Frases de Federico García Lorca
+ O mais terrível dos sentimentos é o sentimento de ter a esperança perdida. - Federico García Lorca
+ A poesia não quer adeptos, quer amantes. - Federico García Lorca
+ Se as minhas mãos pudessem desfolhar Eu pronuncio teu nome nas noites escuras, quando vêm os astros beber na lua e dormem nas ramagens das frondes ocultas. E eu me sinto oco de paixão e de música. Louco relógio que canta mortas horas antigas. Eu pronuncio teu nome, nesta noite escura, e teu nome me soa mais distante que nunca. Mais distante que todas as estrelas e mais dolente que a mansa chuva. Amar-te-ei como então alguma vez? Que culpa tem meu coração? Se a névoa se esfuma, que outra paixão me espera? Será tranqüila e pura? Se meus dedos pudessem desfolhar a lua!! - Federico García Lorca
+ Todas as coisas têm o seu mistério, e a poesia é o mistério de todas as coisas. - Federico García Lorca
+ Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramas. O barco vai sobre o mar e o cavalo na montanha. Com a sombra pela cintura ela sonha na varanda, verde carne, tranças verdes, com olhos de fria prata. Verde que te quero verde. Por sob a lua gitana, as coisas estão mirando-a e ela não pode mirá-las. - Federico García Lorca
+ Tenho medo de perder a maravilha de teus olhos de estátua e aquele acento que de noite me imprime em plena face de teu alento a solitária rosa. Tenho pena de ser nesta ribeira tronco sem ramos; e o que mais eu sinto é não ter a flor, polpa, ou argila para o gusano do meu sofrimento. Se és o tesouro meu que oculto tenho se és minha cruz e minha dor molhada, se de teu senhorio sou o cão, não me deixes perder o que ganhei e as águas decora de teu rio com as folhas do meu outono esquivo. - Federico García Lorca
+ Hoje sinto no coração um vago tremor de estrelas, mas minha senda se perde na alma de névoa. A luz me quebra as asas e a dor de minha tristeza vai molhando as recordações na fonte da ideia. Todas as rosas são brancas, tão brancas como minha pena, e não são as rosas brancas porque nevou sobre elas. Antes tiveram o íris. Também sobre a alma neva. A neve da alma tem copos de beijos e cenas que se fundiram na sombra ou na luz de quem as pensa. A neve cai das rosas, mas a da alma fica, e a garra dos anos faz um sudário com elas. Desfazer-se-á a neve quando a morte nos levar? Ou depois haverá outra neve e outras rosas mais perfeitas? Haverá paz entre nós como Cristo nos ensina? Ou nunca será possível a solução do problema? E se o amor nos engana? Quem a vida nos alenta se o crepúsculo nos funde na verdadeira ciência do Bem que quiçá não exista, e do mal que palpita perto? Se a esperança se apaga e a Babel começa, que tocha iluminará os caminhos da Terra? Se o azul é um sonho, que será da inocência? Que será do coração se o Amor não tem flechas ? Se a morte é a morte, que será dos poetas e das coisas adormecidas que já ninguém delas se recorda? Oh! sol das esperanças! Água clara! Lua nova! Coração dos meninos! Almas rudes das pedras! Hoje sinto no coração um vago tremor de estrelas e todas as coisas são tão brancas como minha pena. - Federico García Lorca
+ O POETA PEDE AO SEU AMOR QUE LHE ESCREVA Amor de minhas entranhas, morte viva, em vão espero tua palavra escrita e penso, com a flor que se murcha, que se vivo sem mim quero perder-te. O ar é imortal. A pedra inerte nem conhece a sombra nem a evita. Coração interior não necessita o mel gelado que a lua verte. Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias, tigre e pomba, sobre tua cintura em duelo de kordiscos e açucenas. Enche, pois, de palavras minha loucura ou deixa-me viver em minha serena noite da alma para sempre escura. ( tradução: William Agel de Melo ) - Federico García Lorca
+ Olha à direita e à esquerda do tempo, e que o teu coração aprenda a estar tranquilo. - Federico García Lorca
