DA DESIMPORTÂNCIA DO SER
Eu vi um voo sem pássaro! Partiu de uma ramagem inexistente E não podia pousar.
Era um voo inocente, Que se adentrou pelo mar. Mas o lixo marinho impedia o descanso.
No lixo da terra, não caberia, Pois havia muita gente, Comendo do lixo da vida.
Eu vi um escravo sem senhor, Extraindo o ferro da terra, Para fazer seus grilhões!
Esmurrava pensamentos, Atacava filosofias, Suplicava por sofrimentos!
Senti o perfume de flores ausentes, O vento da calmaria, E o sol sem raiar o dia.
Eu vi um futuro sem mundo! Foram tantos os erros dessa gente, Que Deus se sentiu impotente.
Sérgio Antunes de Freitas Fevereiro de 2022