Vácuo No vácuo, na falta de som De luz, de poesia, No caos da antimatéria No infinito querer, jaz a ilusão: Um pensamento morto Uma discussão, a retórica A dialética socrático-aristotélica A coisa em si Kantesca (Kant) Metafísica antipoética de Pessoa A natureza viva de Cabral de Melo O discurso sistemático cartesiano O enfado amoroso kierkegaardiano A impossibilidade da “república” A ineficácia da “política” O fracasso didático de Foucault O erro freudiano, o sonho de Jung O desejo superado de Lacan. No vácuo, onde outrora estava o saber Nada habita, sumiu a consciência Só a falta de ar como indulgência O temor de perceber que tudo, Tudo é vácuo, percepção niilista Representação, angústia Sartreana Depressão, abismo, Schopenhauer. O anarquismo, desgoverno, Proudhon Sem coerção mental, pensamento avulso. Foge-me a organização de Marx “As massas” não se unem Não há revolução… Nem salvação. Morte à metafísica, lógica sem ação.


Evan Do Carmo

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+ VIDA DE PASSARINHO Pobre do homem que leva uma vida de passarinho. Apenas preocupado com seu deitar e com seu levantar, com seu cansaço e com seu descanso, que vive preocupado em produzir ou caçar como um animal, seu alimento diário, mas que nesta rotina enfadonha e neste trabalho de Sísifo, encontra algum sentido para continuar vivendo. Que deidade perversa, como Hades, que libertou o homem para voltar a viver em busca da felicidade, representada pela mulher amada, ou como Zeus, que o puniu por enganar a morte mais uma vez, teria submetido o homem comum a tal sofrimento e vida inútil? Os poetas, contudo, para fugir desta vida vã e deste trabalho de Sísifo, forjaram do nada a possibilidade da vida útil e criativa, inventaram a ilusão e a beleza do abstrato, o prazer eterno nos braços da musa, e a ideia de imortalidade, para no final da vida breve invejar os passarinhos, que não sonham com recompensas metafisicas nem têm delírios de eternidades. Evan do Carmo - Evan Do Carmo

+ UMA PORTA uma porta aberta ou fechada é uma porta não sabe de nada de pessoa viva ou de pessoa morta uma porta calada fechada pro mundo segredos ocultos de vidas passadas pegadas nas sombras não revela o futuro dos rastros do homem que por ela passou a porta de bronze de ouro ou de prata sisuda, não fala que o tempo acabou. a porta, entreaberta de longe nos acena uma fresta de luz de sol ou de lua mas o povo na rua a porta esqueceu. Evan do Carmo - 06/09/2017 - Evan Do Carmo

+ SOMOS TODOS ZÉS-NINGUÉM Por que deixamos de beber uma taça de vinho a mais, em público, pensando nas consequências? Por que nos importamos com o que outros dizem ou pensam sobre nós? Somos todos Zés-ninguém, e quanto ao destino: iguais, com o mesmo fim caótico, irrefutável... Meu pai, que era um nobre, porém indouto, dizia: "Não devemos guardar para amanhá o prato feito para o dia de hoje ". Que a vida é efêmera e sem garantias de final feliz, todos sabem, mas o que mais agrada aos seres humanos, isto de forma generalizada, é ser juiz da vida dos outros, embora pratiquem publicamente ou secretamente aquilo que condena nos outros. - Evan Do Carmo

+ Síntese da vida A poesia é a síntese da vida, vida sem poesia é vida inútil traduza-se isso por: "Vida sem amor não é vida que vale viver..." Antes de se aventurar a fazer poesia antes se faz necessário viver por isso se lê tantos poemas insípidos de poetas que não têm calos na alma nem nas mãos, nem de viver nem de fazer poesia. - Evan Do Carmo

+ Voltei a sorrir voltei a viver então decidi não quero morrer A viva é tão bela estando ao seu lado você minha amada sou seu namorado. Voltei a sorrir voltei a viver então decidi não vou mais sofrer Renasço em seu braços esqueço o cansaço da vida comum eu já percebi não somos mais um. Voltei a sorrir voltei a viver então decidi não quero morrer A paz que encontro no seu coração é algo singelo é luz é verdade é amor é paixão. Voltei a sorrir voltei a viver então decidi não quero morrer - Evan Do Carmo

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