+ SINTO Sinto que em minhas veias arde sangue, chama vermelha que vai cozendo minhas paixões no coração. Mulheres, por favor, derramai água: quando tudo se queima, só as fagulhas voam ao vento. - Federico García Lorca
+ Arder de desejo e ficar quieto sobre isso é a maior punição que podemos trazer a nós mesmos. - Federico García Lorca
+ Como não me preocupei de nascer, não me preocuparei de morrer. - Federico García Lorca
+ AR DE NOTURNO Tenho muito medo das folhas mortas, medo dos prados cheios de orvalho. eu vou dormir; se não me despertas, deixarei a teu lado meu coração frio. O que é isso que soa bem longe? Amor. O vento nas vidraças, amor meu! Pus em ti colares com gemas de aurora. Por que me abandonas neste caminho? Se vais muito longe, meu pássaro chora e a verde vinha não dará seu vinho. O que é isso que soa bem longe? Amor. O vento nas vidraças, amor meu! Nunca saberás, esfinge de neve, o muito que eu haveria de te querer essas madrugadas quando chove e no ramo seco se desfaz o ninho. O que é isso que soa bem longe? Amor. O vento nas vidraças, amor meu! - Federico García Lorca
+ ESTE É O PRÓLOGO Deixaria neste livro toda a minha alma. este livro que viu as paisagens comigo e viveu horas santas. Que pena dos livros que nos enchem as mãos de rosas e de estrelas e lentamente passam! Que tristeza tão funda é olhar os retábulos de dores e de penas que um coração levanta! Ver passar os espectros de vida que se apagam, ver o homem desnudo em Pégaso sem asas, ver a vida e a morte, a síntese do mundo, que em espaços profundos se olham e se abraçam. Um livro de poesias é o outono morto: os versos são as folhas negras em terras brancas, e a voz que os lê é o sopro do vento que lhes incute nos peitos - entranháveis distâncias. O poeta é uma árvore com frutos de tristeza e com folhas murchas de chorar o que ama. O poeta é o médium da Natureza que explica sua grandeza por meio de palavras. O poeta compreende todo o incompreensível e as coisas que se odeiam, ele, amigas as chamas. Sabe que as veredas são todas impossíveis, e por isso de noite vai por elas com calma. Nos livros de versos, entre rosas de sangue, vão passando as tristes e eternas caravanas que fizeram ao poeta quando chora nas tardes, rodeado e cingido por seus próprios fantasmas. Poesia é amargura, mel celeste que emana de um favo invisível que as almas fabricam. Poesia é o impossível feito possível. Harpa que tem em vez de cordas corações e chamas. Poesia é a vida que cruzamos com ânsia, esperando o que leva sem rumo a nossa barca. Livros doces de versos sãos os astros que passam pelo silêncio mudo para o reino do Nada, escrevendo no céu suas estrofes de prata. Oh! que penas tão fundas e nunca remediadas, as vozes dolorosas que os poetas cantam! Deixaria neste livro toda a minha alma... tradução: William Agel de Melo - Federico García Lorca
+ Gazel do Amor Desesperado A noite não quer vir para que tu não venhas, nem eu possa ir. Mas eu irei, inda que um sol de lacraus me coma a fronte. Mas tu virás com a língua queimada pela chuva de sal. O dia não quer vir para que tu não venhas, nem eu possa ir. Mas eu irei entregando aos sapos meu mordido cravo. Mas tu virás pelas turvas cloacas da escuridade. Nem a noite nem o dia querem vir para que por ti morra e tu morras por mim. - Federico García Lorca
+ A rosa não buscava a aurora: quase eterna no ramo buscava outra coisa. A rosa não buscava ciência nem sombra: confim de carne e sonho, buscava outra coisa. A rosa não buscava a rosa: imóvel pelo céu buscava outra coisa. - Federico García Lorca
+ a noite esporeia suas negras ancas cravando-se estrelas - Federico García Lorca
+ A poesia é a união de duas palavras que nunca se supôs que se pudessem juntar e que formam uma espécie de mistério. - Federico García Lorca
