Expansões
Eu gosto de você! Compreende? Eu tenho por você uma doidice… Falo, falo nem sei o quê, mas gosto, gosto de você.
Você ouviu bem isso que eu disse? Você ri? Eu pareço um louco? Mas que fazer para explicar isso direito, para que você sinta? O que eu digo é tão oco!
Eu procuro, procuro um jeito… Não é exato que o beijo só pode bastar. Qualquer coisa que me afoga, entre soluços e ais, é preciso exprimir, traduzir, explicar…
Ninguém sente senão o que soube falar. Vive-se de palavras, nada mais. Mas é preciso que eu consiga essas palavras, e que eu diga, e você saiba… Mas, o quê?
Se eu soubesse falar como um poeta que sente, diga! — diria eu mais do que quando tomo entre as mãos essa cabeça linda e cem, mil vezes, loucamente, digo e repito e torno a repetir ainda: Você! Você! Você! Você!