Minha Boêmia (Fantasia)

Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos; Meu paletó também tornava-se ideal; Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal; Puxa vida! A sonhar amores destemidos!

O meu único par de calças tinha furos.

  • Pequeno Polegar do sonho ao meu redor Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
  • Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.

Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho, Nas noites de setembro, onde senti tal vinho O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;

Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas, Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas E tangia um dos pés junto ao meu coração!


Arthur Rimbaud

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+ O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos. - Arthur Rimbaud

+ Ninguém é sério aos 17 anos. - Arthur Rimbaud

+ Eu é um outro. - Arthur Rimbaud

+ Por delicadeza, perdi a minha vida. - Arthur Rimbaud

+ De manhã, eu tinha o olhar tão perdido e a postura tão morta, que aqueles que encontrei talvez não me vissem. - Arthur Rimbaud

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