Frases de Frantz Fanon

+ Oh, meu corpo, faça de mim um homem que sempre questiona! - Frantz Fanon

+ Para investir nos países independentes, as empresas privadas exigem condições que se revelam, com a experiência, inaceitáveis ou irrealizáveis. Fiéis ao princípio de rentabilidade imediata de quando vão a “além-mar”, os capitalistas mostram-se reticentes em relação a qualquer investimento de longo prazo. São insubmissos e com frequência abertamente hostis aos pretensos programas de planejamento das jovens equipes que se encontram no poder. A rigor, aceitariam de bom grado emprestar dinheiro aos jovens Estados, sob a condição, no entanto, de que esse dinheiro servisse para comprar produtos manufaturados, máquinas, isto é, para fazer as fábricas da metrópole funcionarem. Na verdade, a desconfiança dos grupos financeiros ocidentais explica-se pela sua preocupação de não correr risco algum. Por isso, eles exigem uma estabilidade política e um clima social sereno impossíveis de alcançar, quando se leva em conta a situação lamentável da população global no alvorecer da independência. Então, em busca dessa garantia que a ex-colônia não pode assegurar, impõem a permanência de algumas tropas militares ou a entrada do jovem Estado em pactos econômicos ou militares. As empresas privadas fazem pressão sobre seu próprio governo, para que ao menos bases militares sejam instaladas nesses países, tendo como missão proteger seus interesses. Em última instância, essas empresas pedem a seus governos para garantir os investimentos que decidam fazer nesta ou naquela região subdesenvolvida. - Frantz Fanon

+ Os serviços secretos colonialistas, que não depuseram as armas depois da independência, fomentam o descontentamento e chegam inclusive a criar graves dificuldades aos jovens governos. - Frantz Fanon

+ ⁠Os oprimidos sempre acreditarão no pior sobre si mesmos. - Frantz Fanon

+ " Os brancos racistas criaram a palavra NEGRO, os negros criaram a negritude" - Frantz Fanon

+ Ocorre que poucos países preenchem os requisitos exigidos pelos trustes e monopólios. Dessa forma, os capitais, desprovidos de alternativas seguras, ficam bloqueados na Europa e se imobilizam. E imobilizam-se tanto mais porque os capitalistas se recusam a investir em seu próprio território. A rentabilidade nesse caso é efetivamente irrisória, e o controle fiscal desanima os mais audaciosos. A situação a longo prazo é catastrófica. Os capitais não circulam mais ou veem sua circulação consideravelmente diminuída. Os bancos suíços os recusam, a Europa sufoca. Apesar dos enormes recursos absorvidos nas despesas militares, o capitalismo internacional encontra-se em apuros. Mas um outro perigo o ameaça. Com efeito, à medida que o Terceiro Mundo for abandonado e condenado ao retrocesso, e em todo caso à estagnação, pelo egoísmo e pela imoralidade das nações ocidentais, os povos subdesenvolvidos preferirão evoluir em autarquia coletiva. - Frantz Fanon

+ ⁠O que importa não é conhecer o mundo, mas mudá-lo. - Frantz Fanon

+ ⁠O neutralismo produz no cidadão do Terceiro Mundo um estado de espírito que se traduz, na vida cotidiana, por uma intrepidez e um orgulho hierático que estranhamente se assemelham a uma atitude de desafio. Essa recusa declarada do compromisso, essa vontade ferrenha de não se prender, lembra o comportamento de adolescentes altivos e despojados, sempre prontos a se sacrificar por uma palavra. Tudo isso desconcerta os observadores ocidentais, pois existe, na verdade, um escândalo entre o que esses homens pretendem ser e o que têm por trás de si. Esse país sem ferrovias, sem tropas, sem dinheiro, não justifica a bravata que eles fazem ostensivamente. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma impostura. O Terceiro Mundo dá muitas vezes a impressão de se regozijar no drama e precisar de uma dose semanal de crises. Esses líderes de países vazios, que falam alto, são irritantes. Temos vontade de fazê-los se calar. Entretanto, eles são cortejados. Ganham flores. Recebem convites. Em uma palavra, são disputados. Isso é o neutralismo. Existe uma literatura colossal a respeito deles, apesar do índice de 98% de iletrados. Viajam muito. Os dirigentes dos países subdesenvolvidos, os estudantes dos países subdesenvolvidos são clientes de ouro para as companhias aéreas. Os responsáveis africanos e asiáticos têm a possibilidade de, no mesmo mês, fazer um curso sobre planejamento socialista em Moscou e outro sobre os benefícios da economia liberal em Londres ou na Universidade Columbia. - Frantz Fanon

