Borbulhante

Guardei meu poema dentro de uma bolha de sabão. Como não ficar seduzida Pela circunferência lisa e transparente, Onde o arco-íris passeia docemente, E morre de amores pela espuma colorida?

Acomodada na nova moradia, O poema suspirou e adormeceu. Quando acordou já não mais me pertencia.

A bolha de sabão se deslocara E o poema apaixonado que eu criara Descobriu de repente que era teu.


Flora Figueiredo

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+ Não deixe portas entreabertas Escancare-as Ou bata-as de vez. Pelos vãos, brechas e fendas Passam apenas semiventos, Meias verdades E muita insensatez. - Flora Figueiredo

+ “Se tiver que ir, vai. O que fica para trás, não sendo mentira, não racha, não rompe, não cai.Ninguém tira. Já que vai, segue se depurando pelo trajeto, para desembarcar passado a limpo, sem máscara, sem nada, sem nenhum desafeto. Quando chegar, sobe ao ponto mais alto do lugar, onde a encosta do mundo faz a curva mais pendente. E então acena. De onde estiver, quero enxergar esse momento em que você vai constatar que a vida vale grandemente a pena.” - Flora Figueiredo

+ Não deixe portas entreabertas. Escancare-as ou as bata de uma vez. Porque por meias entradas entram meias felicidades. - Flora Figueiredo

+ Retirada Respeite o silêncio a omissão, a ausência. É meu movimento de deserção. Abandonei o posto, rompi a corda, desacreditei de tudo. Cansei de esperar que finalmente um dia, minha fotografia fizesse jus ao seu criado-mudo. - Flora Figueiredo

+ Aprendi a esperar...Se ventos são capazes de levar embora, a qualquer hora, também, são capazes de fazer voltar. - Flora Figueiredo

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