brilham, como estrelas no céu E chamam-me a eles, como um farol Que me guia de noite, quando tudo é breu Mulher de olhos verdes, tu és a doçura Que alegra minha vida e me inspira a ternu - Evan Do Carmo
+ MPOSSÍVEL TE ESQUECER Eu sei que não vai ser tão fácil Esquecer, teu olhar, Teu amor, teu prazer. Como é que eu posso esquecer Tudo que vivemos, As noites quentes junto ao mar Barco sem vela, sem direção Das tardes frias e tão chuvosas sob as cobertas, teu cheiro de rosa meu paraíso de perdição. Como é que eu posso esquecer O teu riso solto, teu abraço apertado Caminhar lado a lado, pegado em tua mão Se Com você eu tenho tudo Tenho vida e paixão. - Evan Do Carmo
+ MORTE LEVE, NÃO DOLOROSA Assim dizia um poeta, este poeta que não era triste nem viva sorrindo à toa o poeta não era de muitos amigos, tampouco de muitos amores. Contudo, ao atingir a maturidade, quando se viu saciado de dias falou em uma conversa com Deus, Deus esse que ele pouco incomodava com suas necessidades de homem mortal. Então disse o poeta, sem nenhum traço de melancolia: Eu, de fato posso concluir com bastante satisfação que a vida me foi agradável, até muito mais além daquilo que eu desejava. Usufruiu de quase tudo aquilo que é possível ao homem desfrutar: tive filhos e esposa-amante. Fui contemplado com o dom maior reservado aos deuses entre os homens, música e construção, poesia e espiritualidade, fui pai e avô, usei com equilíbrio tudo que dá prazer a carne e ao espírito. Tive tempo e coragem para declarar meu amor a quem de fato o merecia. Fui bom amigo, marido dedicado e leal. Fiz música e poesia para todos, nunca calei diante da injustiça em bora a tenha cometido em algum momento por confusão mental e falta de critério.. Sempre tive coragem moral para defender minhas convicções para pedir perdão e conceder a quem de mim necessitou, creio que agora estou concluso, no verso e na prosa. Então que a morte seja breve, embora leve não possa ser, mas para mim não será dolorosa. Evan do Carmo 13\12\19 - Evan Do Carmo
+ Morrendo 4 mil por dia, numa guerra onde vulneráveis são linha de frente. O comandante ordena, "Avante, coragem, as baixas são poucas.. Que soldado em sã consciência aceitaria este comando? Cada um cuide de sua vida, família.. todos são responsáveis. - Evan Do Carmo
+ MONÓLOGO DA FOME Eu estou com fome, meu senhor. Perdi meu emprego, fiquei doente E hoje moro na rua. A covid matou metade da minha família. De onde eu sou? Não sou da Disneylândia, já morei na Ceilândia, na Estrutural, No lago Azul, em vários lugares, nesses lugares em que as pessoas não desejam morar. É hoje eu moro aruá, lugar em que muitos desejariam morar, para ter a liberdade que eu tenho, mas para morar na rua a pessoa precisa passar por onde eu passei, viver o que eu vivi. Meu senhor, por piedade, diga-me, o senhor vai ou não me dar um prato de comida? - Evan Do Carmo
+ Minha vida é um elo frágil Que liga princípio meio e fim De onde venho, para onde vou? Resposta que não encontro em mim. - Evan Do Carmo
+ MIGALHAS Deixe eu lhe dar só as migalhas do meu amor do meu querer. Pois se lhe der tudo de mim sereium fardo pra você. Diz o poeta com razão que amor demais dá combustão. Acende o fogo da paixão e toda chama um dia apaga. - Evan Do Carmo
+ MEU VIOLÃO Se meu violão falasse Certamente diria Em verso, em prosa em poesia Coisas secretas de minha alma Que nem cartola cantaria. Sobre amores esperados Nas esquinas da vida Em noites vazias De tantos desencontros Em breves sussurros Em tristes melodias. Meu violão canta como eu desafinado de melancolia Sonhando o futuro glorioso Esperançoso de paz e harmonia. Meu violão, um amigo leal O mais próximo do peito Somos assim predestinados à solidão, Vivemos esta grande ilusão Que ninguém nos roubará este direito. - Evan Do Carmo
+ Meu verbo é sujeito do pretérito imperfeito que por ora se cala. Quem hoje me vale é o sábio silêncio se penso não digo se quero ignoro Se a dor não me larga se a rua não cabe as ideias eu enterro se perco o amigo Se a fome ameaça e o preço da bala é mais baixo que o trigo. - Evan Do Carmo
+ MEU SONHO Eu tenho um sonho, hoje ficou mais no campo dos sonhos...Contudo, houve um tempo, antes da pandemia, quando me dedicava totalmente à literatura, esse sonho era como um projeto de vida, e muitas vezes o vi realizado. Hoje tenho dedicado muito tempo à música, que é, de fato meu primeiro projeto de vida dentro da arte como um todo... Ah, vocês querem saber qual era meu sonho-projeto? Tenho pensado nele ultimamente, parece um sonho, para alguns beira à loucura, mas há sempre razão na loucura, e a minha, nesse campo, é ganhar um Nobel de Literatura. Você deve se perguntar: Que obra tem este cara presunçoso para almejar tão delírio? Bem, procurem meus livros, mas leia-os com verdeira motivação, e, se for bom conhecedor de literatura saberá, desde já, que meu sonho é algo provavelmente factivo. - Evan Do Carmo