+ ⁠O neutralismo produz no cidadão do Terceiro Mundo um estado de espírito que se traduz, na vida cotidiana, por uma intrepidez e um orgulho hierático que estranhamente se assemelham a uma atitude de desafio. Essa recusa declarada do compromisso, essa vontade ferrenha de não se prender, lembra o comportamento de adolescentes altivos e despojados, sempre prontos a se sacrificar por uma palavra. Tudo isso desconcerta os observadores ocidentais, pois existe, na verdade, um escândalo entre o que esses homens pretendem ser e o que têm por trás de si. Esse país sem ferrovias, sem tropas, sem dinheiro, não justifica a bravata que eles fazem ostensivamente. Trata-se, sem dúvida alguma, de uma impostura. O Terceiro Mundo dá muitas vezes a impressão de se regozijar no drama e precisar de uma dose semanal de crises. - Frantz Fanon

+ ⁠O nativo sempre soube que não podia esperar nada do outro lado. O trabalho do colono é tornar impossíveis quaisquer sonhos de liberdade do colonizado. O trabalho do colonizado é imaginar todas as combinações eventuais para aniquilar o colono. No plano do raciocínio, o maniqueísmo do colono produz o maniqueísmo do colonizado. À teoria do "nativo como mal absoluto" corresponde a teoria do "colono como mal absoluto". - Frantz Fanon

+ O imperialismo deixa para trás germes de podridão que devemos detectar e remover clinicamente da nossa terra, mas também das nossas mentes⁠. - Frantz Fanon

+ O colonizado, portanto, descobre que sua vida, sua respiração, as batidas de seu coração são as mesmas que as do colono. Descobre que a pele do colono não vale mais que a pele do nativo. - Frantz Fanon

+ O colonizado deve se persuadir de que o colonialismo não lhe dá nada de graça. O que o colonizado obtém por meio da luta política ou da luta armada não é o resultado da boa vontade ou do bom coração do colono, e sim traduz a impossibilidade de se protelar as concessões. Mais do que isso, o colonizado precisa saber que não é o colonialismo que faz essas concessões, mas ele próprio. Quando o governo britânico decide outorgar à população africana alguns assentos a mais na Assembleia do Quênia, é preciso muito cinismo ou ignorância para presumir que o governo britânico fez concessões. Ninguém vê que é o povo queniano quem faz concessões? É preciso que os povos colonizados, que os povos que foram espoliados abandonem a mentalidade que os caracterizou até agora. O colonizado pode no máximo aceitar um compromisso com o colonialismo, mas nunca um comprometimento. - Frantz Fanon

+ O colonialismo vai igualmente encontrar no lumpemproletariado uma massa de manobra considerável. Por isso, todo movimento de libertação deve prestar o máximo de atenção nesse lumpemproletariado. Este sempre responde ao chamado da insurreição, mas se a insurreição acredita poder prosperar ignorando-o, o lumpemproletariado, essa massa de famintos e desclassificados, se lançará na luta armada, participará do conflito, dessa vez ao lado do opressor. Este, que nunca perde uma oportunidade de jogar os negros uns contra os outros, se servirá, com rara felicidade, da inconsciência e da ignorância que são as deficiências do lumpemproletariado. Essa reserva humana disponível, se não for imediatamente organizada pela insurreição, acabará como grupo de mercenários ao lado das tropas colonialistas. - Frantz Fanon

