Frases de Mario Quintana

+ Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes, como se vê em tanto louco por aí: poesia é trepar mesmo pelas paredes. - Mario Quintana

+ Poesia é comunicação...a sós. - Mario Quintana

+ Poeminho do Contra Todos esses que aí estão Atravancando meu caminho, Eles passarão... Eu passarinho! - Mario Quintana

+ Poeminha Sentimental O meu amor, o meu amor, Maria É como um fio telegráfico da estrada Aonde vêm pousar as andorinhas De vez em quando chega uma E canta (Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!) Canta e vai-se embora Outra, nem isso, Mal chega, vai-se embora. A última que passou Limitou-se a fazer cocô No meu pobre fio de vida! No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo: As andorinhas é que mudam. - Mario Quintana

+ Poema transitório Eu que na Era da fumaça: - trenzinho Vagaroso com vagarosas paradas Em cada estaçãozinha pobre Para comprar Pastéis Pés-de-moleque Sonhos - principalmente sonhos! porque as moças da cidade vinham olhar o trem passar: eles suspirando maravilhosas viagens e a gente com um desejo súbito de ficar ali morando sempre... Nisto, o apito da locomotiva e o trem se afastando e o trem arquejando é preciso partir é preciso chegar é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente! ... no entanto eu gostava era mesmo de partir... e - até hoje – quando acaso embarco para alguma parte acomodo-me no meu lugar fecho os olhos e sonho: viajar, viajar mas para parte nenhuma... viajar indefinidamente... como uma nave espacial perdida entre as estrelas. - Mario Quintana

+ Poema Transitório (...) é preciso partir é preciso chegar é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida é urgente! ... no entanto eu gostava mesmo era de partir... e - até hoje - quando acaso embarco para alguma parte acomodo-me no meu lugar fecho os olhos e sonho: viajar, viajar mas para parte nenhuma... viajar indefinidamente... como uma nave espacial perdida entre as estrelas. - Mario Quintana

+ Poema da Gare de Astapovo O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos E foi morrer na gare de Astapovo! Com certeza sentou-se a um velho banco, Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo Contra uma parede nua... Sentou-se ...e sorriu amargamente Pensando que Em toda a sua vida Apenas restava de seu a Glória, Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas Coloridas Nas mãos esclerosadas de um caduco! E então a Morte, Ao vê-lo tao sozinho àquela hora Na estação deserta, Julgou que ele estivesse ali à sua espera, Quando apenas sentara para descansar um pouco! A morte chegou na sua antiga locomotiva (Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...) Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho, E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu... Ele fugiu de casa... Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade... Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância! - Mario Quintana

+ Pior, mas muito pior mesmo do que as lágrimas de crocodilo, são os sorrisos de crocodilo... - Mario Quintana

+ Pior do que ser abandonado é ser esquecido. - Mario Quintana

+ Pessoa muito respeitada, amigável, generosa e fácil de lidar. Mas quando o assunto é o seu dinheiro, seu tempo ou suas preocupações, nada ou ninguém é mais importante. Isso demonstra que deve aprender muito ainda sobre o crescimento da alma. Mas controlando esse egoísmo e usando mais de diplomacia ao tratar com as pessoas, conseguirá avançar muito no seu caminho. - Mario Quintana

+ Permita-se rir e conhecer outros corações. Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida. - Mario Quintana

+ Pergunto-me por que o uivar de lobos, os trovões, os raios constituem o pano de fundo para as cenas de horror. Pois, quando o medo é muito, faz-se um silêncio na alma. E nada mais existe. - Mario Quintana

+ Pergunta errada Se eu acredito em Deus? Mas que valor poderia ter minha resposta, afirmativa ou não? O que importa é saber se Deus acredita em mim. - Mario Quintana

+ Pequeno poema didático O tempo é indivisível. Dize, Qual o sentido do calendário? Tombam as folhas e fica a árvore, Contra o vento incerto e vário. A vida é indivisível. Mesmo A que se julga mais dispersa E pertence a um eterno diálogo A mais inconsequente conversa. Todos os poemas são um mesmo poema, Todos os porres são o mesmo porre, Não é de uma vez que se morre... Todas as horas são horas extremas… E todos os encontros são adeuses! - Mario Quintana

+ PEQUENO ESCLARECIMENTO Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio..., este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês. - Mario Quintana

+ Pensamento para o teu aniversário Nem todos podem estar na flor da idade, é claro! Mas cada um está na flor da sua idade. - Mario Quintana

+ Paz: os caminhos estão descansando. - Mario Quintana

+ Passageiro Clandestino No porta-mala do meu automóvel Levo um anjo escondido... Quando chegamos a um descampado, Ele sai lá de dentro, estende as asas, belas como a vitória E aí, então, nos seus ombros, dou uma longa volta pelos céus da cidade... - Mario Quintana

+ Parece um sonho Parece um sonho que ela tenha morrido! diziam todos... Sua viva imagem, tinha carne!... E ouvia-se, na aragem, passar o frêmito do seu vestido... E era como se ela houvesse partido e logo fosse regressar de viagem... - até que em nosso coração dorido a Dor cravava o seu punhal selvagem! Mas tua imagem, nosso amor, é agora menos dos olhos, mais do coração. Nossa saudade te sorri: não chora... Mais perto estás de Deus, como um anjo querido. E ao relembrar-te a gente diz, então: Parece um sonho que ela tenha vivido! - Mario Quintana

+ Parece que só na vida é que há ficção. - Mario Quintana

+ Para sempre é muito tempo. O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo. - Mario Quintana

+ ⁠Para mim o poeta não é essa espécie saltitante que chamam de Relações Públicas. O poeta é Relações íntimas. Dele com o leitor. - Mario Quintana

+ Para aqueles que atrapalham meu caminho: eu passarinho, eles passarão. - Mario Quintana

+ Outono: essas folhas que tombam na água parada dos tanques e não podem sair viajando pelas correntezas do mundo... - Mario Quintana

+ Outono É uma borboleta amarela? Ou uma folha que se desprendeu e que não quer tombar? - Mario Quintana