Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio. Sossegadamente, fitemos o seu curso e aprendamos Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas. Enlacemos as mãos…


Ricardo Reis

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+ Vivem em nós inúmeros; Se penso ou sinto, ignoro Quem é que pensa ou sente. Sou somente o lugar Onde se sente ou pensa. Tenho mais almas que uma. Há mais eus do que eu mesmo. Existo todavia Indiferente a todos. Faço-os calar: eu falo. Os impulsos cruzados Do que sinto ou não sinto Disputam em quem sou. Ignoro-os. Nada ditam A quem me sei: eu escrevo. - Ricardo Reis

+ Prefiro Rosas Prefiro rosas, meu amor, à pátria, E antes magnólias amo Que a glória e a virtude. Logo que a vida me não canse, deixo Que a vida por mim passe Logo que eu fique o mesmo. Que importa àquele a quem já nada importa Que um perca e outro vença, Se a aurora raia sempre, Se cada ano com a primavera As folhas aparecem E com o outono cessam? E o resto, as outras coisas que os humanos Acrescentam à vida, Que me aumentam na alma? Nada, salvo o desejo de indiferença E a confiança mole Na hora fugitiva. - Ricardo Reis

+ Aquele momento em que subimos nossos olhos ao céu pra não deixar cair uma lágrima no chão. - Ricardo Reis

+ Cada dia sem gozo não foi teu Cada dia sem gozo não foi teu Foi só durares nele. Quanto vivas Sem que o gozes, não vives. Não pesa que amas, bebas ou sorrias: Basta o reflexo do sol ido na água De um charco, se te é grato. Feliz o a quem, por ter em coisas mínimas Seu prazer posto, nenhum dia nega A natural ventura! - Ricardo Reis

+ Aos que a felicidade É sol, virá a noite. Mas ao que nada ‘spera Tudo que vem é grato. - Ricardo Reis

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