Frases de Pablo Neruda

+ Acontece Bateram à minha porta em 6 de agosto, aí não havia ninguém e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira e transcorreu comigo, ninguém. Nunca me esquecerei daquela ausência que entrava como Pedro por sua causa e me satisfazia com o não ser, com um vazio aberto a tudo. Ninguém me interrogou sem dizer nada e contestei sem ver e sem falar. Que entrevista espaçosa e especial! (Últimos Poemas) - Pablo Neruda

+ “Vivo para florescer outros jardins e, sem perceber, o meu se abarrota de rosas e manacás... Vivo, cada dia, como se fosse cada dia. Nem o último nem o primeiro - O Único..." - Pablo Neruda

+ Se cada dia cai, dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa. Há que sentar-se na beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência. - Pablo Neruda

+ Aqui eu te amo. Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento. Fosforesce a lua sobre as águas errantes. Andam dias iguais a perseguir-se. Define-se a névoa em dançantes figuras. Uma gaivota de prata se desprende do ocaso. Às vezes uma vela. Altas, altas, estrelas. Ou a cruz negra de um barco. Só. Às vezes amanheço, e minha alma está úmida. Soa, ressoa o mar distante. Isto é um porto. Aqui eu te amo. Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte. Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas. Às vezes vão meus beijos nesses barcos solenes, que correm pelo mar rumo a onde não chegam. Já me creio esquecido como estas velhas âncoras. São mais tristes os portos ao atracar da tarde. Cansa-se minha vida inutilmente faminta... Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante. Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos. Mas a noite enche e começa a cantar-me. A lua faz girar sua arruela de sonho. Olham-me com teus olhos as estrelas maiores. E como eu te amo, os pinheiros no vento, querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre. - Pablo Neruda

+ É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. - Pablo Neruda

+ E a minha voz nascerá de novo, talvez noutro tempo sem dores, e nas alturas arderá de novo o meu coração ardente e estrelado. - Pablo Neruda

+ Hoy es hoy y ayer se fue, no hay duda. - Pablo Neruda

+ Depois de tudo te amarei como se fosse sempre antes como se de tanto esperar sem que te visse nem chegasses estivesses eternamente respirando perto de mim. Perto de mim com teus hábitos, teu colorido e tua guitarra como estão juntos os países nas lições escolares e duas comarcas se confundem e há um rio perto de um rio e crescem juntos dois vulcões. Perto de ti é perto de mim e longe de tudo é tua ausência e é cor de argila a lua na noite do terremoto quando no terror da terra juntam-se todas as raízes e ouve-se soar o silêncio com a música do espanto. O medo é também um caminho. E entre suas pedras pavorosas pode marchar com quatro pés e quatro lábios, a ternura. Porque sem sair do presente que é um anel delicado tocamos a areia de ontem e no mar ensina o amor um arrebatamento repetido. - Pablo Neruda

+ A vida esconde nos lugares mais simples sua grande beleza, que revela qual o significado de porque persistimos em continuar vivendo. - Pablo Neruda

+ Já não sou sem ti senão apenas teu sonho. - Pablo Neruda

+ "A vida não começa quando se nasce, começa quando se ama." - Pablo Neruda

+ Há que sentar-se na beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência. - Pablo Neruda

+ Só um louco pode desejar guerras. A guerra destrói a própria lógica da existência humana. - Pablo Neruda

+ Foi nessa idade que a poesia me veio buscar Não sei de onde veio Do inverno, de um rio Não sei como nem quando Não, não eram vozes Não eram palavras Nem silêncio Mas da rua fui convocado Dos galhos da noite Abruptamente entre outros Entre fogos violentos Voltando sozinho Lá estava eu sem rosto E fui tocado. - Pablo Neruda

+ Se eu morrer, sobrevive a mim com tamanha força que acordarás as fúrias do pálido e do frio, de sul a sul, ergue teus olhos indeléveis, de sol a sol sonha através de tua boca cantante. Não quero que tua risada ou teus passos hesitem. Não quero que minha herança de alegria morra. Não me chames. Estou ausente. Vive em minha ausência como em uma casa. A ausência é uma casa tão rápida que dentro passarás pelas paredes e pendurarás quadros no ar. A ausência é uma casa tão transparente que eu, morto, te verei, vivendo, e se sofreres, meu amor, eu morrerei novamente. - Pablo Neruda

