Frases de Raul Seixas

+ A Sociedade Alternativa é a chave da felicidade - Raul Seixas

+ Texto Sem Título [1976] Aí então o mundo todo estava com um pano no pescoço, e o chefe dos soldados gostou e disse que todos tinham que usar aquilo. Foi assim que até hoje (mesmo no calor e mesmo sem pescoço grande) é que seu pai usa gravata. Tia Lúcia gosta muito de diamantes de perfumes franceses. Ela gosta por que diamante é uma pedra muito difícil, poucas pessoas têm, e ela acha bonito. Eu não gosto por que não preciso mesmo, mesmo, dele. Ele só fica ali pendurado no pescoço, e além disso ele não serve para brincar. E outra coisa, eu sou uma pessoa diferente dela e é por isso que ela gosta de diamantes e eu não. Vamos fazer um brinquedo: vamos inventar uma palavra qualquer. V-a-l-o-r. O que que isso quer dizer? Valor é a maneira de cada pessoa ser diferente das outras. Cada um dá "valor" àquelas coisas que cada um gosta, certo? É como dar nota. Eu dou nota 10 a minha bicicleta e dou 0 ao diamante. Eu tenho um valor para cada coisa do mundo. Eu tenho muitos valores, quer dizer, tenho muitas notas que eu dou a tudo que eu gosto e que eu não gosto. Todo mundo tem também seus "valores", suas notas. Quer ver? O padre. O valor dele é a reza. Ele acha que se a pessoa rezar vai sempre estar contente. Mas o padre, coitado, ele não sabe que tem gente que está contente sem precisar rezar. Eu não gosto de ficar triste. Ficar triste é chato, por que a gente só fica triste quando está fazendo o que não gosta. Veja só, porque se você está fazendo o que gosta você só pode estar feliz da vida; e, por falar em vida, você sabe o que é vida??? - Vida é viver contente. Basta você fazer o que gosta e nunca o que outra pessoa diferente lhe manda fazer. Claro, né? Aí todo mundo fica vivendo contente. - Mas como é então que pode tanta gente diferente um do outro viver junto assim como lá na cidade? Parece que todo mundo é igual por que todo mundo trabalha, e se todo mundo trabalha é por que todo mundo é igual. - Não, tem muita gente que trabalha porque se não trabalha não tem dinheiro pra comprar comida e aí morre magrinho. - Quem inventou o dinheiro? - Não sei quem, mas foi um homem alto e louro. Mas isso foi há muito tempo. - Pra que o dinheiro? - Do dinheiro foi feito para que todo mundo tenha que trabalhar para comprar comida. Se não trabalha não come. Você trabalha para alguém e essa pessoa lhe paga, lha dá o dinheiro. - Mas então quem trabalha e não gosta é uma pessoa muito triste, coitada. - Pois é, mas você não deve ter pena dela porque se essa pessoa não faz o que gosta é porque é burra e não sabe como é fácil ser feliz. - Raul Seixas

+ Prefiro ser Essa metamorfose ambulante Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo... Eu quero dizer Agora o oposto Do que eu disse antes Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo... Sobre o que é o amor Sobre o que eu Nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela Amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio Amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor Eu sou um ator... É chato chegar A um objetivo num instante Eu quero viver Nessa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo... Sobre o que é o amor Sobre o que eu Nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela Amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio Amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor Eu sou um ator... Eu vou desdizer Aquilo tudo que eu Lhe disse antes Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo... Do que ter aquela velha, velha Velha, velha, velha Opinião formada sobre tudo. - Raul Seixas

+ Porque que sempre a solidão vem junto com o Luar? - Raul Seixas

+ Não existem respostas porque não existem perguntas. Eu não pergunto absolutamente mais nada. As coisas são, e pronto. Nós seres humanos, somos verbos. Somos e estamos, é a única coisa que nos sabemos. E é bonito assumir essa coisa de somente ser… Está todo mundo perguntando até hoje e ninguém tem resposta. Mas ser por ser é bom, torna a vida mais leve e menos violenta. Se todo mundo pensasse assim, as coisas certamente seriam mais fáceis. - Raul Seixas

