Ah! vem, alma sombria que pranteias. Por quem choras? Por mim? Em vez de prantos Deixa-me suspirar a teus joelhos. Tu sim és pura. Os anjos da inocência Poderiam amar sobre teu seio. Aperta minha mão! Senta-te um pouco Bem unida a minha alma em meus joelhos, Assim parece que um abraço aperta Nossas almas que sofrem. Revivamos! O passado é um sonh, o mundo é largo, Fugiremos à pátria. Iremos longe Habitar num deserto. No meu peito Eu tenho amores para encher de encantos Uma alma de mulher Por que sorriste? Sou um louco. Maldita a folha negra Em que Deus escreveu a minha sina Maldita minha mãe, que entre os joelhos Não soubeste apertar, quando eu nascia, O meu corpo infantil! Maldita!


Álvares De Azevedo