+ Meu pai Herói. Meu pai se chamava Heleno Francisco do Carmo, não tenho dele muitas lembranças, ele morreu quando eu tinha onze anos, contudo, guardo algumas lembranças, sobretudo da época em que ficou doente. Meu pai era um homem muito forte, um trabalhador exemplar. Era um lavrador, homem que cuida da terra, ele próprio tinha um pequeno pedaço de terra, por onde passava um riacho, terra fértil, onde plantava cana e milho e melancia. É disso que me lembro bem, também plantava bananas. Não sei dizer se meu pai era um homem triste, se tinha crises existenciais, talvez fosse muito feliz, pois tinha uma bela família e uma linda esposa, honesta e trabalhadeira. Lembro-me da sua relação com minha mãe, eram felizes, combinavam em quase tudo, ambos desejavam que seus filhos estudassem para não serem analfabetos como eles eram. Meu pai era alto e moreno, tinha ombros largos como eu, era um homem bonito, mas não me recordo que alimentasse alguma vaidade nem vícios. Trabalhava incansavelmente para sustentar sua família, grande para os padrões atuais. De domingo a domingo ele sempre repetia sua rotina; acordar cedo e ir ao trabalho, além de suas próprias lavouras, milho e feijão, ele ainda trabalhava de meia ou para outros produtores rurais. Meu pai era homem temente a Deus, pelo menos é essa a impressão que tenho até hoje, pois sempre ia à missa aos domingos de manhã, com toda família, mas ao voltar pra casa, logo depois do almoço, ia ao trabalho, cuidar de um pequeno e produtivo roçado, que ficava perto de casa, meu pai só retornava à noite com um feixe de cana nos ombros. Éramos oito filhos, cinco homens e três mulheres, minha mãe ficou grávida de uma menina quando meu pai faleceu. Foram seis meses longos, a duração da doença fatal de meu pai. Meu pai nunca ficava doente, era como touro, todos os homens o invejavam por seu físico e por sua moral. Mas todo herói fatalmente sucumbe no final da epopeia. Meu pai tinha chagas desde adolescência. Fora picado por um barbeiro, na região onde foi criado esse inseto fez muitas vítimas, e a medicina não tinha os meios para prolongar a vida dos seus pacientes. Meu pai só veio manifestar os sintomas da doença aos quarenta anos, foi avassaladora sua enfermidade, em seis meses apenas ele veio a óbito. Minha mãe foi uma guerreira e fez tudo que pôde e o que não pôde para salvar a vida do seu amado. Lembro-me com muita tristeza, de uma vez que eles voltaram de uma cidade próxima; aonde eles foram, em busca de uma nova forma de tratamento, mas não havia muito que fazer, meu pai estava com o coração muito comprometido, estava rejeitando os remédios, e não havia nenhuma esperança de cura ou de melhora, ele vivia muito cansado, e minha mãe passava longas noites ao seu lado. Nós éramos muito pequenos, mas já compreendíamos que nosso herói estava condenado à morte trágica. Logo se agravou seu quadro, minha mãe teve que o internar no hospital público de nossa cidade, onde foi bem cuidado, mas em poucos dias, ele já demonstrava fraqueza extrema, não se alimentava e as injeções que tomava não causavam mais nenhum efeito paliativo, então meu guerreiro pediu para morrer em casa, pedido que fora atendido pelos médicos dele, minha mãe o levou pra casa, mas meu velho não aguentou a pequena viagem de pouco menos de três quilômetros, faleceu nos braços de minha mãe dentro da ambulância. Essa é mais uma das inúmeras tentativas que faço, para escrever sobre meu pai. Sei que daria um belo e humano romance, todavia nunca serei capaz de levar a cabo esse projeto, é doloroso demais para mim, pois a dor e o trauma da sua ausência em minha infância ainda são deveras penosos para mim. - Evan Do Carmo
+ MEU PAI Em teu rosto posso ver o amanhã tuas rugas são marcas do tempo que revela a tua senil bravura tua luta incomum pelo incerto neste mar de ilusões e de agrura. Sei das dores que velas escondido na candura do teu velho coração de um desejo por ti já reprimido a incerteza da vida e do pão. Tuas mãos calejadas de plantar a paz de espalhar sementes de esperança no teu fazer diário, como uma prece que da fé carece homem e criança Há em ti um enigma divino que explica facilmente a eternidade neste elo infalível de amor onde o PAI cumpre o acerto da vontade de no filho imprimir a sua alma na perpétua lição de uma verdade - Evan Do Carmo
+ "Meu maior dom, é ser humano, tratar meu semelhante como gosto de ser tratado...o resto é lixo metafísico." - Evan Do Carmo