+ Estou perdido na varanda de Mercúrio sem asas para perseguir meu eco. Estou dominado pela rainha Medusa, sentada na sua poltrona de veludo verde com seus nove cães de prata ao lado. Estou agora em labirintos de anis, onde mordomos gentis sorriem bemóis.Me cumprimentam cordialmente, centauros errantes nos pastos lilases do lado de fora. Cavalgo em renas de rendas em desvairada velocidade para, angustiado, alcançar seus cabelos de nylon que enfeitam a bandeira dos sonhos. E lá se vai eu. Estou correndo no sangue das verdes veias duma idéia que brotou da fonte do ano que passou. Sento-me no amarelo.Estou chorando em hipérboles!Estou perdido na varanda de Mércurio sem asas para perseguir meu eco.Estou no espaço cósmico.Na plasmibiose do universo que se agiganta e me engole.Estou há bilhões de anos-luz distante de mim mesmo. Gentes de cera lustrosa arrastam seus corpos em direção á porta do nada.Suco de clorofila borbulha em espumas verdosas em canecos de bronze, onde anões bebem sem boca. Agora onde estou eu não sei. Nem nunca soube. Estou no cume do arco-íris?Na parte da roxa daquele transferidor? Sei lá. Nem m`importa. Sentado, sozinho, sem medo de cair, ás sete horas de cores e uma mistura, eu pouso pacato em plutão, montado numa borboleta gigante, tranquila, quieta e colorida. Pouso pacato em plutão, com um guarda-chuva e uma máquina de costura (daquelas singer antigas de pedal, que vovó usava para fazer gorrinhos para mim). E a chuva não promete deixar vestigios. - Raul Seixas

+ Viva a Sociedade Alternativa! - Raul Seixas

+ Entre, vem correndo para mim Meu princípio já chegou ao fim E o que me resta agora É o seu amor - Raul Seixas

+ Oh! Oh! Oh! Seu Moço! Do Disco Voador Me leve com você Prá onde você for Oh! Oh! Oh! Seu Moço! Mas não me deixe aqui Enquanto eu sei que tem Tanta estrela por aí... - Raul Seixas

+ Jogue as cartas, leia minha sorte, tanto faz a vida como a morte. O pior de tudo já passei. - Raul Seixas

+ Há tantos caminhos, tantas portas, mas só um tem coração - Raul Seixas

+ Minha cabeça só pensa aquilo que ela aprendeu... por isso mesmo, eu não confio nela, eu sou mais eu... - Raul Seixas

+ Eu perdi o meu medo da chuva. Pois a chuva, voltando pra terra, traz coisas do ar. - Raul Seixas

+ Culpo minha pobre e velha mãe e meu magro e triste pai, por me jogarem na vida e ousadamente me colocarem o nome de Raul. Eis-me! Culpo ao meu próprio escárnio de repetir três vezes o mesmo erro, se é que qualquer um desses três tenham a mesma lucidez dilacerante do que é a dor do absurdo do ser. Nada é mais que um nada mergulhado no oceano de uma dor de chibata chamada Deus! Que este tenha o meu perdão. Só peço que um raio de amor venha do espaço, e blind as três para que a escuridão da santa divina ignorância lhes vedem a visão do apocalipse, amém! - Raul Seixas

+ Tudo tem exatamente a mesma importância, a mesmíssima importância, ou seja, nenhuma. - Raul Seixas

+ Tem dias que a gente se sente um pouco, talvez menos gente. - Raul Seixas

+ Conserve seu medo mas sempre ficando sem medo de nada, por que dessa vida de qualquer maneira não se leva nada. - Raul Seixas

+ Tanto faz a vida como a morte O pior de tudo eu já passei... - Raul Seixas

+ Feliz por saber Que só sei, que não sei Q quem sabe não fala, não diz Vida, alguma coisa acontece Morte, alguma coisa Pode acontecer Que o mel é doce É coisa que eu Me nego afirmar Mas que parece doce Isso eu afirmo plenamente. - Raul Seixas

+ E eu não pergunto Porque já sei que a vida não é uma resposta - Raul Seixas

+ Sozinho em silêncio calado com uma pergunta na alma por que nessa noite tão calma o tempo parece parado? - Raul Seixas

+ O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço - Raul Seixas

+ Já me borrei de tanto rir ouvindo o infinito sempre explicado. Se sendo é um verbo, prefiro ficar sendo calado. - Raul Seixas

+ Eu compus metamorfose ambulante aos 12 anos de idade ou menos. - Raul Seixas

+ A frieza do relógio não compete com a quentura do meu coração. - Raul Seixas