Frases de Vinicius De Moraes

+ Sei lá... a vida tem sempre razão Tem dias que eu fico Pensando na vida E sinceramente Não vejo saída Como é, por exemplo Que dá pra entender A gente mal nasce Começa a morrer Depois da chegada Vem sempre a partida Porque não há nada Sem separação Sei lá, sei lá A vida é uma grande ilusão Sei lá, Sei lá A vida tem sempre razão A gente nem sabe Que males se apronta Fazendo de conta Fingindo esquecer Que nada renasce Antes que se acabe E o sol que desponta Tem que anoitecer De nada adianta Ficar-se de fora A hora do sim É um descuido do não Sei lá, sei lá Só sei que é preciso paixão Sei lá, sei lá A vida tem sempre razão - Vinicius De Moraes

+ Monólogo de Orfeu Mulher mais adorada! Agora que não estás, deixa que rompa O meu peito em soluços! Te enrustiste em minha vida, e cada hora que passa É mais por que te amar a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada. E sabes de uma coisa? Cada vez que o sofrimento vem, essa vontade de estar perto, se longe ou estar mais perto se perto Que é que eu sei? Este sentir-se fraco, o peito extravasado o mel correndo, essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu; Tudo isso que é bem capaz de confundir o espírito de um homem. Nada disso tem importância Quando tu chegas com essa charla antiga, esse contentamento, esse corpo E me dizes essas coisas que me dão essa força, esse orgulho de rei. Ah, minha Eurídice Meu verso, meu silêncio, minha música. Nunca fujas de mim. Sem ti, sou nada. Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada. Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível! A existência sem ti é como olhar para um relógio Só com o ponteiro dos minutos. Tu és a hora, és o que dá sentido E direção ao tempo, minha amiga mais querida! Qual mãe, qual pai, qual nada! A beleza da vida és tu, amada Milhões amada! Ah! Criatura! Quem poderia pensar que Orfeu, Orfeu cujo violão é a vida da cidade E cuja fala, como o vento à flor Despetala as mulheres - que ele, Orfeu, Ficasse assim rendido aos teus encantos? Mulata, pele escura, dente branco Vai teu caminho que eu vou te seguindo no pensamento e aqui me deixo rente quando voltares, pela lua cheia Para os braços sem fim do teu amigo Vai tua vida, pássaro contente Vai tua vida que estarei contigo! - Vinicius De Moraes

+ Darling, Se você soubesse como a minha vida ficou monótona; tão sem gosto de nada. Às vezes tenho impressão que não vou poder mais aguentar nem mais 5 minutos sem te ver. E ainda faltam tantos 5 minutos, meu bem. Eu te adoro, te entendo, te venero. Tu és a minha vida, meu tudo. É diferente. Eu sou teu escravo, teu criado e tua cria. E tu és a minha namorada ilícita, esposa amantíssima e cidadã ímpar na Terra. - Vinicius De Moraes

+ "A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro" Vinicius de Moraes em Para Viver um Grande Amor (Companhia das Letras). - Vinicius De Moraes

+ Uma mulher tem que ter Qualquer coisa além de beleza Qualquer coisa de triste Qualquer coisa que chora Qualquer coisa que sente saudade. - Vinicius De Moraes

