As aparências enganam

Aos que odeiam e aos que amam Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera No insistente perfume de alguma coisa chamada amor.


Elis Regina

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+ (...) e em cada passo dessa linha pode se machucar, mas a esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar - Elis Regina

+ Não se trata de saudade de alguma coisa que acabou ou pessoa que morreu. É saudade do que está aí vivo, solto e nunca deixou de existir. Se não temos acesso a isso, é por falta de uma batalha maior. - Elis Regina

+ Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas, vivendo e aprendendo a jogar. - Elis Regina

+ Sou apenas o meu tipo inesquecível apesar de, às vezes, me achar uma porcaria. - Elis Regina

+ Não tenho tempo de desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do entendimento entre as pessoas. - Elis Regina

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