+ O colonialismo tenta às vezes diversificar, desarticular o ímpeto nacionalista. Em vez de incitar os xeiques e os chefes contra os “revolucionários” das cidades, os serviços ligados a assuntos nativos organizam as tribos e as confrarias em partidos. Diante do partido urbano que começava a “encarnar a vontade nacional” e a se tornar um perigo para um regime colonial, surgem pequenos grupos, tendências, partidos de base étnica ou regionalista. É a tribo inteira que se converte em partido político, aconselhado de perto pelos colonialistas. A mesa-redonda pode começar. O partido unitário se afogará na aritmética das tendências. Os partidos tribais se opõem à centralização, à unidade, e denunciam a ditadura do partido unitário. Mais tarde, essa tática será utilizada pela oposição nacional. Dentre os dois ou três partidos nacionalistas que lideraram a luta de libertação, o ocupante fez sua escolha. As mutualidades dessa escolha são clássicas: quando um partido reuniu a unanimidade nacional e se impôs ao ocupante como único interlocutor, o ocupante multiplica as manobras e protela ao máximo as negociações. Esse atraso será usado para reduzir as exigências desse partido a migalhas, ou então para obter da direção o afastamento de certos elementos “extremistas”. Se, ao contrário, nenhum partido se impõe de fato, o ocupante contenta-se em privilegiar aquele que lhe parece o mais “razoável”. Os partidos nacionalistas que não participaram das negociações passam, então, a denunciar o acordo firmado entre o outro partido e o ocupante. - Frantz Fanon

+ O colonialismo não é uma máquina de pensar, não é um corpo dotado de razão. É a violência em estado puro, e só se curvará diante de uma violência maior. - Frantz Fanon

+ ⁠No plano interno, os países colonialistas enfrentam contradições e reivindicações operárias que exigem o emprego de suas forças policiais. Além disso, na atual conjuntura internacional, esses países necessitam de suas tropas para proteger o regime. Enfim, conhecemos o mito dos movimentos de libertação dirigidos a partir de Moscou. Na argumentação apavorada do regime, isso significa: "Se as coisas continuarem assim, os comunistas vão acabar se aproveitando desses tumultos para se infiltrar nessas regiões". - Frantz Fanon

+ ⁠No mundo pelo qual viajo, estou me criando incessantemente. - Frantz Fanon

+ No momento em que os partidos nacionalistas tentam organizar a classe operária embrionária das cidades, observam-se no campo explosões absolutamente inexplicáveis. É o caso, por exemplo, da famosa insurreição de 1947 em Madagascar. Os serviços colonialistas são formais: é uma revolta camponesa. Na verdade, hoje sabemos que as coisas, como sempre, foram muito mais complicadas. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, as grandes companhias coloniais estenderam o seu poder e se apoderaram da totalidade das terras ainda livres. Na mesma época, falou-se na implantação eventual, na ilha, de refugiados judeus, cabilas, antilhanos. Correu igualmente o boato sobre a iminente invasão da ilha por parte dos brancos da África do Sul, com a cumplicidade dos colonos. Assim, após a guerra, os candidatos da lista nacionalista triunfaram nas eleições. Imediatamente depois, organizou-se a repressão contra as células do partido mdrm (Movimento Democrático da Renovação Malgaxe). Para atingir seus fins, o colonialismo serviu-se dos meios mais clássicos: prisões em massa, propaganda racista intertribal e criação de um partido com os elementos desorganizados do lumpemproletariado. Esse partido, dito dos Deserdados de Madagascar (Padesm), daria à autoridade colonial, por suas provocações decisivas, a garantia para a manutenção da ordem. Porém, essa operação banal para aniquilar um partido, preparada de antemão, toma aqui proporções gigantescas. As massas rurais, na defensiva há três ou quatro anos, sentem-se repentinamente em perigo de morte e decidem se opor ferozmente às forças colonialistas. Armado de azagaias e amiúde de pedras e bastões, o povo se lança na insurreição generalizada, em prol da libertação nacional. Sabemos o que vem em seguida. Essas insurreições armadas representam apenas um dos meios utilizados pelas massas rurais para interferir na luta nacional. Algumas vezes os camponeses assumem o lugar da agitação urbana, quando o partido nacional nas cidades se torna alvo da repressão policial. As notícias chegam ao campo ampliadas, desmedidamente ampliadas: líderes detidos, ataques em série com metralhadoras; o sangue negro inunda as cidades, os pequenos colonos banham-se no sangue árabe. Então o ódio acumulado, o ódio exacerbado, acaba por explodir. - Frantz Fanon

