Poema da Gare de Astapovo
O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos E foi morrer na gare de Astapovo! Com certeza sentou-se a um velho banco, Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo Contra uma parede nua… Sentou-se …e sorriu amargamente Pensando que Em toda a sua vida Apenas restava de seu a Glória, Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas Coloridas Nas mãos esclerosadas de um caduco! E então a Morte, Ao vê-lo tao sozinho àquela hora Na estação deserta, Julgou que ele estivesse ali à sua espera, Quando apenas sentara para descansar um pouco! A morte chegou na sua antiga locomotiva (Ela sempre chega pontualmente na hora incerta…) Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho, E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu… Ele fugiu de casa… Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade… Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!
Mario Quintana
Outras frases de Mario Quintana
+ Viajar é mudar a roupa da alma. - Mario Quintana
+ Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu. @omarioquintana - Mario Quintana
+ Viajar é mudar o cenário da solidão. - Mario Quintana
+ Y Fase do encantamento - É quando o romantismo esta à flor da pele. A admiração é muito grande (o máximo), a sensação dos recém casados é uma delícia. - Mario Quintana
+ Vivemos conjugando o tempo passado (saudade, para os românticos) e o tempo futuro (esperança, para os idealistas). Uma gangorra, como vês, cheia de altos e baixos – uma gangorra emocional. Isto acaba fundindo a cuca de poetas e sábios e maluquecendo de vez o Homo sapiens. Mais felizes os animais, que, na sua gramática imediata, apenas lhes sobra um tempo: o presente do indicativo. E que nem dá tempo para suspiros... - Mario Quintana