Frases de Fiódor Dostoiévski

+ ⁠Se não existe a imortalidade da alma, então não existe tampouco a virtude, logo, tudo é permitido. - Fiódor Dostoiévski

+ Os moradores saíram por onde entraram, um por um, com esse estranho sentimento de satisfação íntima que o homem mais compassivo não pode esconder diante do sofrimento alheio, seja até do amigo mais querido, do maior amigo. - Fiódor Dostoiévski

+ Oh, que baixo eu caí! Não, do que eu necessitava era das suas lágrimas; o que eu precisava era de ver o seu medo, ver como o coração lhe doía e se despedaçava! Eu precisava de agarrar-me a qualquer coisa, de pactuar, de contemplar um ser humano! E tinha-me a resumir em mim mesmo tantas ilusões, e sonhar tantas coisas de mim, eu, que sou um mendigo, insignificante e reles, reles!" - Fiódor Dostoiévski

+ O silêncio sempre é bonito e o calado sempre é mais bonito do que o falante. - Fiódor Dostoiévski

+ ⁠O que os homens mais temem acima de tudo? O que for capaz de mudar-lhes os hábitos. - Fiódor Dostoiévski

+ Naquele instante eu também a amava de maneira alguma a odiava, no entanto acontecia o que sempre acontece: a pessoa que a gente mais ama é a primeira que a gente ofende. - Fiódor Dostoiévski

+ Não são os milagres que inclinam o realista para a fé. O verdadeiro realista, caso não creia, sempre encontrará em si força e capacidade para não acreditar no milagre, e se o milagre se apresenta diante dele como um fato irrefutável, é mais fácil ele descrer de seus sentidos que admitir o fato. - Fiódor Dostoiévski

+ Eu não posso calar-me quando meu coração grita(...) sonho todos os dias que, em alguma ocasião, em algum lugar, hei de encontrar e hei de conhecer alguém...Aí, se soubesse quantas vezes me apaixonei, só em imaginação! (...)concretamente, apenas por um ideal que aparece nos meus sonhos. Eu, em sonhos, imagino novelas completas. (in Noites Brancas) - Fiódor Dostoiévski

+ Esses sonhos, sonhos doentios, ficam sempre gravados na memória por muito tempo e produzem uma forte impressão no organismo enfraquecido e alterado do homem. (Crime e Castigo) - Fiódor Dostoiévski

+ As aparições são, por assim dizer, pedaços ou fragmentos de outros mundos, o seu princípio. É claro que o homem são não tem motivo para vê-las, porque o homem são é o homem mais terreno, e deve viver uma vida terrestre, atendendo à harmonia e à ordem. Mas quando adoece, ou quando a ordem terrena se altera no organismo, começa imediatamente a mostrar-se a possibilidade de outro mundo, e, quanto mais doente, tanto mais em contato se encontra com esse outro mundo, de maneira que, quando morre completamente, o homem vai direto para esse mundo. - Fiódor Dostoiévski

+ A moderna sociedade burguesa, uma sociedade que desenvolveu gigantescos meios de troca e produção, é como o feiticeiro incapaz de controlar os poderes ocultos que desencadeou com suas fórmulas mágicas. - Fiódor Dostoiévski

+ Um sonhador - para explicar-me mais concretamente- não é um homem, fique sabendo,mas uma criatura de sexo neutro. Geralmente o sonhador costuma viver fora do mundo, num refúgio, como se se escondesse da luz do dia,e, uma vez instalado no seu esconderijo,vive e cresce nele tal como um caracol na sua concha ,(...) animal e sua própria morada (...) tartaruga". Dostoiévski in Noites Brancas - Fiódor Dostoiévski

+ Tudo aquilo aconteceu como costumam acontecer as coisas nos sonhos, ultrapassando as lei da razão, o espaço e o tempo, e ficando tudo limitado àquilo que o nosso coração sonha. (Crime e Castigo) - Fiódor Dostoiévski

