Frases de Ita Portugal

+ A gente também se perde com sentimentos. Queremos acreditar, mas também desejamos ardentemente questionar, descartar, proibir. Acovardamos de tomar qualquer decisão e ficamos ali, jogados na cama, cantando Djavan... - Ita Portugal

+ Um lembrete: Abraça-me ao invés de cantar. O corpo traz a música que preciso. - Ita Portugal

+ Tenho pressa. Só consigo prometer o agora. Talvez, amanhã a casa esteja bagunçada. Talvez a cama não esteja arrumada. Talvez chova. Talvez molhe e a gente não suporte a friagem. Talvez amanhã as palavras estejam velhas. Talvez não dê tempo. Talvez não tenhamos sorte amanhã. Hoje não. Hoje, estou preparada. Hoje, tive tempo para organizar os sentimentos aqui dentro. Hoje, conservo as lembranças. Hoje, ainda existe a poesia. Hoje, conservo o frescor dos desejos. Tem que ser hoje, pois ainda somos. - Ita Portugal

+ Tenho em mim toda saudade que o amor mereceu. - Ita Portugal

+ Somos passageiros, exigindo eternidade. - Ita Portugal

+ Receita para a saudade: Escreve que passa. - Ita Portugal

+ Pra falar a verdade, não sei bem cuidar de minhas dúvidas, minhas angústias. Sei apenas que preciso todos os dias me reinventar para defender sem nenhum heroísmo aquilo que boto fé. Sinceramente, dou uma de amadora, mas acredite, eu mergulho com toda força. Tenho tido a sorte de conseguir fazer a viagem. Só ainda não fiz upgrade da saudade que você deixou. - Ita Portugal

+ Minha Saudade é Noturna ... - Ita Portugal

+ Eu tive muita vontade de ir bem fundo, cair de quatro e ficar prostrada, esperando você chegar com uma solução infalível, tipo uma mágica onde todas as questões tivessem respostas e o alívio para qualquer queda, fosse imediato. No lugar desse milagre, eu ouvi: levante-se, arrume o cabelo, estufe o peito e corra senão vai perder o último ônibus. - Ita Portugal

+ Aos poucos a gente vai aprendendo até a desistir, para aliviar a saudade. - Ita Portugal

+ Amava como gente grande e nunca dava certo. - Ita Portugal

+ O AMOR MODERNO Fragmentos do texto: O amor moderno o amor moderno tem consultório que geralmente custa muito caro. O amor moderno quando tem crises, vai ao terapeuta. O terapeuta que não tem nada a ver com isso, prescreve um livro de auto-ajuda, marca a próxima consulta e manda cada um pra sua casa. O amor moderno mesmo, divide bens em advogado, paga pensão, faz escala de visitas para as crianças, decide as férias que geralmente não é coletiva. Quando o amor é super moderno,depois de juntar os trapinhos, pede-se um tempo para outras experiências. Amor moderno que se respeite e que tem status, discute a relação por e-mail porque é mais rápido. Amor atual é aquele cheio de compatibilidade tal como dois banheiros. Amor que é amor, mata-se em nome dele. E tudo bem, ficamos assim combinados porque moderno eu não quero ser - Ita Portugal

+ Vomitei delitos sobre mim. Sai na contramão da vida Abusei do acaso Desaguei em um beco qualquer E pedi a sorte para virar poesia. - Ita Portugal

+ Sobre o amor sabemos de cor, só nos resta pôr em prática. - Ita Portugal

+ Se eu fosse rebobinar minha biografia afetiva, certamente encontraria: dois tropeções, três teimosias, uma ilusão, uma desistência, quatro bis, duas besteiras, uma escorregada, incontáveis loucuras, algumas covardias e vida longa para o romantismo. Andemos para viver outras emoções. - Ita Portugal

+ Preciso que conheça tantas coisas, inclusive as palavras que não falei. Se quiser, ainda moro no mesmo endereço. - Ita Portugal

+ Não sei fazer cálculos, mas calculo que o amor não é uma conta que se faz sozinho e tampouco tem resultado exato. - Ita Portugal

+ Já plantei tanta coisa. Plantei sementes em terra áridas para dias de pouca fartura. Plantei tardes bonitas numa janela que se abria para o sol entrar. Plantei conversa mole com voz dissonante em noites de extrema preguiça só pra não ter que raciocinar. Plantei lua nova no céu, para um relacionamento que se iniciava. Depois, plantei silêncio repleto de questões, quando a coisa esfriou. Plantei risos em dias completamente normais e insônia nas noites cheias de torturas e angústias. Penso que não resolveu, pois elas se repetiram. Plantei alegria sólida e pensei que duraria uma eternidade. Ela foi gasta em porções generosas e não sobrou nada para o dia seguinte. Plantei sorte para o acaso, liberdade para os entraves, solidariedade para os aflitos, claridade para as dúvidas, parágrafos para as explicações, roteiros para os caminhos tortos, conforto para os invernos, floração para a nudez da paisagem, fantasias para as adultices, risos para as lágrimas. Plantei sangue e suor para dispersar os problemas. Teimosos que são, eles continuaram. E fiquei plantada esperando a vida mudar. Amanheceu. Entardeceu. Anoiteceu. Inevitavelmente a vida mudou e não me avisou para onde foi. - Ita Portugal

+ Fincar a alma no sentimento. E não esperar a dor do acaso. Sem plano, sem eira, nem beira. É sempre ou para sempre. Pular uma casa, atrasar tantas luas e despida, amar sem prazo de validade. - Ita Portugal

+ Escrevo versos, para equilibrar o amor que escorrega em mim. Sou trapezista, doutor. - Ita Portugal

