Mesmo que eu morra o poema encontrará Uma praia onde quebrar as suas ondas

E entre quatro paredes densas DE funda e devorada solidão Alguém seu próprio ser confundirá com o poema do tempo.


Sophia De Mello Breyner Andresen

Outras frases de Sophia de Mello Breyner Andresen

+ Apesar das ruínas e da morte, Onde sempre acabou cada ilusão, A força dos meus sonhos é tão forte, Que de tudo renasce a exaltação E nunca as minhas mãos ficam vazias. - Sophia De Mello Breyner Andresen

+ Num deserto sem água Numa noite sem lua Num país sem nome Ou numa terra nua Por maior que seja o desespero Nenhuma ausência é mais funda do que a tua. - Sophia De Mello Breyner Andresen

+ 25 de Abril Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo - Sophia De Mello Breyner Andresen

+ Quero Nos teus quartos forrados de luar Onde nenhum dos meus gestos faz barulho Voltar. E sentar-me um instante Na beira da janela contra os astros E olhando para dentro contemplar-te, Tu dormindo antes de jamais teres acordado, Tu como um rio adormecido e doce Seguindo a voz do vento e a voz do mar Subindo as escadas que sobem pelo ar. - Sophia De Mello Breyner Andresen

+ Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão. Porque os outros têm medo mas tu não. Porque os outros são os túmulos caiados Onde germina calada a podridão. Porque os outros se calam mas tu não. Porque os outros se compram e se vendem E os seus gestos dão sempre dividendo. Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigos E tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não. - Sophia De Mello Breyner Andresen

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