+ Sonhador A força de sua imaginação voltou a reanimar-se e, como por encanto , eis que surge em seu redor um novo mundo, uma nova vida encantadora. Um novo sonho...uma nova felicidade. Novo,requintado e doce veneno. ..Oh,que lhe interessa esta vida real! Segundo a sua limitada maneira de ver, nós, os outros, (...) levamos uma vida lenta, monótona e vazia. Segundo ele pensa, estamos todos descontentes com nossa sorte e atormentados pela existência...E de fato é verdade :há de reparar como entre nós, os que não somos sonhadores, ao primeiro olhar tudo perece frio,árido e hostil, como se tudo fosse mal e inimigo..." Coitados"!, pensa o meu sonhador. E não é nada estranho ele pensar assim. (...) essas visões mágicas que surgem à sua frente, tão sedutoras,tão magníficas, tão sem limites, como que nascidas do próprio nada, visões em cujo primeiro plano aparece sempre, nem seria preciso dize-lo, o nosso sonhador com seu eu tão querido. Não pode ver que aventuras, que série inesperada de coisas lhe acontecem. (...) Sonho simplesmente com tudo, com tudo. (in Noites brancas) - Fiódor Dostoiévski

+ O preso ficou lívido quando o chamaram. Em geral oferecia corajosamente o dorso às varas; aturava o castigo sem dizer palavra, depois erguia-se como se nada acontecera, igual a um filósofo que encara friamente a sua pouca sorte. - Fiódor Dostoiévski

+ O homem suporta muita coisa terrível na face da terra, uma enormidade de infortúnios. - Fiódor Dostoiévski

+ Eu, dizia, viro inimigo das pessoas mal elas roçam em mim. Em compensação, sempre acontecia que quanto mais eu odiava os homens em particular, mais ardente se tornava meu amor pela humanidade em geral. - Fiódor Dostoiévski

+ De um modo geral os russos são um povo de vista ampla, como sua terra, com uma extrema inclinação para o fantástico, para o desordenado. - Fiódor Dostoiévski

+ [...] Mentir a seu modo é quase melhor do que falar a verdade à moda alheia; no primeiro caso és um ser humano, no segundo, não passas de um pássaro! A verdade não foge e a vida a gente pode segurar com pregos; exemplos houve. E hoje, o que nós fazemos? Todos nós, todos sem exceção, no que se refere à ciência, ao desenvolvimento, ao pensamento, aos inventos, aos ideais, aos desejos, ao liberalismo, à razão, à experiência e tudo, tudo, tudo, tudo, ainda estamos na primeira classe preparatória do colégio! Nós nos contetamos em viver da inteligência alheia dos outros - Não é verdade? Não é verdade o que estou falando - gritava Razumíkhin, sacudindo e apertando as mãos de ambas as senhoras - Não é verdade? - Fiódor Dostoiévski

+ ⁠Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento. - Fiódor Dostoiévski

+ Sobretudo não minta ao senhor mesmo. Aquele que mente a si mesmo e escuta sua própria mentira vai ao ponto de não mais distinguir a verdade, nem em si, nem em torno de si; perde pois o respeito de si e dos outros. Não respeitando ninguém, deixa de amar; e para se ocupar, e para se distrair, na ausência de amor, entrega-se às paixões e aos gozos grosseiros; chega até a bestialidade em seus vícios, e tudo isso provém da mentira contínua a si mesmo e aos outros. Aquele que mente a si mesmo pode ser o primeiro a ofender-se. É por vezes bastante agradável ofender a si mesmo, não é verdade? Um indivíduo sabe que ninguém o ofendeu, mas que ele mesmo forjou uma ofensa e mente para embelezar, enegrecendo de propósito o quadro, que se ligou a uma palavra e fez dum montículo uma montanha — ele próprio o sabe, portanto é o primeiro a ofender-se, até o prazer, até experimentar uma grande satisfação, e por isso mesmo chega ao verdadeiro ódio. - Fiódor Dostoiévski

+ ⁠Os pobres e os desgraçados deviam viver longe uns dos outros, para que as suas misérias se não agravassem mutuamente. - Fiódor Dostoiévski

+ ⁠O Todo-Poderoso quem marca ao homem a sua condição social. Um nasceu para ostentar as estrelas de general, outro para ser literato; aquele, para mandar; este, para obedecer, sem replicar. Estas coisas estão de acordo com a capacidade de cada qual; um tem aptidão para uma coisa, outro para outro, mas é Deus quem dá essas aptidões. - Fiódor Dostoiévski

+ O homem mais sério pode fazer as perguntas mais surpreendentes. - Fiódor Dostoiévski

+ ⁠Não há nada de mais vexatório que ser, por exemplo, rico, de boa família, de aspecto distinto, passavelmente instruído, nada tolo, até mesmo bom, e não ter, entretanto, nenhum talento, nenhum traço pessoal, nenhuma singularidade mesmo, nada pensar de seu; enfim, ser positivamente como todo mundo. - Fiódor Dostoiévski