+ Com o tempo, ɑlɑrgɑmos ɑ nossɑ credibilidɑde e pɑssɑmos ɑ viver com menos descompɑssos. Acomodɑmos ɑs ɑflições e deixɑmos de impedir o tempo de cumprir seu rituɑl. A pɑrtir de um certo tempo o que nos importɑ é ɑ bonitezɑ dɑ ɑlmɑ e ɑ trɑnquilidɑde do corɑção. - Ita Portugal

+ Testamento A você deixo o meu afeto. E mais. Deixo os beijos que ainda não dei. O bilhete para ser lido. O quadro colocado no alto para nunca ser de lá retirado. Um jantar à altura de sua fome. O velho livro de histórias. A coleção de filmes para chorar. Uma garrafa cheia de café. E uma bruta saudade. A você eu deixo tudo de bom para me vingar de todas as sequências de discórdias nas falidas noites de domingo. Deixo o meu telefone azul. Os sonhos adormecidos. As extravagâncias das férias. O vício de escrever na madrugada. A você deixo o meu relógio vermelho, que de propósito está uma hora adiantado, assim não correrá o risco de perder seu jogo predileto. E por falar em jogo, deixo a camisa do seu time, no ponto de ser usada. O taco de beisebol, mas não acerte a janela. Folhas de caderno para as cifras da madrugada. O vinho gelado para as noites de frio. A pipoca amanteigada. O filme no pause. O copo de vodka. Ovos mexidos. Roupa limpa e suaves prestações da coleção de Drummond. Deixo a roupa lavada, passada. A carne assada no forno. A conta vencida. A senha da internet. E tudo desligado. Aceso deixo apenas as fagulhas do coração, prontas para serem apagadas. Um pouco das tempestades, não te fará mal, portanto deixo vinte e cinco dos meus odiados clichês, dois poemas ordinários, uns palavrões impublicáveis. Pelo excesso de mistério, deixo as vírgulas, as reticências, as aspas, a interrogação. Deixo o dicionário para decifrar as palavras soltas e não confundir sentimentos. Deixo sem nenhum medo a minha covardia transbordante. As atrapalhadas afetivas. O sol. A lua. O mar, não necessariamente nessa ordem. Deixo a desordem das escolhas que é mesmo para bagunçar as ideias. Deixo a sensação da promessa cumprida e uma lista de coisas pendentes para serem feitas a qualquer horinha dessas. Deixo para amanhã, qualquer coisa bonita, talvez quem sabe uma lembrança patética, uma abusada vontade, uma sentimento que coça, um vazio sem canção. E por último deixo o perigo do meu amor. - Ita Portugal

+ Tente. Tente outro dia. Tente outro corte de cabelo. Tente outra música. Outro filme. Uma nova sobremesa. Tente. Outra porta. Uma nova janela. Uma saída estratégica. Um novo passo de dança. Um vestido diferente. Uma palavra mais branda. Uma rua nova. Tente uma voz mais cristalina. Continue tentando uma loucura diferente. Um abraço mais caloroso. Outra verdade. Outra ideia. Outro plano. Outro caminho. Outro conceito. Outra esquisitice. Outro edredom. Outro charme. Outra intenção. Outro antídoto. Outra dor. Outro amor. E arrependa-se apenas de não ter tentado. - Ita Portugal

+ Queria acreditar que na sexta-feira, no finalzinho do dia terei o descanso merecido, inclusive das torturas dos dias quentes. Acreditar que os batimentos cardíacos não representam a fadada estafa que finjo não existir. Queria acreditar que o tremor de meu olho direito é presságio de coisas boas e que elas chegarão sempre que eu precisar. Acreditar que sou compatível com a minha coragem e esperança e que nada disso será abalado pelas tempestades. Queria sim, como eu queria acreditar que o êxtase da alegria será proporcionalmente maior do que o da dor e que um dia após o outro é o que devo viver sem muita pressa. Queria acreditar que o café quente cura ressaca. Que uma noite de sono afasta todos os males. Que o samba me fará dançar mesmo eu não sabendo nenhum passo. Que o doce de leite de minha avó irá retirar o gosto salgado dos problemas. Que o dia transcorrerá normal. Que as pedras no caminho servirão para algo mais além de machucar o dedão do pé. Que o sorriso breve será apenas a apresentação de próxima gargalhada. Que o afago na cabeça, dado pelo homem grande é um gesto de carinho e não interesse escondido. Queria acreditar na bolsa de valores. No Papai Noel. No sorriso do palhaço. Na previsão generosa da cigana. No automático bom dia da vizinhança. No boa noite do jornalista da TV. Na esperança dos cientistas. Nas promessas dos políticos. No resultado positivo da loteria. No fim da inflação. Na medicina naturalista. Queria acreditar que relâmpago não é perigoso. Que a taça cheia não vai embriagar. Que chocolate não engorda. Que o bandido irá deixar o crime porque ele não compensa. Queria acreditar nos livros de autoajuda. Na beleza do meu cabelo liso. Na minha falha memória. No “vai passar” dito para a tristeza. Sinceramente eu queria acreditar que quando casar sara. Quando crescer passa. Se comer não engorda. Se perdoar a mágoa vai embora. Queria acreditar que meu salário dará para todas as despesas. Que eu definitivamente irei aprender os cálculos mais difíceis de Matemática. Queria acreditar na lógica do homem. Queria acreditar no fim do desafeto. Na insistência da justiça. Na validade do perdão. No término da maldade. Na claridade da verdade. Na ausência da inferioridade. Na cura da saudade. Queria eu poder acreditar que o afeto será verdadeiro e que a palavra não mais mentirá. Queria acreditar na perpetuação do amor. - Ita Portugal

+ Pedidos: Dois sonhos possíveis embrulhados para presente, por favor. - Ita Portugal