Frases de Pablo Neruda
+ Para o meu coração basta o teu peito, para a tua liberdade as minhas asas. Da minha boca chegará até ao céu o que dormia sobre a tua alma..." - Pablo Neruda
+ É como se você estivesse pegando fogo por dentro. A lua vive no forro de sua pele. - Pablo Neruda
+ Áspero amor, violeta coroada de espinhos, cipoal entre tantas paixões eriçado, lança das dores, corola da cólera, por que caminhos e como te dirigiste a minha alma? Por que precipitaste teu fogo doloroso, de repente, entre as folhas frias de meu caminho? Quem te ensinou os passos que até mim te levaram? Que flor, que pedra, que fumaça mostraram minha morada? O certo é que tremeu a noite pavorosa, a aurora encheu todas as taças com seu vinho e o sol estabeleceu sua presença celeste, enquanto o cruel amor sem trégua me cercava, até que lacerando-me com espadas e espinhos abriu no coração um caminho queimante. - Pablo Neruda
+ Para o meu coração basta o teu peito, para a tua liberdade as minhas asas. Da minha boca chegará até ao céu o que dormia sobre a tua alma. Acolhedora como um velho caminho. Povoam-te ecos e vozes nostálgicas. Eu acordei e às vezes emigram e fogem pássaros que dormiam na tua alma. - Pablo Neruda
+ Nunca compreendi a luta senão como um meio de acabar com ela. Nunca aceitei o rigor senão como meio para deixar de existir o rigor. Tomei um caminho porque creio que esse caminho nos leva, a todos, a essa amabilidade duradoura. Luto pela bondade ubíqua, extensa, inexaurível. - Pablo Neruda
+ Otro De tanto andar una región que no figuraba en los libros me acostumbré a las tierras tercas en que nadie me preguntaba si me gustaban las lechugas o si prefería la menta que devoran los elefantes. Y de tanto no responder tengo el corazón amarillo. - Pablo Neruda
+ Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. - Pablo Neruda
+ "If you Forget Me" I want you to know one thing. You know how this is: if I look at the crystal moon, at the red branch of the slow autumn at my window, if I touch near the fire the impalpable ash or the wrinkled body of the log, everything carries me to you, as if everything that exists, aromas, light, metals, were little boats that sail toward those isles of yours that wait for me. Well, now, if little by little you stop loving me I shall stop loving you little by little. If suddenly you forget me do not look for me, for I shall already have forgotten you. If you think it long and mad, the wind of banners that passes through my life, and you decide to leave me at the shore of the heart where I have roots, remember that on that day, at that hour, I shall lift my arms and my roots will set off to seek another land. But if each day, each hour, you feel that you are destined for me with implacable sweetness, if each day a flower climbs up to your lips to seek me, ah my love, ah my own, in me all that fire is repeated, in me nothing is extinguished or forgotten, my love feeds on your love, beloved, and as long as you live it will be in your arms without leaving mine - Pablo Neruda
+ Amazonas Amazonas, capital das sílabas da água, pai patriarca,és a eternidade secreta das fecundações, te caem os rios como aves, te cobrem os pistilos cor de incêndio, os grandes troncos mortos te povoam de perfume, a lua não pode vigiar-te ou medir-te. És carregado de esperma verde como árvore nupcial, és prateado pela primavera selvagem, és avermelhado de madeiras, azul entre a lua das pedras, vestido de vapor ferruginoso, lento como um caminho de planeta. - Pablo Neruda
+ Vamos buscando a emoção que não podemos encontrar neste tédio sempre igual que nos envolve o coração. Enfermos deste eterno mal que antes que nasça algum amor alegrará com sua canção esta amarga solidão, o matará com sua dor que soa como perpétuo e lento toque de maldade dentro do nosso coração. Vamos buscando a emoção que não podemos encontrar e desejamos com ardor. - Pablo Neruda
+ Se trata de que tanto he vivido que quiero vivir otro tanto. - Pablo Neruda
+ O amor soube então que se chamava amor. E quando levantei meus olhos a teu nome teu coração logo dispôs de meu caminho. - Pablo Neruda
