Poeta não é gente, é bicho coisa Que da jaula ou gaiola vadiou E anda pelo mundo às cambalhotas, Recordadas do circo do circo que inventou.
Estende no chão a capa que o destapa, Faz do peito tambor, e rufa, salta, É urso bailarino, mono sábio Ave torta de bico e pernalta.
Ao fim toca a charanga do poema, Caixa, fagote, notas arranhadas, E porque bicho é bicho, lá fica, A cantar às estrelas apagadas.