Adeus, Meus Sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto… E minh’alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!… morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores!


Álvares De Azevedo