+ No se cuentan las ilusiones ni las comprensiones amargas, no hay medida para contar lo que podría pasarnos, lo que rondó como abejorro sin que no nos diéramos cuenta de lo que estábamos perdiendo. Perder hasta perder la vida es vivir la vida y la muerte y son cosas pasajeras sino constantes evidentes la continuidad del vacío, el silencio en que cae todo y por fin nosotros caemos. Ay! lo que estuvo tan cerca sin que pudiéramos saber. Ay! lo que no podía ser cuando tal vez podía ser. Tantas alas circunvolaron las montañas de la tristeza y tantas ruedas sacudieron la carretera del destino que ya no haya nada que perder. Se terminaron los lamentos. - Pablo Neruda
+ Luto pela Bondade Quero viver num mundo sem excomungados. Não excomungarei ninguém. Não diria, amanhã, a esse sacerdote: «Você não pode baptizar ninguém porque é anticomunista.» Não diria ao outro: «Não publicarei o seu poema, o seu trabalho, porque você é anticomunista.» Quero viver num mundo em que os seres sejam simplesmente humanos, sem mais títulos além desse, sem trazerem na cabeça uma regra-, uma palavra rígida, um rótulo. Quero que se possa entrar em todas as igrejas, em todas as tipografias. Quero que não esperem ninguém, nunca mais, à porta do município para o deter e expulsar. Quero que todos entrem e saiam sorridentes da Câmara Municipal. Não quero que ninguém fuja em gôndola, que ninguém seja perseguido de motocicleta. Quero que a grande maioria, a única maioria, todos, possam falar, ler, ouvir, florescer. Nunca compreendi a luta senão como um meio de acabar com ela. Nunca aceitei o rigor senão como meio para deixar de existir o rigor. Tomei um caminho porque creio que esse caminho nos leva, a todos, a essa amabilidade duradoura. Luto pela bondade ubíqua, extensa, inexaurível. De tantos encontros entre a minha poesia e a polícia, de todos esses episódios e de outros que não contarei porque repetidos, e de outros que não aconteceram comigo, mas com muitos que já não poderão contá-los, resta-me no entanto uma fé absoluta no destino humano, uma convicção cada vez mais consciente de que nos aproximamos de uma grande ternura. Escrevo sabendo que sobre as nossas cabeças, sobre todas as cabeças, existe o perigo da bomba, da catástrofe nuclear, que não deixaria ninguém nem nada sobre a Terra. Pois bem: nem isso altera a minha esperança. Neste momento crítico, neste sobressalto de agonia, sabemos que entrará a luz definitiva pelos olhos entreabertos. Entender-nos-emos todos. Progrediremos juntos. E esta esperança é irrevogável. Pablo Neruda, in "Confesso que Vivi" - Pablo Neruda
+ Dicionário, não és tumba, sepulcro, caixão, túmulo, mausoléu, és senão preservação, fogo escondido, plantação de rubis, perpetuação viva da essência, celeiro do idioma. - Pablo Neruda
+ Não Me Sinto Mudar Não me sinto mudar. Ontem eu era o mesmo. O tempo passa lento sobre os meus entusiasmos cada dia mais raros são os meus cepticismos, nunca fui vítima sequer de um pequeno orgasmo mental que derrubasse a canção dos meus dias que rompesse as minhas dúvidas que apagasse o meu nome. Não mudei. É um pouco mais de melancolia, um pouco de tédio que me deram os homens. Não mudei. Não mudo. O meu pai está muito velho. As roseiras florescem, as mulheres partem cada dia há mais meninas para cada conselho para cada cansaço para cada bondade. Por isso continuo o mesmo. Nas sepulturas antigas os vermes raivosos desfazem a dor, todos os homens pedem de mais para amanhã eu não peço nada nem um pouco de mundo. Mas num dia amargo, num dia distante sentirei a raiva de não estender as mãos de não erguer as asas da renovação. Será talvez um pouco mais de melancolia mas na certeza da crise tardia farei uma primavera para o meu coração. - Pablo Neruda
+ Não eras para os meus sonhos, não eras para a minha vida, nem para os meus cansaços perfumados de rosas, nem para a impotência da minha raiva suicida, não eras a bela e doce, a bela e dolorosa. Não eras para os meus sonhos, não eras para a minha vida nem para os meus quebrantos nem para a minha dor, não eras para os prantos das minhas duras feridas, não eras para os meus braços, nem para a minha canção. - Pablo Neruda
