Frases de Pablo Neruda

+ Quero quando eu morrer, tuas mãos em meus olhos: quero a luz, quero o trigo de tuas mãos amadas passar uma vez mais sobre mim essa doçura: sentir tua suavidade que mudou meu destino. Quero que vivas enquanto, adormecido, espero que teus olhos sigam ouvindo o vento, que sintas o perfume do mar que amamos juntos e que sigas pisando a areia que pisamos. Quero que o que amo siga vivo e a ti amei e cantei sobre todas as coisas, por isso segues florescendo, florida, para que alcances tudo o que meu amor te ordena, para que passeie minha sombra por teus cabelos, para que assim conheçam a razão de meu canto. - Pablo Neruda

+ Amigo, toma para ti o que quiseres, passeia o teu olhar pelos meus recantos, e se assim o desejas, dou-te a alma inteira, com suas brancas avenidas e canções. Amigo - faz com que na tarde se desvaneça este desejo de que todas as roseiras me pertençam. Amigo, se tens fome come do meu pão. Tudo, amigo, o fiz para ti. Tudo isto que sem olhares verás na minha casa vazia: tudo isto que sobe pelo muros direitos - como o meu coração - sempre buscando altura. Sorris-te - amigo. Que importa! Ninguém sabe entregar nas mãos o que se esconde dentro, mas eu dou-te a alma, ânfora de suaves néctares, e toda eu ta dou... Menos aquela lembrança... ... Que na minha herdade vazia aquele amor perdido é uma rosa branca que se abre em silêncio... - Pablo Neruda

+ XVII I do not love you as if you were salt-rose, or topaz, or the arrow of carnations the fire shoots off. I love you as certain dark things are to be loved, in secret, between the shadow and the soul. I love you as the plant that never blooms but carries in itself the light of hidden flowers; thanks to your love, a certain solid fragrance, risen from the earth, lives darkly in my body. I love you without knowing how, or when, or from where. I love you straightforwardly, without complexities or pride; so I love you because I know no other way Than this: where “I” does not exist, nor “you”, so close that your hand on my chest is my hand, so close that your eyes close as I fall asleep. - Pablo Neruda

+ Em minha casa reuni brinquedos pequenos e grandes, sem os quais não poderia viver. O menino que não brinca não é menino, mas o homem que não brinca perdeu para sempre o menino que vivia nele e que lhe fará muita falta. - Pablo Neruda

+ Saudade é solidão acompanhada [...] - Pablo Neruda

+ Assim que te amo, e os que amanhã quiserem ouvir o que não lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque é cedo para tais argumentos. Amanhã dar-lhes-emos apenas uma folha da árvore do nosso amor, uma folha que há-de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lábios, como um beijo caído das nossas alturas invencíveis para mostrar o fogo e a ternura de um amor verdadeiro. - Pablo Neruda

+ I need the sea because it teaches me. - Pablo Neruda

+ Não há silêncio que não termine. - Pablo Neruda

+ CINCO COISAS Quando um dia eu for embora Quando então me despedir Pedirei apenas silêncio E mais cinco coisas Minhas cinco verdades perfeitas Cinco coisas e nada mais. A primeira é o amor sem fim Amor pelas pessoas Pelas árvores pelas flores Amor pelos animais. A segunda é rever o outono Com suas folhas sopradas Sobre a terra à qual voltaremos. A terceira é o inverno rigoroso A chuva que amei, o calor do fogo A aquecer nossas noites eternas. Em quarto lugar, o verão ardente Redonda fruta vermelha Pairando sobre o meu paladar. A última coisa que eu peço São teus olhos, meu amor, Não quero dormir sem os olhos teus Não posso viver sem o teu olhar Eu trocaria o sol da primavera Para que continuasses me olhando. Isso, enfim, o que mais quero É quase nada e quase tudo. - Pablo Neruda

+ Virás comigo, disse sem que ninguém soubesse onde e como pulsava meu estado doloroso, e para mim não havia cravo nem barcarola, nada senão uma ferida pelo amor aberta. Repeti: vem comigo, como se morresse, e ninguém viu em minha boca a lua que sangrava, ninguém viu aquele sangue que subia ao silêncio. Oh, amor, agora esqueçamos a estrela com pontas! Por isso quando ouvi que tua voz repetia "Virás comigo", foi como se desatasses dor, amor, a fúria do vinho encarcerado que da sua cantina submergida soubesse e outra vez em minha boca senti um sabor de chama, de sangue e cravos, de pedra e queimadura. - Pablo Neruda

