VOLTA DE PASSEIO

Assassinado pelo céu, entre as formas que vão para a serpente e as formas que buscam o cristal, deixarei crescer meus cabelos.

Com a árvore de tocos que não canta e o menino com o branco rosto de ovo.

Com os animaizinhos de cabeça rota e a água esfarrapada dos pés secos.

Com tudo o que tem cansaço surdo-mudo e mariposa afogada no tinteiro.

Tropeçando com meu rosto diferente de cada dia. Assassinado pelo céu!

( tradução: William Agel de Melo)


Federico García Lorca