Frases de Jorge Luis Borges

+ O que é o céu se não um suborno, e o que é o inferno se não uma ameaça? - Jorge Luis Borges

+ Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível. - Jorge Luis Borges

+ As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia. - Jorge Luis Borges

+ Eu não falo de vingança nem de perdão, o esquecimento é a única vingança e o único perdão. - Jorge Luis Borges

+ Há aqueles que não podem imaginar o mundo sem pássaros, há aqueles que não podem imaginar o mundo sem água; ao que me refere, sou incapaz de imaginar um mundo sem livros. - Jorge Luis Borges

+ A democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis. - Jorge Luis Borges

+ Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria. - Jorge Luis Borges

+ As Coisas A bengala, as moedas, o chaveiro, A dócil fechadura, as tardias Notas que não lerão os poucos dias Que me restam, os naipes e o tabuleiro, Um livro e em suas páginas a desvanecida Violeta, monumento de uma tarde Sem dúvida inesquecível e já esquecida, O rubro espelho ocidental em que arde Uma ilusória aurora. Quantas coisas, Limas, umbrais, atlas, taças, cravos, Servem-nos, como tácitos escravos, Cegas e estranhamente sigilosas! Durarão para além de nosso esquecimento; Nunca saberão que partimos em um momento. - Jorge Luis Borges

+ Não odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz. - Jorge Luis Borges

+ Elogio da Sombra A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão) pode ser o tempo de nossa felicidade. O animal morreu ou quase morreu. Restam o homem e sua alma. Vivo entre formas luminosas e vagas que não são ainda a escuridão. Buenos Aires, que antes se espalhava em subúrbios em direção à planície incessante, voltou a ser La Recoleta, o Retiro, as imprecisas ruas do Once e as precárias casas velhas que ainda chamamos o Sul. Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas; Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar; o tempo foi meu Demócrito. Esta penumbra é lenta e não dói; flui por um manso declive e se parece à eternidade. Meus amigos não têm rosto, as mulheres são aquilo que foram há tantos anos, as esquinas podem ser outras, não há letras nas páginas dos livros. Tudo isso deveria atemorizar-me, mas é um deleite, um retorno. Das gerações dos textos que há na terra só terei lido uns poucos, os que continuo lendo na memória, lendo e transformando. Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte convergem os caminhos que me trouxeram a meu secreto centro. Esses caminhos foram ecos e passos, mulheres, homens, agonias, ressurreições, dias e noites, entressonhos e sonhos, cada ínfimo instante do ontem e dos ontens do mundo, a firme espada do dinamarquês e a lua do persa, os atos dos mortos, o compartilhado amor, as palavras, Emerson e a neve e tantas coisas. Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro, a minha álgebra e minha chave, a meu espelho. Breve saberei quem sou. - Jorge Luis Borges

+ Creio que uma forma de felicidade é a leitura. - Jorge Luis Borges

+ Todos os caminham levam à morte. Perca-se. - Jorge Luis Borges

+ Sou Sou o que sabe não ser menos vão Que o vão observador que frente ao mudo Vidro do espelho segue o mais agudo Reflexo ou o corpo do irmão. Sou, tácitos amigos, o que sabe Que a única vingança ou o perdão É o esquecimento. Um deus quis dar então Ao ódio humano essa curiosa chave. Sou o que, apesar de tão ilustres modos De errar, não decifrou o labirinto Singular e plural, árduo e distinto, Do tempo, que é de um só e é de todos. Sou o que é ninguém, o que não foi a espada Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada. - Jorge Luis Borges

+ A UM GATO Não são mais silenciosos os espelhos Nem mais furtiva a aurora aventureira; Tu és, sob a lua, essa pantera que divisam ao longe nossos olhos. Por obra indecifrável de um decreto Divino, buscamos-te inutilmente; Mais remoto que o Ganges e o poente, É tua a solidão, teu o segredo. O teu dorso condescende à morosa Carícia da minha mão. Sem um ruído Da eternidade que ora é olvido. Aceitaste o amor desta mão receosa. Em outro tempo estás. Tu és o dono de um espaço cerrado como um sonho. - Jorge Luis Borges

+ Os meus livros Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos E que percorro com a minha mão côncava. Não sem alguma lógica amargura Entendo que as palavras essenciais, As que me exprimem, estarão nessas folhas Que não sabem quem sou, não nas que escrevo. Mais vale assim. As vozes desses mortos Dir-me-ão para sempre. - Jorge Luis Borges

+ A esperança é o mais sórdido dos sentimentos. - Jorge Luis Borges

+ Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens. - Jorge Luis Borges

+ O livro é uma extensão da memória e da imaginação. - Jorge Luis Borges

+ O casamento é um destino pobre para uma mulher. - Jorge Luis Borges

+ A dúvida é um dos nomes da inteligência. - Jorge Luis Borges

+ Somos todos semelhantes à imagem que os outros têm de nós. - Jorge Luis Borges

+ Por vezes à noite há um rosto Que nos olha do fundo de um espelho E a arte deve ser como esse espelho Que nos mostra o nosso próprio rosto. - Jorge Luis Borges

+ Não há prazer mais complexo que o do pensamento. - Jorge Luis Borges

+ Hoje não me alegram as amendoeiras do horto. Me lembro de ti. - Jorge Luis Borges

+ Fica-se enamorado quando se dá conta de que a outra pessoa é única. - Jorge Luis Borges