+ Samba da Bênção É melhor ser alegre que ser triste Alegria é a melhor coisa que existe É assim como a luz no coração Mas pra fazer um samba com beleza É preciso um bocado de tristeza É preciso um bocado de tristeza Senão, não se faz um samba não Senão é como amar uma mulher só linda E daí? Uma mulher tem que ter Qualquer coisa além de beleza Qualquer coisa de triste Qualquer coisa que chora Qualquer coisa que sente saudade Um molejo de amor machucado Uma beleza que vem da tristeza De se saber mulher Feita apenas para amar Para sofrer pelo seu amor E pra ser só perdão Fazer samba não é contar piada E quem faz samba assim não é de nada O bom samba é uma forma de oração Porque o samba é a tristeza que balança E a tristeza tem sempre uma esperança A tristeza tem sempre uma esperança De um dia não ser mais triste não Feito essa gente que anda por aí Brincando com a vida Cuidado, companheiro! A vida é pra valer E não se engane não, tem uma só Duas mesmo que é bom Ninguém vai me dizer que tem Sem provar muito bem provado Com certidão passada em cartório do céu E assinado embaixo: Deus E com firma reconhecida! A vida não é brincadeira, amigo A vida é arte do encontro Embora haja tanto desencontro pela vida Há sempre uma mulher à sua espera Com os olhos cheios de carinho E as mãos cheias de perdão Ponha um pouco de amor na sua vida Como no seu samba Ponha um pouco de amor numa cadência E vai ver que ninguém no mundo vence A beleza que tem um samba, não Porque o samba nasceu lá na Bahia E se hoje ele é branco na poesia Se hoje ele é branco na poesia Ele é negro demais no coração Eu, por exemplo, o capitão do mato Vinicius de Moraes Poeta e diplomata O branco mais preto do Brasil Na linha direta de Xangô, saravá! A bênção, Senhora A maior ialorixá da Bahia Terra de Caymmi e João Gilberto A bênção, Pixinguinha Tu que choraste na flauta Todas as minhas mágoas de amor A bênção, Sinhô, a bênção, Cartola A bênção, Ismael Silva Sua bênção, Heitor dos Prazeres A bênção, Nelson Cavaquinho A bênção, Geraldo Pereira A bênção, meu bom Cyro Monteiro Você, sobrinho de Nonô A bênção, Noel, sua bênção, Ary A bênção, todos os grandes Sambistas do Brasil Branco, preto, mulato Lindo como a pele macia de Oxum A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim Parceiro e amigo querido Que já viajaste tantas canções comigo E ainda há tantas por viajar A bênção, Carlinhos Lyra Parceiro cem por cento Você que une a ação ao sentimento E ao pensamento A bênção, a bênção, Baden Powell Amigo novo, parceiro novo Que fizeste este samba comigo A bênção, amigo A bênção, maestro Moacir Santos Não és um só, és tantos como O meu Brasil de todos os santos Inclusive meu São Sebastião Saravá! A bênção, que eu vou partir Eu vou ter que dizer adeus Ponha um pouco de amor numa cadência E vai ver que ninguém no mundo vence A beleza que tem um samba, não Porque o samba nasceu lá na Bahia E se hoje ele é branco na poesia Se hoje ele é branco na poesia Ele é negro demais no coração - Vinicius De Moraes

+ Quem pagará o enterro e as flores Se eu me morrer de amores? Quem, dentre amigos, tão amigo Para estar no caixão comigo? Quem, em meio ao funeral Dirá de mim: — Nunca fez mal... Quem, bêbado, chorará em voz alta De não me ter trazido nada? Quem virá despetalar pétalas No meu túmulo de poeta? - Vinicius De Moraes

+ A um passarinho Para que vieste Na minha janela Meter o nariz? Se foi por um verso Não sou mais poeta Ando tão feliz! Se é para uma prosa Não sou Anchieta Nem venho de Assis Deixe-te de histórias Some-te daqui. - Vinicius De Moraes

+ Se você está pensando Que eu estou me importando Claro que eu estou Eu não sou feito essa gente Que ama e de repente Tchau, e se acabou - Vinicius De Moraes

+ A mulher foi feita pro amor e pro perdão...Cai nessa não!, cai nessa não!!! - Vinicius De Moraes

+ Você bem que podia me aparecer, nesses mesmos lugares, nas noites, nos bares, onde anda você?! - Vinicius De Moraes

+ Soneto do Amor como um Rio Este infinito amor de um ano faz Que é maior que o tempo e do que tudo Este amor que é real, e que, contudo Eu já não cria que existisse mais. Este amor que surgiu insuspeitado E que dentro do drama fez-se em paz Este amor que é o túmulo onde jaz Meu corpo para sempre sepultado. Este amor meu é como um rio; um rio Noturno, interminável e tardio A deslizar macio pelo ermo E que em seu curso sideral me leva Iluminado de paixão na treva Para o espaço sem fim de um mar sem termo. - Vinicius De Moraes

