A perfeição é horrível, ela não pode ter filhos. Fria como o hálito da neve, ela tapa o útero

Onde os teixos inflam como hidras, A árvore da vida e a árvore da vida.

Desprendendo suas luas, mês após mês, sem nenhum objetivo.

O jorro de sangue é o jorro do amor, O sacrifício absoluto.

Quer dizer: mais nenhum ídolo, só eu Eu e você.

Assim, com sua beleza sulfúrica, com seus sorrisos

Esses manequins se inclinam esta noite Em Munique, necrotério entre Roma e Paris,

Nus e carecas em seus casacos de pele, Pirulitos de laranja com hastes de prata

Insuportáveis, sem cérebro. A neve pinga seus pedaços de escuridão.

Ninguém por perto. Nos hotéis Mãos vão abrir portas e deixar

Sapatos no chão para uma mão de graxa Onde dedos largos vão entrar amanhã.

Ah, essas domésticas janelas, As rendinhas de bebê, as folhas verdes de confeito,

Os alemães dormindo, espessos, no seu insondável desprezo. E nos ganchos, os telefones pretos

Cintilando Cintilando e digerindo

A mudez. A neve não tem voz.


Sylvia Plath

Outras frases de Sylvia Plath

+ Sim, eu estava apaixonada por você: eu ainda estou. Ninguém jamais alcançou uma capacidade tão elevada de sensações físicas em mim. Eu te cortei da minha vida porque não poderia ser uma fantasia de passagem. Antes de dar o meu corpo, eu devo dar aos meus pensamentos, minha mente, meus sonhos. E você não queria nada disso. - Sylvia Plath

+ Canção de Amor da Jovem Louca Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer (Acho que te criei no interior da minha mente) Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis, Entra a galope a arbitrária escuridão: Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro. Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama, Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade. (Acho que te criei no interior de minha mente) Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno: Retiram-se os serafins e os homens de Satã: Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro. Imaginei que voltarias como prometeste Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome. (Acho que te criei no interior de minha mente) Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro: (Acho que te criei no interior de minha mente.) - Sylvia Plath

+ Como precisamos de uma outra alma para nos agarrar, um outro corpo para nos manter aquecidos. Para descansar e confiar; para dar sua alma com fé. Eu preciso disso, eu preciso de alguém onde me derramar. - Sylvia Plath

+ Talvez eu nunca seja feliz, mas esta noite estou contente. Nada além de uma casa vazia, o morno e vago cansaço após um dia ao sol plantando estolhos de morango, um doce copo de leite frio e um prato raso de mirtilos cobertos com creme. Agora sei como as pessoas conseguem viver sem livros, sem faculdade. Quando a gente chega ao final do dia tão cansada precisa dormir, e ao amanhecer haverá mais morangos para plantar, e vai-se vivendo em contato com a terra. Em momentos assim me consideraria uma tola se pedisse mais... - Sylvia Plath

+ Talvez quando nos encontramos querendo tudo, é porque estamos perigosamente perto de não querer nada. - Sylvia Plath

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