NORDESTINO DEU O TROCO
Este povo não se rende Não se curva, nem se ofende Com os proclames lá do Sul.
Que fala tanta besteira Que é gente interesseira Como xepa em fim de feira Que se compra com angu Basta lhes dar pão e bebida Um unguento pra ferida Que eles fazem a adoração. São devotos do divino São beatos peregrinos Vivem a soltar rojão.
Que são tolos, pequeninos Homens fracos, são meninos Encantados por canção Mas são eles quem de fato Pegam a cobra lá no mato Cortam a cabeça no tato E da calda fazem um prato Pra comer na procissão.
Mas se chega alguém sabido Pelo estado promovido Para lhes dar algum quinhão Logo surge a pergunta O que vão querer em troca Nossos votos na eleição?
Não aceitam o logro fácil Nem fingem que são de aço Choram e têm um coração Mas são nobres desvalidos Pelos ricos oprimidos Que nunca serão vencidos Não importa o sofrimento A altura do lamento Ameaça ou opressão.
Nordestino não se vende Nordestino só se ofende Com quem não lhe compreende E não lhe chama de irmão Com quem se acha importante Que pensa que pode tudo Senhores donos do mundo quando lhe faz distinção. Entre branco, sul e norte Nordestino é cabra forte Que não se ganha por sorte Luta e vence até morte E dá o troco na eleição.
Evan Do Carmo
Outras frases de Evan do carmo
+ MINHA MUSA Ela era linda, encantadora em todos os sentido. A ponto de me deixar mundo, calado diante do abismo que era sua alma inteligente,meiga, doce apaixonante, inesquecível inebriante. Era minha musa , vinho e fantasia mulher proibida, dela fiz um poema de morte, e uma prosa de vida... - Evan Do Carmo
+ UMA PORTA uma porta aberta ou fechada é uma porta não sabe de nada de pessoa viva ou de pessoa morta uma porta calada fechada pro mundo segredos ocultos de vidas passadas pegadas nas sombras não revela o futuro dos rastros do homem que por ela passou a porta de bronze de ouro ou de prata sisuda, não fala que o tempo acabou. a porta, entreaberta de longe nos acena uma fresta de luz de sol ou de lua mas o povo na rua a porta esqueceu. Evan do Carmo - 06/09/2017 - Evan Do Carmo
+ AOS AMIGOS QUE MORAM COMIGO NO LUGAR MAIS SECRETO DO MEU SER. Somos nós que construímos, no coração dos amigos, a nossa própria morada. Resta saber com material edificamos a nossa tenda no coração do amigo, com quem pretendemos conviver por longo tempo ou por uma eternidade. Algumas moradas são refúgios eternos, para onde corremos em épocas de fortes temporais. Me alegro por ter encontrado espaço no coração de quem tanto respeito e admiro, meus amigos, embora poucos, são para mim abrigo contra as tempestades do mundo!. E quantas casas cabem em nossos corações? Alguns, infelizmente, por imaturidade emocional não expandiram a área do coração afetivo, para abrigar mais de um amigo, e são muitas vezes até ciumentos e injustos. Contudo, estes, às vezes impedem que pessoas boas de coração puro se acheguem ao porto deserto do seu coração e ali façam morada. Quão bom é conviver com verdadeiros amigos, tê-los como amparo, em tempos de alegria e em tempos de aflição. Evan do Carmo 11/08/2018 - Evan Do Carmo
+ "Sou cético com relação a muitas coisas, este ceticismo me ajuda a ter clareza quanto ao que de fato acredito..." - Evan Do Carmo
+ VIDA DE PASSARINHO Pobre do homem que leva uma vida de passarinho. Apenas preocupado com seu deitar e com seu levantar, com seu cansaço e com seu descanso, que vive preocupado em produzir ou caçar como um animal, seu alimento diário, mas que nesta rotina enfadonha e neste trabalho de Sísifo, encontra algum sentido para continuar vivendo. Que deidade perversa, como Hades, que libertou o homem para voltar a viver em busca da felicidade, representada pela mulher amada, ou como Zeus, que o puniu por enganar a morte mais uma vez, teria submetido o homem comum a tal sofrimento e vida inútil? Os poetas, contudo, para fugir desta vida vã e deste trabalho de Sísifo, forjaram do nada a possibilidade da vida útil e criativa, inventaram a ilusão e a beleza do abstrato, o prazer eterno nos braços da musa, e a ideia de imortalidade, para no final da vida breve invejar os passarinhos, que não sonham com recompensas metafisicas nem têm delírios de eternidades. Evan do Carmo - Evan Do Carmo