Eu me lembro que ainda muito jovem li as memórias de Goethe. Goethe era um sujeito que achava que nós deveríamos cumprir todas as nossas obrigações para com a sociedade. Porque nós temos de ser superiores a ela, não inferiores. Se nós consentimos que a sociedade nos marginalize e nos derrube, então nós seremos seus escravos.

Eu tinha muita amizade com o doutor Juan Alfredo César Müller. Ele era um sujeito goetheano. A ética que ele seguia era a do Goethe, baseada em três coisas: o homem deve ser digno, prestativo e bom. O dr. Müller era a encarnação dessas três coisas, era digno, prestativo e bom. Você não pode fugir das suas obrigações sociais. Claro que, às vezes, você as cumpre imperfeitamente. Mas você não pode fugir delas, porque se você fugir, você se enfraquece. E se você se enfraquece, você torna-se uma vítima inerme da pressão. Você tem de se esforçar, tentar fazer o máximo para que seja mais forte do que a pressão da sociedade, não mais fraco, jamais uma vítima.

Goethe fala de sua ética do trabalho em seu livro de memórias “Poesia e Verdade” e nas “Conversações com Goethe”, escrito por seu secretário, que teve a prudência de anotar os diálogos que tinha com Goethe nas conversações do dia-a-dia e que eram jóias.


Olavo De Carvalho

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+ Não há covardia mais torpe que a covardia da inteligência, a burrice voluntária, a recusa de juntar os pontos e enxergar o sentido geral dos fatos. - Olavo De Carvalho

+ A vaidade da ignorância é um abismo de miséria humana. - Olavo De Carvalho

+ Ser odiado por multidões de ignorantes é o preço de não ser um deles. - Olavo De Carvalho

+ Honrar exemplos ilustres não é o mesmo que subscrever suas idéias. - Olavo De Carvalho

+ O homem medíocre não acredita no que vê, mas no que aprende a dizer. - Olavo De Carvalho

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