RUÍNAS
Se é sempre Outono o rir das primaveras, Castelos, um a um, deixa-os cair… Que a vida é um constante derruir De palácios do Reino das Quimeras!
E deixa sobre as ruínas crescer heras. Deixa-as beijar as pedras e florir! Que a vida é um contínuo destruir De palácios do Reino de Quimeras!
Deixa tombar meus rútilos castelos! Tenho ainda mais sonhos para erguê-los Mais altos do que as águias pelo ar!
Sonhos que tombam! Derrocada louca! São como os beijos duma linda boca! Sonhos!… Deixa-os tombar… deixa-os tombar…
Florbela Espanca
Outras frases de Florbela Espanca
+ Trago no olhar visões extraordinárias, de coisas que abracei de olhos fechados... - Florbela Espanca
+ Amar! Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui... além... Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente Amar! Amar! E não amar ninguém! Recordar? Esquecer? Indiferente!... Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente! Há uma Primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida, Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada Que seja a minha noite uma alvorada, Que me saiba perder... pra me encontrar... - Florbela Espanca
+ Sou talvez a visão que alguém sonhou Alguém que veio ao mundo prá me ver E que nunca na vida me encontrou - Florbela Espanca
+ E se um dia hei de ser pó, cinza e nada, que seja minha noite uma alvorada, que eu saiba me perder para me encontrar... - Florbela Espanca
+ A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente. - Florbela Espanca