Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto.


Lygia Fagundes Telles

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+ A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza. - Lygia Fagundes Telles

+ Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas. - Lygia Fagundes Telles

+ O menino então sorri e nem o inimigo mais feroz resistirá a esse sorriso de quem se oferece tão sem defesa. - Lygia Fagundes Telles

+ Quero ficar só. Gosto muito das pessoas, mas às vezes tenho essa necessidade voraz de me libertar de todos. - Lygia Fagundes Telles

+ Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito então é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. E sem despesas. - Lygia Fagundes Telles

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