+ Nesses países pobres, subdesenvolvidos, nos quais, segundo a regra, a maior riqueza está ao lado da maior miséria, o Exército e a polícia são os pilares do regime. Um Exército e uma polícia que, mais uma regra a ser lembrada, são assessorados por especialistas estrangeiros. A força dessa polícia, o poder desse Exército são proporcionais ao marasmo em que está mergulhado o resto da nação. A burguesia nacional se vende cada vez mais abertamente às grandes empresas estrangeiras. Por meio de prebendas, as concessões são obtidas pelo estrangeiro, os escândalos se multiplicam, os ministros enriquecem, suas mulheres transformam-se em cocotes, os deputados vão se ajeitando e, do policial ao agente alfandegário, todos participam dessa grande caravana da corrupção. A oposição torna-se mais agressiva e o povo capta nas entrelinhas sua propaganda. A partir de então, a hostilidade em relação à burguesia é manifesta. A jovem burguesia que parece acometida de senilidade precoce não leva em conta os conselhos que lhe são dados e se revela incapaz de compreender que seria de seu interesse encobrir, ainda que ligeiramente, sua exploração. - Frantz Fanon

+ ⁠Hoje acredito na possibilidade do amor; é por isso que me esforço para rastrear suas imperfeições, suas perversões. - Frantz Fanon