+ Num único beijo saberás tudo aquilo que tenho calado. - Pablo Neruda

+ Sofre mais o que espera sempre que aquele que nunca esperou ninguém? - Pablo Neruda

+ O pé da criança não sabe que é pé E quer ser borboleta ou maçã... Pois logo... os vidros e as pedras, as ruas, as escadas e os caminhos de terra dura, Vão ensinando ao pé que não pode voar, então foi derrotado, Caiu na batalha, Foi prisioneiro E condenado a viver no sapato. - Pablo Neruda

+ Em teu abraço eu abraço o que existe a areia, o tempo, a árvore da chuva E tudo vive para que eu viva: sem ir tão longe posso vê-lo todo: veio em tua vida todo o vivente. - Pablo Neruda

+ Soneto XVII No te amo como se fueras rosa de sal, topacio o flecha de claveles que propagan el fuego: te amo como se aman ciertas cosas oscuras, secretamente, entre la sombra y el alma. Te amo como la planta que no florece y lleva dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores, y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo el apretado aroma que ascendió de la tierra. Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde, te amo directamente sin problemas ni orgullo: así te amo porque no sé amar de otra manera, sino así de este modo en que no soy ni eres, tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía, tan cerca que se cierran tu ojos con mi sueño. - Pablo Neruda

+ Me gustas cuando callas porque estás como ausente, y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca. Parece que los ojos se te hubieran volado y parece que un beso te cerrara la boca. Como todas las cosas están llenas de mi alma emerges de las cosas, llena del alma mía. Mariposa de sueño, te pareces a mi alma, y te pareces a la palabra melancolía; Me gustas cuando callas y estás como distante. Y estás como quejándote, mariposa en arrullo. Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza: déjame que me calle con el silencio tuyo. Déjame que te hable también con tu silencio claro como una lámpara, simple como un anillo. Eres como la noche, callada y constelada. Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo. Me gustas cuando callas porque estás como ausente. Distante y dolorosa como si hubieras muerto. Una palabra entonces, una sonrisa bastan. Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto. - Pablo Neruda

+ Per il mio cuore basta il tuo petto, per la tua libertà bastano le mie ali. Dalla mia bocca arriverà fino in cielo ciò che stava sopito sulla tua anima. E' in te l'illusione di ogni giorno. Giungi come la rugiada sulle corolle. Scavi l'orizzonte con la tua assenza. Eternamente in fuga come l'onda. Ho detto che cantavi nel vento come i pini e come gli alberi maestri delle navi. Come quelli sei alta e taciturna. E di colpo ti rattristi, come un viaggio. Accogliente come una vecchia strada. Ti popolano echi e voci nostalgiche. Io mi sono svegliato e a volte migrano e fuggono gli uccelli che dormivano nella tua anima. - Pablo Neruda

+ Não estejas longe de mim um só dia, porque como, porque, não sei dizê-lo, é comprido o dia, e te estarei esperando como nas estações quando em alguma parte dormitaram os trens. Não te vás por uma hora porque então nessa hora se juntam as gotas do desvelo e talvez toda a fumaça que anda buscando casa venha matar ainda meu coração perdido Ai que não se quebrante tua silhueta na areia, ai que não voem tuas pálpebras na ausência: não te vás por um minuto, bem-amada, porque nesse minuto terás ido tão longe que eu cruzarei toda a terra perguntando se voltarás ou se me deixarás morrendo - Pablo Neruda

+ Não... Depois de te amar, Eu não podria amar mais ninguém. De que me importa se as ruas esntão cheia de homens, esbanjando beleza e promessas ao alcance das mão. Se tu já não me queres, é funda e sem remédio a minha solidão. Era tão fácil ser feliz quando estavas comigo. Quantas vezes ouvi teu riso, rindo feliz Como um guizo em tua boca. E a todo momento sem te beijar, eu estava te beijando; Com as mãos, com os olhos, com o pensamento numa ansiedade louca. - Pablo Neruda

+ Sentir o amor das pessoas que nós amamos é um fogo que alimenta a nossa vida. - Pablo Neruda