Frases de Vladimir Maiakóvski

+ Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor. - Vladimir Maiakóvski

+ Dedução Não acabarão nunca com o amor, nem as rusgas, nem a distância. Está provado, pensado, verificado. Aqui levanto solene minha estrofe de mil dedos e faço o juramento: Amo firme, fiel e verdadeiramente. - Vladimir Maiakóvski

+ Não é difícil morrer nesta vida. Viver é muito mais difícil. - Vladimir Maiakóvski

+ A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo. - Vladimir Maiakóvski

+ ...nenhum som me importa afora o som do teu nome que eu adoro. E não me lançarei no abismo, e não beberei veneno, e não poderei apertar na têmpora o gatilho. Afora o teu olhar nenhuma lâmina me atrai com seu brilho - Vladimir Maiakóvski

+ Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração. - Vladimir Maiakóvski

+ Fiz ranger as folhas de jornal abrindo-lhes as pálpebras piscantes. E logo de cada fronteira distante subiu um cheiro de pólvora perseguindo-me até em casa. Nestes últimos vinte anos nada de novo há no rugir das tempestades. Não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes? O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas. - Vladimir Maiakóvski

+ Brilhar sempre, brilhar em todo lugar até os últimos dias do guerreiro brilhar – e sem desculpa nenhuma! Eis o meu lema – e do sol. - Vladimir Maiakóvski

+ COMUMENTE É ASSIM Cada um ao nascer traz sua dose de amor, mas os empregos, o dinheiro, tudo isso, nos resseca o solo do coração. Sobre o coração levamos o corpo, sobre o corpo a camisa, mas isto é pouco. Alguém imbecilmente inventou os punhos e sobre os peitos fez correr o amido de engomar. Quando velhos se arrependem. A mulher se pinta. O homem faz ginástica pelo sistema Muller. Mas é tarde. A pele enche-se de rugas. O amor floresce, floresce, e depois desfolha. - Vladimir Maiakóvski

+ O coração tem domicílio no peito. Comigo a anatomia ficou louca. Sou todo coração. - Vladimir Maiakóvski

+ Você não pode deixar ninguém invadir o seu jardim para não correr o risco de ter a casa arrombada. - Vladimir Maiakóvski

+ Que os meus ideais sejam tanto mais fortes quanto maiores forem os desafios, mesmo que precise transpor obstáculos aparentemente intransponíveis. Porque metade de mim é feita de sonhos e a outra metade é de lutas. - Vladimir Maiakóvski

+ Se a criança é um porquinho, quando adulto não poderá ser outra coisa senão um porco. - Vladimir Maiakóvski

+ O século 30 vencerá.! Ressucita-me para que ninguém mais tenha que sacrificar-se por uma casa, um buraco. Ressucita-me para que o Pai seja ao menos o Universo e a Mãe, no mínimo a Terra. - Vladimir Maiakóvski

+ Melhor morrer de vodca que de tédio! - Vladimir Maiakóvski

+ A FLAUTA-VÉRTEBRA A todas vocês, que eu amei e que eu amo, ícones guardados num coração-caverna, como quem num banquete ergue a taça e [ celebra, repleto de versos levanto meu crânio. Penso, mais de uma vez: seria melhor talvez pôr-me o ponto final de um balaço. Em todo caso eu hoje vou dar meu concerto de adeus. Memória! Convoca aos salões do cérebro um renque inumerável de amadas. Verte o riso de pupila em pupila, veste a noite de núpcias passadas. De corpo a corpo verta a alegria. esta noite ficará na História. Hoje executarei meus versos na flauta de minhas próprias vértebras. - Vladimir Maiakóvski