+ Dois amantes felizes não têm fim Nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem Têm da natureza a eternidade. - Pablo Neruda

+ XLVIII Dois amantes ditosos fazem um só pão, uma só gota de lua na erva, deixam andando duas sombras que se reúnem, deixam um só sol vazio numa cama. De todas as verdades escolheram o dia: não se ataram com fios senão com um aroma, e não despedaçaram a paz nem as palavras. A ventura é uma torre transparente. O ar, o vinho vão com os dois amantes, a noite lhes oferta suas ditosas pétalas, tem direito a todos os cravos. Dois amantes felizes não tem fim nem morte, nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem, tem da natureza a eternidade. - Pablo Neruda

+ O Vento na Ilha O vento é um cavalo Ouça como ele corre Pelo mar, pelo céu. Quer me levar: escuta como recorre ao mundo para me levar para longe. Me esconde em teus braços por somente esta noite, enquanto a chuva rompe contra o mar e a terra sua boca inumerável. Escuta como o vento me chama calopando para me levar para longe. Com tua frente a minha frente, com tua boca em minha boca, atados nossos corpos ao amor que nos queima, deixa que o vento passe sem que possa me levar. Deixa que o vento corra coroado de espuma, que me chame e me busque galopando na sombra, entretanto eu, emergido debaixo teus grandes olhos, por somente esta noite descansarei, amor meu. - Pablo Neruda

+ I want to do with you what spring does with the cherry trees. - Pablo Neruda

+ Ainda que esta seja a última dor que ela me causa, e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo. - Pablo Neruda

+ Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor. - Pablo Neruda

+ O Poço Cais, às vezes, afundas em teu fosso de silêncio, em teu abismo de orgulhosa cólera, e mal consegues voltar, trazendo restos do que achaste pelas profunduras da tua existência. Meu amor, o que encontras em teu poço fechado? Algas, pântanos, rochas? O que vês, de olhos cegos, rancorosa e ferida? Não acharás, amor, no poço em que cais o que na altura guardo para ti: um ramo de jasmins todo orvalhado, um beijo mais profundo que esse abismo. Não me temas, não caias de novo em teu rancor. Sacode a minha palavra que te veio ferir e deixa que ela voe pela janela aberta. Ela voltará a ferir-me sem que tu a dirijas, porque foi carregada com um instante duro e esse instante será desarmado em meu peito. Radiosa me sorri se minha boca fere. Não sou um pastor doce como em contos de fadas, mas um lenhador que comparte contigo terras, vento e espinhos das montanhas. Dá-me amor, me sorri e me ajuda a ser bom. Não te firas em mim, seria inútil, não me firas a mim porque te feres. - Pablo Neruda

+ Ainda não estou preparado para perder-te. Não estou preparado para que me deixes só...Não estou preparado hoje nem nunca o estarei. Ainda te Necessito. - Pablo Neruda

+ Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas. - Pablo Neruda

+ Nós, os de então, já não somos os mesmos. - Pablo Neruda

+ Não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes. - Pablo Neruda

+ Sou onívoro de sentimentos, de seres, de livros, de acontecimentos e lutas. Comeria toda a terra. Beberia todo o mar. - Pablo Neruda

+ Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal? Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa? Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois? E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores? É sempre a mesma primavera que repete seu papel? E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina? - Pablo Neruda

+ Por isso creio Cada noite no dia, e quando tenho sede creio na água, porque creio no homem. Creio que vamos subindo o último degrau. Dali veremos a verdade repartida, A simplicidade implantada na terra, O pão e o vinho para todos. - Pablo Neruda

+ O teu riso Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso. Não me tires a rosa, a lança que desfolhas, a água que de súbito brota da tua alegria, a repentina onda de prata que em ti nasce. A minha luta é dura e regresso com os olhos cansados às vezes por ver que a terra não muda, mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me e abre-me todas as portas da vida. - Pablo Neruda