+ A Terra é o provável paraíso perdido. - Federico García Lorca
+ Há coisas encerradas dentro dos muros que, se saíssem de repente para a rua e gritassem, encheriam o mundo. - Federico García Lorca
+ LA LLUVIA La lluvia tiene un vago secreto de ternura, algo de soñolencia resignada y amable, una música humilde se despierta con ella que hace vibrar el alma dormida del paisaje. Es un besar azul que recibe la Tierra, el mito primitivo que vuelve a realizarse. El contacto ya frío de cielo y tierra viejos con una mansedumbre de atardecer constante. Es la aurora del fruto. La que nos trae las flores y nos unge de espíritu santo de los mares. La que derrama vida sobre las sementeras y en el alma tristeza de lo que no se sabe. La nostalgia terrible de una vida perdida, el fatal sentimiento de haber nacido tarde, o la ilusión inquieta de un mañana imposible con la inquietud cercana del color de la carne. El amor se despierta en el gris de su ritmo, nuestro cielo interior tiene un triunfo de sangre, pero nuestro optimismo se convierte en tristeza al contemplar las gotas muertas en los cristales. Y son las gotas: ojos de infinito que miran al infinito blanco que les sirvió de madre. Cada gota de lluvia tiembla en el cristal turbio y le dejan divinas heridas de diamante. Son poetas del agua que han visto y que meditan lo que la muchedumbre de los ríos no sabe. ¡Oh lluvia silenciosa, sin tormentas ni vientos, lluvia mansa y serena de esquila y luz suave, lluvia buena y pacifica que eres la verdadera, la que llorosa y triste sobre las cosas caes! ¡Oh lluvia franciscana que llevas a tus gotas almas de fuentes claras y humildes manantiales! Cuando sobre los campos desciendes lentamente las rosas de mi pecho con tus sonidos abres. El canto primitivo que dices al silencio y la historia sonora que cuentas al ramaje los comenta llorando mi corazón desierto en un negro y profundo pentagrama sin clave. Mi alma tiene tristeza de la lluvia serena, tristeza resignada de cosa irrealizable, tengo en el horizonte un lucero encendido y el corazón me impide que corra a contemplarte. ¡Oh lluvia silenciosa que los árboles aman y eres sobre el piano dulzura emocionante; das al alma las mismas nieblas y resonancias que pones en el alma dormida del paisaje! - Federico García Lorca
+ Tengo miedo a perder la maravilla de tus ojos de estatua, y el acento que de noche me pone en la mejilla la solitaria rosa de tu aliento. Tengo pena de ser en esta orilla tronco sin ramas; y lo que más siento es no tener la flor, pulpa o arcilla, para el gusano de mi sufrimiento. Si tú eres el tesoro oculto mío, si eres mi cruz y mi dolor mojado, si soy el perro de tu señorío, no me dejes perder lo que he ganado y decora las aguas de tu río con hojas de mi otoño enajenado. - Federico García Lorca
+ Confusão Meu coração é teu coração? Quem me reflexa pensamentos? Quem me presta esta paixão sem raízes? Por que muda meu traje de cores? Tudo é encruzilhada! Por que vês no céu tanta estrela? Irmão, és tu ou sou eu? E estas mãos tão frias são daquele? Vejo-me pelos ocasos, e um formigueiro de gente anda por meu coração. Tradução de Oscar R. Mendes - Federico García Lorca
+ Verde que te quero verde. Verde vento. Verdes ramas. - Federico García Lorca
+ VOLTA DE PASSEIO Assassinado pelo céu, entre as formas que vão para a serpente e as formas que buscam o cristal, deixarei crescer meus cabelos. Com a árvore de tocos que não canta e o menino com o branco rosto de ovo. Com os animaizinhos de cabeça rota e a água esfarrapada dos pés secos. Com tudo o que tem cansaço surdo-mudo e mariposa afogada no tinteiro. Tropeçando com meu rosto diferente de cada dia. Assassinado pelo céu! ( tradução: William Agel de Melo) - Federico García Lorca