+ A Extraordinária Aventura vivida por Vladimir Maiakóvski no Verão na Datcha A tarde ardia em cem sóis O verão rolava em julho. O calor se enrolava no ar e nos lençóis da datcha onde eu estava, Na colina de Púchkino, corcunda, o monte Akula, e ao pé do monte a aldeia enruga a casca dos telhados. E atrás da aldeia, um buraco e no buraco, todo dia, o mesmo ato: o sol descia lento e exato E de manhã outra vez por toda a parte lá estava o sol escarlate. Dia após dia isto começou a irritar-me terrivelmente. Um dia me enfureço a tal ponto que, de pavor, tudo empalidece. E grito ao sol, de pronto: ¿Desce! Chega de vadiar nessa fornalha! E grito ao sol: ¿Parasita! Você aí, a flanar pelos ares, e eu aqui, cheio de tinta, com a cara nos cartazes! E grito ao sol: ¿Espere! Ouça, topete de ouro, e se em lugar desse ocaso de paxá você baixar em casa para um chá? Que mosca me mordeu! É o meu fim! Para mim sem perder tempo o sol alargando os raios-passos avança pelo campo. Não quero mostra medo. Recuo para o quarto. Seus olhos brilham no jardim. Avançam mais. Pelas janelas, pelas portas, pelas frestas a massa solar vem abaixo e invade a minha casa. Recobrando o fôlego, me diz o sol com a voz de baixo: ¿Pela primeira vez recolho o fogo, desde que o mundo foi criado. Você me chamou? Apanhe o chá, pegue a compota, poeta! Lágrimas na ponta dos olhos - o calor me fazia desvairar, eu lhe mostro o samovar: ¿Pois bem, sente-se, astro! Quem me mandou berrar ao sol insolências sem conta? Contrafeito me sento numa ponta do banco e espero a conta com um frio no peito. Mas uma estranha claridade fluía sobre o quarto e esquecendo os cuidados começo pouco a pouco a palestrar com o astro. Falo disso e daquilo, como me cansa a Rosta², etc. E o sol: ¿Está certo, mas não se desgoste, não pinte as coisas tão pretas. E eu? Você pensa que brilhar é fácil? Prove, pra ver! Mas quando se começa é preciso prosseguir e a gente vai e brilha pra valer!¿ Conversamos até a noite ou até o que, antes, eram trevas. Como falar, ali, de sombras? Ficamos íntimos, os dois. Logo, com desassombro estou batendo no seu ombro. E o sol, por fim: ¿Somos amigos pra sempre, eu de você, você de mim. Vamos, poeta, cantar, luzir no lixo cinza do universo. Eu verterei o meu sol e você o seu com seus versos. ¿O muro das sombras, prisão das trevas, desaba sob o obus dos nossos sóis de duas bocas. Confusão de poesia e luz, chamas por toda a parte. Se o sol se cansa e a noite lenta quer ir pra cama, marmota sonolenta, eu, de repente, inflamo a minha flama e o dia fulge novamente. Brilhar para sempre, brilhar como um farol, brilhar com brilho eterno, Gente é pra brilhar que tudo o mais vá prá o inferno, este é o meu slogan e o do sol. - Vladimir Maiakóvski

+ Onde eu morrer eu vou morrer cantando. Que eu caia aqui ou lá, não importa, eu sei. Sou digno de ser colocado próximo aos que tombaram sob a bandeira vermelha. - Vladimir Maiakóvski

+ Hino ao crítico Da paixão de um cocheiro e de uma lavadeira Tagarela, nasceu um rebento raquítico. Filho não é bagulho, não se atira na lixeira. A mãe chorou e o batizou: crítico. O pai, recordando sua progenitura, Vivia a contestar os maternais direitos. Com tais boas maneiras e tal compostura Defendia o menino do pendor à sarjeta. Assim como o vigia cantava a cozinheira, A mãe cantava, a lavar calça e calção. Dela o garoto herdou o cheiro de sujeira E a arte de penetrar fácil e sem sabão. Quando cresceu, do tamanho de um bastão, Sardas na cara como um prato de cogumelos, Lançaram-no, com um leve golpe de joelho, À rua, para tornar-se um cidadão. Será preciso muito para ele sair da fralda? Um pedaço de pano, calças e um embornal. Com o nariz grácil como um vintém por lauda Ele cheirou o céu afável do jornal. E em certa propriedade um certo magnata Ouviu uma batida suavíssima na aldrava, E logo o crítico, da teta das palavras Ordenhou as calças, o pão e uma gravata. Já vestido e calçado, é fácil fazer pouco Dos jogos rebuscados dos jovens que pesquisam, E pensar: quanto a estes, ao menos, é preciso Mordiscar-lhes de leve os tornozelos loucos. Mas se se infiltra na rede jornalística Algo sobre a grandeza de Puchkin ou Dante, Parece que apodrece ante a nossa vista Um enorme lacaio, balofo e bajulante. Quando, por fim, no jubileu do centenário, Acordares em meio ao fumo funerário, Verás brilhar na cigarreira-souvenir o Seu nome em caixa alta, mais alvo do que um lírio. Escritores, há muitos. Juntem um milhar. E ergamos em Nice um asilo para os críticos. Vocês pensam que é mole viver a enxaguar A nossa roupa branca nos artigos? - Vladimir Maiakóvski

+ Deus, que será de ti quando eu morrer? Eu sou teu cântaro (e se me romper?) A tua água (e se me corromper?) Sou teu agasalho, teu afazer. Vai comigo o significado teu. - Vladimir Maiakóvski

+ Nos outros eu sei onde fica o coração. É no peito. Comigo a anatomia ficou louca. Eu sou todo coração! - Vladimir Maiakóvski

+ "A arte, meus amigos, não é um espelho do mundo, é sim, uma ferramenta para consertá-lo." - Vladimir Maiakóvski

+ Cubram-me com sorrisos, que eu, poeta, com flores,os bordarei na blusa amarela! - Vladimir Maiakóvski

+ Doravante, eu o sei e qualquer um o sabe. O coração tem domicílio no peito. Comigo a anatomia enlouqueceu. -Sou todo coração. Em todas as partes pulsa. - Vladimir Maiakóvski

+ Eu Nas calçadas pisadas de minha alma passadas de loucos estalam calcâneos de frases ásperas Onde forcas esganam cidades e em nós de nuvens coagulam pescoços de torres oblíquas só soluçando eu avanço por vias que se encruzilham à vista de crucifixos polícias 1913 - Vladimir Maiakóvski