Frases de Lygia Fagundes Telles

+ – É o caçula? – É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincado de mágico quando de repente avisou, vou voar! - Lygia Fagundes Telles

+ – Doentíssima. E que em seguida me matei – sussurrou ela em meio de um bocejo. – Sabe, Raíza, descobri outro dia que a gente só se mata por causa dos outros, para fazer efeito, dar reação, compreende? Se não houvesse ninguém em volta para sentir piedade, remorso e etc. e tal, a gente não se matava nunca. Então descobri um jeito ótimo, me matar e continuar vivendo. Largo meus sapatos e minha roupa na beira do rio, mando cartas e desapareço. – Para voltar em seguida. A gente sempre volta. - Lygia Fagundes Telles

+ Deixei pender a cabeça para o peito. Cruzei os braços. E senti-me mais desligada da terra do que um anjo louro e corrompido como o Anjo de Fernando: nem jovem nem velho, nem feio nem bonito, nem bom nem mau, nem fêmea nem macho — um ser neutro, tomando suco de laranja. - Lygia Fagundes Telles

+ A minha tiazinha falava muito na falta que lhe fazia esse ombro amigo, apoio e diversão, envelheceu procurando um. Não achou nem o ombro nem as partes, o que a fez chorar sentidamente na hora da morte, Mas o que você quer, queridinha?! a gente perguntava. Está com alguma dor? Não, não era dor. Quer um padre? Não, não queria mais nenhum padre, chega de padre. Antes do último sopro, apertou desesperadamente a primeira mão ao alcance: “É que estou morrendo e não me diverti nada! - Lygia Fagundes Telles

+ Um dia a gente morre, vai pro céu; e Deus dá então pra gente um par de asas pra conhecer o mundo inteiro! - Lygia Fagundes Telles

+ O dia em que o sonho nos abandonar, nós estaremos tão tristes, vivos, mas tão tristes como se tivéssemos morrido. - Lygia Fagundes Telles

+ Faço um convite ao jovem leitor: Me leia. Não me deixe morrer. - Lygia Fagundes Telles