+ E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão, de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfeitando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor. - Vinicius De Moraes

+ Tempo De Amor Ah, bem melhor seria Poder viver em paz Sem ter que sofrer Sem ter que chorar Sem ter que querer Sem ter que se dar Ah, bem melhor seria Poder viver em paz Sem ter que sofrer Sem ter que chorar Sem ter que querer Sem ter que se dar Mas tem que sofrer Mas tem que chorar Mas tem que querer Pra poder amar Ah, mundo enganador Paz não quer mais dizer amor Ah, não existe coisa mais triste que ter paz E se arrepender, e se conformar E se proteger de um amor a mais O tempo de amor É tempo de dor O tempo de paz Não faz nem desfaz Ah, que não seja meu O mundo onde o amor morreu Ah, não existe coisa mais triste que ter paz E se arrepender, e se conformar E se proteger de um amor a mais E se arrepender, e se conformar E se proteger de um amor a mais - Vinicius De Moraes

+ Soneto da mulher inútil De tanta graça e de leveza tanta Que quando sobre mim, como a teu jeito Eu tão de leve sinto-te no peito Que o meu próprio suspiro te levanta. Tu, contra quem me esbato liquefeito Rocha branca! brancura que me espanta Brancos seios azuis, nívea garganta Branco pássaro fiel com que me deito. Mulher inútil, quando nas noturnas Celebrações, náufrago em teus delírios Tenho-te toda, branca, envolta em brumas. São teus seios tão tristes como urnas São teus braços tão finos como lírios É teu corpo tão leve como plumas. - Vinicius De Moraes

+ Soneto da Desesperança De não poder viver sua esperança Transformou-a em estátua e deu-lhe um nicho Secreto, onde ao sabor do seu capricho Fugisse a vê-la como uma criança. Tão cauteloso fez-se em seus cuidados De não mostrá-la ao mundo, que a queria Que por zelo demais, ficaram um dia Irremediavelmente separados. Mas eram tais os seus ciúmes dela Tão grande a dor de não poder vivê-la, Que em desespero, resolveu-se: - Mato-a! E foi assim que triste como um bicho Uma noite subiu até o nicho E abriu o coração diante da estátua. - Vinicius De Moraes

+ Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor. - Vinicius De Moraes

+ Para viver um grande amor Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor. Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor. Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor. Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor. Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor. Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor. É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor... Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor? Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor. É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor. Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva escura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor. - Vinicius De Moraes

+ Eu ouvi no meu silêncio o prenúncio de teus passos Penetrando lentamente as solidões da minha espera E tu eras, Coisa Linda, me chegando dos espaços Como a vinda impressentida de uma nova primavera. Vinhas cheia de alegria, coroada de guirlandas Com sorrisos onde havia burburinhos de água clara Cada gesto que fazias semeava uma esperança E existiam mil estrelas nos olhares que me davas. Ai de mim, eu pus-me a amar-te, pus-me a amar-te mais ainda Porque a vida no meu peito se fizera num deserto E tu apenas me sorrias, me sorrias, Coisa Linda Como a fonte inacessível que de súbito está perto. Pelas rútilas ameias do teu riso entreaberto Fui subindo, fui subindo no desejo de teus olhos E o que vi era tão lindo, tão alegre, tão desperto Que do alburno do meu tronco despontaram folhas novas. Eu te juro, Coisa Linda: vi nascer a madrugada Entre os bordos delicados de tuas pálpebras meninas E perdi-me em plena noite, luminosa e espiralada Ao cair no negro vórtice letal de tuas retinas. E é por isso que eu te peço: resta um pouco em minha vida Que meus deuses estão mortos, minhas musas estão findas E de ti eu só quisera fosses minha primavera E só espero, Coisa Linda, dar-te muitas coisas lindas... - Vinicius De Moraes

+ E o passado é como o último morto que é preciso esquecer para ter vida. - Vinicius De Moraes

+ ...E ela virá me abrir a porta como se fosse uma velha amante. Sem saber que é a minha mais nova namorada... - Vinicius De Moraes