+ ⁠Entre opressores e oprimidos tudo se resolve pela força - Frantz Fanon

+ ⁠Em seu aspecto decadente, a burguesia nacional será consideravelmente ajudada pelas burguesias ocidentais, que se apresentam como turistas amantes do exotismo, das caçadas, dos cassinos. A burguesia nacional organiza centros de repouso e de lazer e terapias de prazer destinados à burguesia ocidental. Essa atividade adotará o nome de turismo e será equiparada, nesse caso, a uma indústria nacional. Se quisermos uma prova dessa eventual transformação dos elementos da burguesia ex-colonizada em organizadores de festas para a burguesia ocidental, vale a pena evocar o que aconteceu na América Latina. Os cassinos de Havana, da Cidade do México, as praias do Rio, as garotas brasileiras, as garotas mexicanas, as mestiças de treze anos, Acapulco, Copacabana são estigmas dessa depravação da burguesia nacional. Por não ter ideias, por estar fechada em si mesma, apartada do povo, minada pela incapacidade congênita de pensar o conjunto dos problemas em função da totalidade da nação, a burguesia nacional vai assumir o papel de gerente das empresas do Ocidente e praticamente organizar seu país como lupanar da Europa. Mais uma vez, é preciso ter diante dos olhos o espetáculo lamentável de determinadas repúblicas da América Latina. Depois de um voo rápido, os homens de negócios dos Estados Unidos, os grandes banqueiros, os tecnocratas desembarcam “nos trópicos” e de oito a dez dias mergulham na doce depravação que suas “reservas” lhes oferecem. O comportamento dos proprietários de terras nacionais praticamente se identifica com o da burguesia das cidades. Os grandes agricultores exigiram, a partir da proclamação da independência, a nacionalização das propriedades agrícolas. Com o auxílio de uma série de negociatas, conseguiram se apropriar das fazendas antes pertencentes aos colonos, reforçando assim seu domínio sobre a região. Mas eles não tentam renovar a agricultura, intensificá-la ou integrá-la numa economia de fato nacional. Na verdade, os proprietários de terras nacionais vão exigir do poder público que multiplique, em proveito deles, as facilidades e os privilégios que antes beneficiavam os colonos estrangeiros. A exploração dos trabalhadores agrícolas será reforçada e legitimada. Manipulando dois ou três slogans, esses novos colonos vão exigir dos trabalhadores agrícolas uma labuta enorme, evidentemente em nome do esforço nacional. Não haverá modernização da agricultura, nem plano de desenvolvimento, nem iniciativas, pois as iniciativas, que implicam um mínimo de risco, provocam pânico nesses meios e desnorteiam a burguesia fundiária, hesitante, prudente, que submerge cada vez mais nos circuitos instaurados pelo colonialismo. Nessas regiões, as iniciativas são próprias do governo. O governo é que as decide, estimula, financia. A burguesia agrícola recusa-se a assumir o menor risco. É contra a aposta, a aventura. Não quer trabalhar na incerteza. Exige o sólido, o rápido. Os lucros que embolsa, enormes, considerando a renda nacional, não são reinvestidos. Uma poupança economizada domina a psicologia desses proprietários de terras. Por vezes, sobretudo nos anos que se seguem à independência, a burguesia não hesita em confiar a bancos estrangeiros os lucros que aufere do solo nacional. Por outro lado, grandes quantias são utilizadas para fins de ostentação, em carros, em casas suntuosas, em todas as coisas bem descritas pelos economistas como características da burguesia subdesenvolvida. Dissemos que a burguesia colonizada que ascende ao poder emprega sua agressividade de classe para se apossar dos cargos anteriormente ocupados pelos estrangeiros. De fato, logo após a independência, ela se choca com as sequelas humanas do colonialismo: advogados, comerciantes, proprietários rurais, médicos, funcionários de alto escalão. Vai lutar impiedosamente contra essa gente “que insulta a dignidade nacional”. Acena energicamente com as noções de nacionalização dos quadros, de africanização dos quadros. Com efeito, seu comportamento vai se caracterizar cada vez mais pelo racismo. Brutalmente, ela apresenta ao governo um problema claro: precisamos desses cargos. E só deixará de manifestar seu ressentimento quando tiver ocupado todos eles. Por sua vez, o proletariado das cidades, a massa dos desempregados, os pequenos artesãos, aqueles que exercem os chamados pequenos ofícios se situam a favor dessa atitude nacionalista, mas sejamos justos: eles apenas copiam a atitude da burguesia. Se a burguesia nacional entra em competição com os europeus, então os artesãos e os pequenos ofícios começam a lutar contra os africanos não nacionais. - Frantz Fanon

+ É nessa perspectiva que é preciso interpretar o fato de que, nos jovens países independentes, triunfe aqui e ali o federalismo. Como se sabe, a dominação colonial privilegiou determinadas regiões. A economia das colônias não está integrada ao conjunto da nação, está sempre disposta em relações de complementaridade com as diferentes metrópoles. Quase nunca o colonialismo explora a totalidade do país. Ele se contenta em adequar os recursos naturais que extrai e exporta para as indústrias metropolitanas, permitindo assim uma relativa riqueza territorial, enquanto o resto da colônia mantém, ou aprofunda, seu subdesenvolvimento e sua miséria. - Frantz Fanon

+ E, de fato, lá se vão quase sete anos de crimes na Argélia e nem um único francês foi levado a um tribunal da Justiça francesa pelo assassinato de um argelino. - Frantz Fanon