XLVIII
Dois amantes ditosos fazem um só pão, uma só gota de lua na erva, deixam andando duas sombras que se reúnem, deixam um só sol vazio numa cama.
De todas as verdades escolheram o dia: não se ataram com fios senão com um aroma, e não despedaçaram a paz nem as palavras. A ventura é uma torre transparente.
O ar, o vinho vão com os dois amantes, a noite lhes oferta suas ditosas pétalas, tem direito a todos os cravos.
Dois amantes felizes não tem fim nem morte, nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem, tem da natureza a eternidade.
Pablo Neruda
Outras frases de Pablo Neruda
+ Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos, já não se adoçará junto a ti a minha dor. Mas para onde vá levarei o teu olhar e para onde caminhes levarás a minha dor. Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos uma curva na rota por onde o amor passou. Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame, daquele que corte na tua chácara o que semeei eu. Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste. Venho dos teus braços. Não sei para onde vou. ...Do teu coração me diz adeus uma criança. E eu lhe digo adeus. - Pablo Neruda
+ Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira. - Pablo Neruda
+ Quero apenas cinco coisas... Primeiro é o amor sem fim A segunda é ver o outono A terceira é o grave inverno Em quarto lugar o verão A quinta coisa são teus olhos Não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando. - Pablo Neruda
+ Podes cortar todas as flores mas não podes impedir a Primavera de aparecer. - Pablo Neruda
+ Ainda que chova, ainda que doa. Ainda que a distância corroa as horas do dia e caia a noite sem estrelas, o mundo brilha um pouquinho mais a cada vez que você sorri. - Pablo Neruda