O que mais me doeu (…), além da dor da ausência das pessoas queridas, é perder os interlocutores das minhas lembranças mais remotas.⁠ (…) Recordações partilhadas são uma necessidade. (…) Nosso passado não passa, é um pretérito que mantemos vivo a poder de lembranças.


Marina Colasanti

Outras frases de Marina Colasanti

+ EU SEI, MAS NÃO DEVIA A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora, a tomar café correndo porque está atrasado. A gente se acostuma a ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo na viagem, a comer sanduíches porque não tem tempo para almoçar. A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios, a ligar a televisão e assistir comerciais. A gente se acostuma a lutar para ganhar dinheiro, a ganhar menos do que precisa e a pagar mais do que as coisas valem. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não a das janelas ao redor. A gente se acostuma a não abrir de todo as cortinas, e a medida que se acostuma, esquece o sol, o ar, a amplidão. A gente se acostuma à poluição, à luz artificial de ligeiro tremor, ao choque que os olhos levam com a luz natural. A gente se acostuma às bactérias da água potável, à morte lenta dos rios, à contaminação da água do mar. A gente se acostuma à violência, e aceitando a violência, que haja número para os mortos. E, aceitando os números, aceita não haver a paz. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza para preservar a pele. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde por si mesma. A gente se acostuma, eu sei, mas não devia. - Marina Colasanti

+ Assim como deixamos abertas as portas e disponíveis os sentimentos para receber a chegada de um amor, devemos deixar livre a passagem para que serenamente se vá quando chegada a hora. - Marina Colasanti

+ "Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. (...)" - Marina Colasanti

+ A Paixão da Sua Vida Amava a morte Mas não era correspondido Tomou veneno Atirou-se de pontes Aspirou gás Ela sempre ela o rejeitava Recusando-lhe o abraço Quando finalmente desistiu da paixão Entregando-se à vida A morte, enciumada Estourou-lhe o peito - Marina Colasanti

+ O amor não é louco. Sabe muito bem o que faz, e nunca, nunca, age sem motivo. Loucos somos nós, que insistimos em querer entendê-lo no plano da razão. - Marina Colasanti

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