+ Manhã - Soneto XXIX Vens da pobreza das casas do SUL, das regiões duras com frio e terremotos que quando até seus deuses rodaram à morte nos deram a lição da vida na greda. És um cavalinha de greda negra, um beijo de barro escuro, amor, papoula de greda, pomba do crepúsculo que voou nos caminhos, alcanzia com lágrimas de nossa pobre infância. Moça, conservaste teu coração de pobre, teus pés de pobre acostumados às pedras, tua boca que nem sempre teve pão ou delícia. És do pobre Sul, de onde vem minha alma: em seu céu tua mãe segue lavando roupa com minha mãe. Por isso te escolhi, companheira. - Pablo Neruda
+ Dos muitos homens que sou, e nós somos, não podemos nos assentar em apenas um. Eles estão perdidos para mim dentro das capas das roupas, eles tomaram o rumo de outra cidade. Quando tudo parece estar bem para que eu me mostre como um homem inteligente, o louco que eu mantinha encerrado em minha pessoa toma minha fala e ocupa minha boca. Em outras ocasiões, quando estou perdido entre pessoas distintas e chamo meu eu corajoso um covarde completamente desconhecido vem sacudir meu pobre esqueleto com mil pequenas reservas Quando uma casa digna explode em chamas, ao invés do bombeiro que eu chamo, irrompe em cena um incendiário E ele sou eu. Não há nada que eu possa fazer. O que posso fazer para escolher a mim mesmo? Como posso me compor? Todos os livros que li idealizam figuras de heróis brilhantes. Sempre cheios de auto-confiança. Eu morro de inveja deles e; em filmes em que balas voam ao vento, Sinto inveja dos cowboys, Admiro até os cavalos. Mas quando eu chamo meu eu corajoso, lá vem meu velho ser preguiçoso, e assim, nunca sei quem eu sou, ou quantos eu sou, ou quem estará sendo. Eu gostaria de ser capaz de tocar um sino e chamar meu ser real, o verdadeiro eu, pois se eu realmente preciso do meu ser próprio, não posso deixá-lo desaparecer. Quando estou escrevendo, estou longe quando retorno, já me fui. Eu gostaria de ver a mesma coisa acontecer a outras pessoas como ocorre comigo, para ver se tantos são como eu, e quantos deles sentem-se da mesma forma consigo mesmos. Quando este problema for totalmente explorado vou me treinar tão bem nessas coisas que quando eu tentar explicar meus problemas, falarei não de um ser, mas de uma geografia. - Pablo Neruda
+ Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida. E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reinvindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra. - Pablo Neruda
+ Velho cego, choravas quando a tua vida era boa, e tinhas em teus olhos o sol: mas se tens já o silêncio, o que é que tu esperas, o que é que esperas, cego, que esperas da dor? No teu canto pareces um menino que nascera sem pés para a terra e sem olhos para o mar como os das bestas que por dentro da noite cega - sem dia ou crepúsculo - se cansam de esperar. Porque se conheces o caminho que leva em dois ou três minutos até à vida nova, velho cego, que esperas, que podes esperar? - Pablo Neruda
+ Quem saiu a viver por mim quando eu dormia ou enfermava? - Pablo Neruda
+ Que minha dor obscura não morra nas tuas asas, Nem se me afogue a voz em tua garganta de ouro. Desfaz, Amor, o ritmo Destas águas tranquilas: Sabe ser a dor que estremece e que sofre, Sabe ser a angústia que se grita e retorce. Não me dês o olvido. Não me dês a ilusão. Porque todas as folhas que na terra caíram Me deixaram de ouro aceso o coração. - Pablo Neruda
+ "Quando não te doeu acostumar-te a mim, à minha alma solitária e selvagem, a meu nome que todo afugentam. Tantas vezes vimos arder o luzeiro nos beijando os olhos e sobre nossas cabeças destorcer-se os crepúsculos em girantes abanos. Sobre ti minhas palavras choveram carícias. Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado. Chego a te crer a dona do universo. Te trarei das montanhas flores alegres, copihues, avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos. Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejas - Pablo Neruda
+ Porque se me virá todo o amor inesperadamente quando me sinto triste e te sinto longínqua. - Pablo Neruda