Frases de Fernando Pessoa

+ Não há substância de pensamento na matéria de alma com que penso... - Fernando Pessoa

+ Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram. - Fernando Pessoa

+ Não há pior que a arte dos que morrem, a não ser o pensamento dos que não existem. - Fernando Pessoa

+ Não há normas. Todos os homens são excepções a uma regra que não existe. - Fernando Pessoa

+ Não fiz nada, bem sei, nem o farei, Mas de não fazer nada isto tirei, Que fazer tudo e nada é tudo o mesmo, Quem sou é o espectro do que não serei. Vivemos aos encontros do abandono Sem verdade, sem dúvida nem dono. Boa é a vida, mas melhor é o vinho. O amor é bom, mas é melhor o sono. - Fernando Pessoa

+ Não existem amores perfeitos, mas amantes acomodados. - Fernando Pessoa

+ Não é por nada que olho: é que eu gosto de ver as pessoas sendo. - Fernando Pessoa

+ Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada. - Fernando Pessoa

+ NÃO DIGAS NADA! Não digas nada! Não, nem a verdade! Há tanta suavidade Em nada se dizer E tudo se entender — Tudo metade De sentir e de ver... Não digas nada! Deixa esquecer. Talvez que amanhã Em outra paisagem Digas que foi vã Toda esta viagem Até onde quis Ser quem me agrada... Mas ali fui feliz... Não digas nada. - Fernando Pessoa

+ Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. - Fernando Pessoa

+ Não adianta tirar da mente o que não sai do coração. Você apaga os momentos, mas as lembranças se mantêm vivas dentro de você - Fernando Pessoa

+ Nada sou, nada posso, nada sigo. Trago, por ilusão, meu ser comigo. Não compreendo compreender, nem sei Se hei de ser, sendo nada, o que serei. Fora disto, que é nada, sob o azul Do lato céu um vento vão do sul Acorda-me e estremece no verdor. Ter razão, ter vitória, ter amor. Murcharam na haste morta da ilusão. Sonhar é nada e não saber é vão. Dorme na sombra, incerto coração. - Fernando Pessoa

+ Nada sou, nada posso, nada sigo. Trago, por ilusão, meu ser comigo Não compreendo, compreender nem sei Se hei de ser, sendo nada, o que serei? - Fernando Pessoa

+ Nada se sabe, tudo se imagina. Circunda-te de rosas, ama, bebe E cala. O mais é nada. - Fernando Pessoa

+ Nada se sabe, tudo se imagina. - Fernando Pessoa

+ "Nada sabemos da alma Senão da nossa; As dos outros são olhares, São gestos, são palavras, Com a suposição De qualquer semelhança no fundo." - Fernando Pessoa

+ Nada me prende, a nada me ligo, a nada pertenço. Todas as sensações me tomam e nenhuma fica. Sou mais variado que uma multidão de acaso, Sou mais diverso que o universo espontâneo, Todas as épocas me pertencem um momento, Todas as almas um momento tiveram seu lugar em mim. Fluído de intuições, rio de supor - mas, Sempre ondas sucessivas, Sempre o mar - agora desconhecendo-se Sempre separando-se de mim, indefinidamente. - Fernando Pessoa

+ Nada me o abismo deu ou o céu mostrou. Só o vento volta onde estou toda e só, E tudo dorme no confuso mundo. - Fernando Pessoa

+ Nada me explica. Nada me pertence E sobre tudo a lua alheia verte A luz que tudo dissipa e nada vence. - Fernando Pessoa

+ "Nada me comove que se diga, de um homem que tenho por louco ou néscio, que supera a um homem vulgar em muitos casos e conseguimentos da vida. Os epiléticos são, na crise, fortíssimos; os paranóicos raciocinam como poucos homens normais conseguem discorrer; os delirantes com mania religiosa agregam multidões de crentes como poucos se alguns) demagogos as agregam, e com uma força íntima que estes não logram dar aos seus sequazes. E isto tudo não prova senão que a loucura é loucura. Prefiro a derrota com o conhecimento da beleza das flores, que a vitória no meio dos desertos, cheia da cegueira da alma a sós com a sua nulidade separada." (Livro do desassossego) - Fernando Pessoa

+ Nada há que tão notavelmente determine o auge de uma civilização, como o conhecimento, nos que a vivem, da esterilidade de todo o esforço, porque nos regem leis implacáveis, que nada revoga nem obstrui. Somos, porventura, servos algemados ao capricho de deuses, mais fortes porém não melhores que nós, subordinados, nós como eles, à regência férrea de um Destino abstracto, superior à justiça e à bondade, alheio ao bem e ao mal. - Fernando Pessoa

+ Nada é, tudo se outra. - Fernando Pessoa

+ Na véspera de não partir nunca, ao menos não há que se arrumar malas Fernando Pessoa - Fernando Pessoa

+ NA RIBEIRA DESSE RIO Na ribeira desse rio Ou na ribeira daquele Passam meus dias a fio Nada me impede, me impele, Me dá calor ou dá frio Vou vendo o que o rio faz Quando o rio não faz nada Vejo os rastros que ele traz Numa seqüência arrastada Do que ficou para trás Vou vendo e vou meditando Não bem no rio que passa Mas só no que estou pensando Porque o bem dele é que faça Eu não ver que vai passando Vou na ribeira do rio Que está aqui ou ali E do seu curso me fio Porque se o vi ou não vi Ele passa e eu confio Ele passa e eu confio Ele passa e eu confio - Fernando Pessoa

+ Na noite terrível, substância natural de todas as noites Na noite de insônia, substância natural de todas as minhas noites Relembro, velando em modorra incômoda Relembro o que fiz e o que podia ter feito na vida. O irreparável do meu passado — esse é que é o cadáver! Relembro, e uma angústia. Espalha-se por mim todo como um frio do corpo ou um medo Todos os outros cadáveres pode ser que sejam ilusão. Todos os mortos pode ser que sejam vivos noutra parte. Todos os meus próprios momentos passados pode ser que existam algures. Na ilusão do espaço e do tempo, Mas o que eu não fui, o que eu não fiz, o que nem sequer sonhei. O que só agora vejo que deveria ter feito Na falsidade do decorrer. O que só agora claramente vejo que deveria ter sido Isso é que é morto para além de todos os Deuses Se em certo momento. Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim; Isso e foi afinal o melhor de mim é que nem os Deuses fazem viver ... Se em certa altura Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita; Se em certa conversa. Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro. Mas não virei para o lado irreparavelmente perdido. Se tudo isso tivesse sido assim. Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro. Seria insensivelmente levado a ser outro também... Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas, Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo A conversa fechada concludentemente Claras, inevitáveis, naturais... A matéria toda resolvida... O que falhei deveras não tem esperança nenhuma Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói. Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar? Em sistema metafísico nenhum. Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei, Enterro-o no meu coração para sempre, para todo o tempo, para todos os universos. Esses sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver. Como uma verdade de que não partilho, Nesta noite em que não durmo, e o sossego me cerca. E lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível pra mim. Fernando Pessoa - Fernando Pessoa