Canção da Torre Mais Alta
Ociosa juventude De tudo pervertida Por minha virtude Eu perdi a vida. Ah! Que venha a hora Que as almas enamora.
Eu disse a mim: cessa, Que eu não te veja: Nenhuma promessa De rara beleza. E vá sem martírio Ao doce exílio.
Foi tão longa a espera Que eu não olvido. O terror, fera, Aos céus dedico. E uma sede estranha Corrói-me as entranhas.
Assim os Prados Vastos, floridos De mirra e nardo Vão esquecidos Na viagem tosca De cem feias moscas.
Ah! A viuvagem Sem quem as ame Só têm a imagem Da Notre-Dame! Será a prece pia À Virgem Maria?
Ociosa juventude De tudo pervertida Por minha virtude Eu perdi a vida. Ah! Que venha a hora Que as almas enamora!
Arthur Rimbaud
Outras frases de Arthur Rimbaud
+ Acredito que estou no inferno, portanto estou nele. - Arthur Rimbaud
+ Eu é um outro. - Arthur Rimbaud
+ O poeta se faz vidente por meio de um longo, imenso e refletido desregramento de todos os sentidos. Todas as formas de amor, de sentimento, de loucura; ele procura ele mesmo, ele esgota nele todos os venenos, para só guardar as quintessências. - Arthur Rimbaud
+ A nossa pálida razão esconde-nos o infinito. - Arthur Rimbaud
+ Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens. - Arthur Rimbaud