+ Deixa secar no meu rosto Esse pranto de amor que a presença desatou Deixa passar o desgosto Esse gosto da ausência que me restou Eu tinha feito da saudade A minha amiga mais constante E ela a cada instante Me pedia pra esperar E foi tudo o que eu fiz, te esperei tanto Tão sozinho no meu canto Tendo apenas o meu canto pra cantar Por isso deixa que o meu pensamento Ainda lembre um momento a saudade que eu vivi A tua imagem fiel Que hoje volta ao meu lado E que eu sinto que perdi. - Vinicius De Moraes

+ CARTA DO AUSENTE Meus amigos, se durante meu recesso virem por acaso passar a minha amada peçam silêncio geral. Depois apontem para o infinito. Ela deve ir como uma sonâmbula, envolta numa aura de tristeza, pois seus olhos só verão a minha ausência. Ela deve estar cega de tudo o que seja o meu amor (esse indizível amor que vive trancado em mim num cárcere mirando empós seu rastro). Se for a tarde, comprem e desfolhem rosas à sua melancólica passagem, e se puderem entoem cantus-primus. Que cesse totalmente o tráfego e silencie as buzinas de modo que se ouça longamente o ruído de seus passos. Ah, meus amigos, ponham as mãos em prece e roguem, não importa a que ser ou divindade por que bem haja a minha grande amada durante o meu recesso, pois sua vida é minha vida, sua morte a minha morte. Sendo possível soltem pombas brancas em quantidade suficiente para que se faça em torno a suave penumbra que lhe apraz. Se houver por perto um hi-fi, coloquem o "Noturno em sí bemol" de Chopin. E se porventura ela se puser a chorar, oh recolham-lhe as lágrimas em pequenos frascos de opalina a me serem mandados regularmente pela mala diplomática. Meus amigos, meus irmãos (e todos os que amam a minha poesia), se por acaso virem passar a minha amada salmodiem versos meus. Ela estará sobre uma nuvem envolta numa aura de tristeza o coração em luz transverberado. Ela é aquela que eu não pensava mais possível, nascida do meu desespero de não encontrá-la. Ela é aquela por quem caminham as minhas pernas e para quem foram feitos os meus braços, ela é aquela que eu amo no meu tempo e que amarei na minha eternidade - a amada una e impretérita. Por isso procedam com discrição mas eficiência: que ela não sinta o seu caminho, e que este, ademais ofereça a maior segurança. Seria sem dúvida de grande acerto não se locomovesse ela de todo, de maneira a evitar os perigos inerentes às leis da gravidade e do momentum dos corpos, e principalmente aquele devidos à falibilidade dos reflexos humanos. Sim, seria extremamente preferível se mantivesse ela reclusa em andar térreo e intramuros num ambiente azul de paz e música. Oh, que ela evite sobretudo dirigir à noite e estar sujeita aos imprevistos da loucura dos tempos. Que ela se proteja, a minha amada contra os males terríveis desta ausência com música e equanil. Que ela pense, agora e sempre em mim, que longe dela ando vagando pelos jardins noturnos da paixão e da melancolia. Que ela se defenda, a minha amiga, contra tudo que anda, voa, corre e nada; e que se lembre que devemos nos encontrar, e para tanto é preciso que estejamos íntegros, e acontece que os perigos são máximos, e o amor de repente de tão grande tornou tudo frágil, extremamente, extremamente frágil. - Vinicius De Moraes

+ Não fazemos amigos, reconhecemo-os. - Vinicius De Moraes

+ Soneto de devoção Essa mulher que se arremessa, fria E lúbrica aos meus braços, e nos seios Me arrebata e me beija e balbucia Versos, votos de amor e nomes feios. Essa mulher, flor de melancolia Que se ri dos meus pálidos receios A única entre todas a quem dei Os carinhos que nunca a outra daria. Essa mulher que a cada amor proclama A miséria e a grandeza de quem ama E guarda a marca dos meus dentes nela. Essa mulher é um mundo! — uma cadela Talvez... — mas na moldura de uma cama Nunca mulher nenhuma foi tão bela! - Vinicius De Moraes